quinta-feira, 8 de março de 2012

Romário, o homem-gol

Dono de um toque de bola genial e de uma língua tão afiada como navalha, Romário foi um goleador raro. Afinal, se tornou artilheiro por todo lugar que passou. A começar do Vasco da Gama, onde conquistou os campeonatos e a artilharia de 1987 e 1988, com vinte e dezesseis gols respectivamente. Depois, continuou a marcar goIs e encabeçar a lista de goleadores no PSV Eindhoven, da Holanda, e no Barcelona, da Espanha. Pela Seleção Brasileira, conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de 1988, quando se tornou artilheiro da competição. Na Copa de 1994, tornou-se a maior estrela da Seleção e do Mundial.

Como Maradona em 1986 e Garrincha em 1962, ganhou uma Copa do Mundo praticamente sozinho. Foi a dos Estados Unidos, em 1994, o tetra do Brasil, quando deixou sua marca de artilheiro em cinco das sete partidas. Isso já diz um bocado a respeito de Romário. Mas é pouco. Com seu 1,69m, marrento e fantástico goleador, o Baixinho é uma lenda do futebol mundial.

Romário de Souza Farias nasceu em Vila da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, em 29/01/1966. Apareceu no Vasco em 1985, aos 19 anos, para compor dupla de ataque com Roberto Dinamite. No mesmo ano, estreava na seleção brasileira júnior aprontando das suas, para variar.

Era presença certa no Mundial da categoria na União Soviética. Mas seu nome sumiu da lista meses antes, depois do Campeonato Sul-Americano. Tudo porque sua maior diversão na concentração era ficar na sacada do hotel urinando na cabeça de quem passava lá embaixo. Corte na certa.

Polêmico fora de campo (cobrou dívidas em público e já bateu boca com Zico e Pelé), dentro dele Romário e suas pernas curtas protagonizaram alguns dos momentos mais belos e inesquecíveis da história do futebol.

Seu habitat natural é a grande área. Dos zagueiros do tipo guarda-roupa, ele se livra com um simples gingado, um imprevisível drible de corpo; e dos goleiros bem colocados, com um totó de bico de chuteira.

Em 1999, a revista Trip lhe perguntou sobre Maradona. A resposta veio seca: "Eu fiz mais gols do que ele, ganhei mais do que ele. No futebol moderno dos últimos 15 anos, Maradona só perde para mim".

Assumido admirador das noitadas e incorrigível gazeteiro de treinos, Romário sempre teve problemas com técnicos. Um deles foi Carlos Alberto Parreira, que comandou a seleção brasileira na Copa de 1994. Durante as eliminatórias, o treinador já havia dado a entender que o craque-problema era carta fora do seu baralho. Mas com o titular Müller contundido, não havia parceiro para Bebeto no ataque.

Contra o Uruguai, no Maracanã, a classificação do Brasil estava em jogo. Parreira ponderou e achou melhor recorrer ao Baixinho, que estava barbarizando na Espanha pelo Barcelona. Resultado: Brasil 2 x 0, dois gols de Romário. Depois do show particular, ele ainda prometeu: conquistaria o tetra para o Brasil.

A Copa dos Estados Unidos viria a ser o seu segundo Mundial. Em 1990, na Itália, viu contundido do banco de reservas o fiasco do selecionado de Sebastião Lazaroni. Também por contusão foi cortado do terceiro, na França, às vésperas da estreia. Por mais que prometesse se recuperar a tempo, Romário não teve chance. Voltou para o Rio de Janeiro e trabalhou como comentarista de uma rede de televisão durante o torneio.

A pergunta jamais vai calar: "E se ele estivesse naquela decisão contra os franceses? O Brasil teria voltado para casa sem o penta?" Amado por muitos, odiado por poucos, Romário é unanimidade entre quem realmente entende de bola.

Em 2000, teve um dos melhores anos de sua carreira ao marcar 67 gols somente com a camisa do Vasco, que lhe permitiram quebrar um recorde histórico de Roberto Dinamite, até então o maior goleador do clube em uma temporada (62 gols em 1981).

Com a crise técnica pela qual passava a seleção, o Baixinho voltou a ser convocado para os jogos da equipe nas eliminatórias da Copa. Logo em seu primeiro jogo, contra a Bolívia, no Maracanã, em setembro de 2000, marcou três gols na vitória por 5 a 0. Porém ficou sabendo nesta mesma semana que o técnico Vanderlei Luxemburgo havia vetado a sua participação nas Olimpíadas de Sydney.

Romário continuou com prestígio na seleção mesmo após a demissão de Luxemburgo e a chegada de Émerson Leão ao time. Porém, a situação começou a mudar quando Luiz Felipe Scolari foi escolhido para assumir a equipe.

Inicialmente, Felipão cogitou manter o "Baixinho" na equipe. Mas mudou de ideia quando Romário pediu dispensa da Copa América da Colômbia, em 2001. O atacante alegou que precisava submeter-se a uma intervenção cirúrgica em seus olhos, mas seguiu com o Vasco para uma série de amistosos no México.

Preterido por Felipão, ele caiu de rendimento e acabou por rescindir seu contrato com o Vasco. Sondado por clubes como Palmeiras, Santos, Corinthians e Flamengo, acabou optando por defender o Fluminense no Brasileiro de 2002, ano do centenário da equipe carioca. Em 2003, jogou no Al-Sadd - ficou pouco tempo - e retornou às Laranjeiras.

E, de volta ao clube carioca, Romário reservou mais uma encrenca. Com apenas cinco gols marcados durante o Brasileirão e enfrentando nova série de contusões, o jogador direcionou sua fúria ao técnico interino Alexandre Gama depois de ser barrado do time. Desta vez, porém, perdeu a briga e deixou o clube, para ao final de 2004, revelar que estava sem vontade, anunciando o fim de sua carreira.

Em 2005, beirando os 40 anos, Romário conseguiu uma das maiores façanhas de sua carreira, ao marcar 22 gols e se tornar o artilheiro do Campeonato Brasileiro. Isso, com a camisa do Vasco da Gama.

Já "quarentão", Romário partiu para aventura nos Estados Unidos em 2006, defendendo o Miami FC em uma liga secundária do país. Lá, fez sucesso e foi artilheiro do campeonato.

Depois disso, transferiu-se para o mineiro Tupi, onde não conseguiu atuar sequer em uma partida por problemas burocráticos. Então, transferiu-se para o Adelaide United, da Austrália para alcançar a sonha marca dos mil gols. Mas só balançou a rede uma vez na Oceania.

Até que voltou ao Rio de Janeiro, para vestir novamente a camisa do clube que o revelou, novamente sob a batuta de Eurico Miranda. Com moral em São Januário, ele chegou à marca comemorativa (segundo suas contas) e até virou treinador. Mas uma desavença com o presidente do clube e o crescente descontentamento com a diretoria forçaram sua saída.

Em evento comemorativo no Rio de Janeiro, Romário anunciou definitivamente sua aposentadoria dos gramados no dia 14 de abril. Após quase um ano de férias, porém, o ex-jogador voltou ao futebol, mas não dentro de campo. A pedido do presidente do América, Ulisses Salgado, Romário assumiu como homem forte do futebol rubro, no dia 17 de março de 2009.

Ainda fora das quatro linhas, Romário continuou sendo assunto. Porém, desta vez, não no América, mas na Justiça. O ex-jogador foi preso (passou cerca de 18 horas na cadeia) por não pagar a pensão alimentícia dos filhos Moniquinha e Romarinho, em ação movida pela ex-mulher Mônica Santoro.

Em 2009, anunciou sua entrada na política, filiando-se ao PSB, sendo eleito em sexto lugar deputado federal pelo Rio de Janeiro em 2010.

Clubes

Vasco (RJ): 1985-1988; PSV Eindhoven (HOL): 1988-1993; Barcelona (ESP): 1993-1995; Flamengo (RJ): 1995-1996; Valencia (ESP): 1996; Flamengo (RJ): 1996-1997; Valencia (ESP): 1997; Flamengo (RJ): 1997-1999; Vasco (RJ): 1999-2002; Fluminense (RJ): 2002-2003; Al-Saad (CAT): 2003; Fluminense (RJ): 2003-2004; Vasco (RJ): 2005-2006; Miami FC (EUA): 2006; Adelaide United (AUS): 2006; Vasco (RJ): 2007; América (RJ): 2009.

Fontes: Revista Placar; UOL Esporte; Wikipédia.
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quarta-feira, 7 de março de 2012

Jogadas que tem dono

A folha-seca de Didi mata o selecionado do Peru e nos classifica em 1957.

Foi só a bola inglesa desembarcar aqui e já nasciam as criações diabólicas em campo. Começa com a chaleira. Garrincha recebe a bola, dribla um, passa pelo goleiro. O gol aberto. Só que o camisa 7 espera. Espera o zagueiro que corre desesperadamente para cortar o lance. Outro drible e o defensor se espatifa contra a trave. Aí, então, Mané faz o gol. Aquele lance ocorrido contra a Fiorentina, da Itália, numa partida preparatória para a Copa da Suécia é um dos melhores exemplos da fascinação que o drible exerce sobre o jogador brasileiro. O drible, a finta, o chute de efeito, a jogada espetacular. Não há como negar a virtuosidade do nosso craque com a bola nos pés. Confira os lances que, muitas vezes, valem mais do que um gol:

PEDALADA - Marca registrada de Robinho do Santos, vitimando, principalmente, zagueiros corinthianos. É quando o jogador, indo em direção ao seu marcador, passa diversas vezes o pé sobre a bola, com o intuito de enganar o adversário em relação ao lado para onde ele prosseguirá com a jogada.

CHARLES OU CHALEIRA - Lance em que o jogador toca a bola a meia-altura com a sola ou o lado externo do pé, durante uma corrida ou para iniciar o pique. Foi inventado por Charles Miller, sendo, nos primórdios do futebol brasileiro, chama do de "charles". Com o tempo, virou chaleira.

CANECO - Lance de extrema habilidade no qual o jogador prensa a bola com um pé sobre o calcanhar do outro pé, dá um giro, levantando a pelota e fazendo-a descrever uma curva sobre a cabeça do adversário posicionado a sua frente. Bastante raro durante as partidas, embora conhecido por todo jogador virtuoso. Mazzola, centroavante do Palmeiras e da Seleção Brasileira no final da década de 50, apreciava muito aplicar o drible nos jogos. Assim como o ponta-direita Kaneko, jogador do Santos no final dos anos 60, que imortalizou a jogada e em prestou-lhe o nome.

ELÁSTICO - Drible consagrado pelo craque Roberto Rivelino. O jogador fica de lado para o adversário. Com a parte externa do pé, leva a bola para o lado e, de repente, com a parte interna, traz de volta, enganando o marcador. "O lance serve para sair de uma situação difícil ou então para desmoralizar o marcador", explica Riva, que certa vez usou o elástico para escapar de uma marcação cerrada de Kevin Keegan, considerado um dos maiores jogadores da história da Inglaterra. "Depois do drible, ele não chegou mais perto". Mas Rivelino não foi o inventor da jogada. O mérito cabe ao ex jogador Sérgio Echigo, que jogou nos aspirantes do Corinthians. "O Echigo era um ponta-direita que jogava demais. Para ter uma idéia, ele aplicava o elástico com os dois pés, parado ou na corrida", recorda Riva.

TRIVELA - Chute dado com "três dedos", para que a bola ganhe efeito e descreva trajetória curva. Um dos jogadores mais famosos pelos passes e jogadas de efeito foi Ipojucan, armador do Vasco da Gama no final dos anos 40 e começo dos 50. Alto e magro, a trivela compensava sua movimentação lenta em campo. Mas a jogada está no repertório de todo jogador habilidoso. "Ás vezes, eu estava na lateral e chutava a bola de trivela. Ela passava alta, por trás do bandeirinha e caía dentro do campo. Ele dava lateral e a torcida, que não tinha percebido a bola sair, vaiava. Ele olhava com raiva para mim. Fazer o que?", diverte-se o craque Nilton Santos.

LETRA - Chute dado com um pé passando por trás do outro. Usado muitas vezes para cruzamentos, nos casos em que o jogador é "cego" do pé que deveria alçar a bola para a área.

GOL DE LETRA - Gol marcado quando o jogador deixa a bola passar no meio das pernas, desviando-a levemente com o calcanhar ou a parte interna do pé antes que escape.

BELFORT - Jogada típica do início do futebol em que o defensor dava um chutão para a frente de sem-pulo, numa rápida inversão dos pés. Era tão usada pelo jogador Belfort Duarte, campeão pelo América em 1913, que acabou ganhando seu nome.

DOMINGADA - Jogada arriscada em que o zagueiro tenta o drible dentro da própria área Com Domingos Da Guia, seu "inventor", era demonstração de frieza e habilidade Depois de Domingos, entretanto, os zagueiros que tentavam driblar os atacantes geralmente perdiam a bola e propiciavam o gol para os adversários. Por isso, hoje, a domingada ganhou a conotação de irresponsabilidade. Muito praticada no sentido atual pelo zagueiro Júnior Baiano, do São Paulo.

PEGADA - Jogada peculiar do jogador Marcos de Mendonça, primeiro goleiro da Seleção Brasileira. Consistia em pegar a bola um pouco de lado, amortecendo-a. Trazida pela mão direita, a bola se encaixava na asa do braço esquerdo. "Pegada complicada e debochativa", segundo descreveu o cronista esportivo Mario Filho.

PONTE-AÉREA - Salto espetacular no qual o goleiro fica praticamente com o corpo paralelo ao solo na tentativa de apanhar a bola. O nome homenageia o goleiro Pompéia, campeão pelo América em 1960. Dono de impulsão fabulosa e estilo acrobático, Pompéia era chamado de Ponte-Aérea ou Constellation (nome de um avião).

CALCANHAR - Bater na bola com o calcanhar. Nos anos 50, o recurso era bastante utilizado pelo armador Ipojucan, do Vasco, Portuguesa de Desportos e da Seleção. A redescoberta do calcanhar, entretanto, cabe ao jogador Sócrates, que tornou o lance sua marca registrada.

CURVITA - Chute venenoso que fez a fama do ponta-direita Cláudio Christovam do Pinho, artilheiro máximo da história do Corínthians com 295 gols. Cláudio batia faltas com a parte interna do pé, fazendo com que a bola passasse por cima da barreira e descrevesse uma trajetória inesperada. A curvita mais famosa aconteceu num jogo Corínthians versus Benfica, no dia 10 de julho de 1955. A cobrança do corinthiano enganou completamente o goleiro Costa Pereira: "A bola fez uma curvita", explicou o português. Estava batizada a jogada.

BICICLETA - Salto acrobático em que o jogador chuta a bola no ar e para trás, ficando de costas para o chão. Inventado por Petronilho de Brito, ponta de-1ança que jogou na década de 20 e 30 em alguns clubes extintos de São Paulo e no San Lorenzo da Argentina. Mas foi com Leônidas da Silva que a jogada ganhou fama e se espalhou pelo mundo. "A bicicleta de Leônidas era um fenômeno. Ele ia a quase dois metros de altura", testemunha o jornalista Luiz Ernesto Kawall, presente no Pacaembu quando o Diamante Negro marcou seu primeiro gol de bicicleta vestindo a camisa do São Paulo, no ano de 1942.

FOLHA-SECA - Chute que sobe e cai inesperadamente, como uma "folha seca". É dado com a ponta do pé, quase de bico, pegando no meio da bola e cortando-a de raspão, de um lado para o outro. Foi criado pelo jogador Didi que costumava usá-lo nos lançamentos e nas faltas. "A jogada surgiu em consequência de uma contusão. Meu pé estava inchado há dias e doía quando eu chutava normalmente. Então, comecei a chutar diferente, para não doer. Aperfeiçoei tão bem o chute que os goleiros já ficavam desanimados quando eu partia para bater uma falta", conta Didi. O mais famoso gol de folha-seca data das eliminatórias para a Copa da Suécia. Faltavam apenas 8 minutos para o jogo contra o Peru acabar e o placar marcava um angustiante zero a zero. Sem vencedor, a vaga iria para sorteio. O silencio do Maracanã só é quebrado quando Didi cobra uma falta com seu jeito especial e marca o gol da vitória.

BALÃOZINHO - Lance que consiste em, com um dos pés, puxar a bola sobre o outro para levantá-la e chutá-la por baixo. Assim, a pelota vai por cima do adversário. Era um expediente bastante utilizado pelo lateral Djalma Santos quando cercado pelos adversários.

CHAPÉU - Drible que consiste em tocar a bola rente à cabeça do adversário e pegá-la do outro lado sem deixar que caia no chão. Um dos mais célebres lances de chapéu foi de autoria do ponta-direita Vivinho, do Vasco. Contra a Portuguesa, em 1988, Vivinho chapelou o defensor para a direita, chapelou de novo para a esquerda e chutou de canhota, tudo sem deixar a bola cair no chão. Um golaço que entrou para a história. Depois dele, Vivinho voltou para o anonimato.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.
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terça-feira, 6 de março de 2012

Judy Garland - Parte II

Durante esse tempo, Judy experimentou seus primeiros romances adultos sérios. O primeiro foi com o líder de banda Artie Shaw. Judy era profundamente dedicada a Shaw e ficou devastada no início de 1940, quando ele fugiu com Lana Turner. Começou um relacionamento com o músico David Rose e, em seu 18º aniversário, Rose deu-lhe um anel de noivado. O estúdio interveio porque ele ainda era casado na época com a atriz e cantora Martha Raye. O casal concordou em esperar um ano para permitir o divórcio de Rose de Raye e casaram em 27 de julho de 1941.

Ela estava visivelmente mais magra em seu próximo filme, “For Me and My Gal”, ao lado de Gene Kelly em sua primeira aparição na tela. Garland ficou no topo dos créditos pela primeira vez e, efetivamente, fez a transição de estrela adolescente a atriz adulta.

Na idade de 21 anos, ela recebeu um tratamento de glamour em “Presenting Lily Mars”, no qual ela usava vestidos adultos. Seu brilhante cabelo estava puxado para cima de forma elegante. No entanto, não importa o quão glamourosa ou bonita ela aparecesse na tela ou em fotografias, ela nunca estava confiante em sua aparência e nunca escapou da imagem de "garota da porta do lado" que tinha sido criada para ela. Somando-se à sua insegurança, houve a dissolução de seu casamento com David Rose. Judy, que tinha abortado a sua gravidez em 1942, concordou com uma separação em janeiro de 1943 e eles se divorciaram em 1944.

Um dos mais bem sucedidos filmes de Garland para a MGM foi “Meet me in St. Louis” (1944), em que ela apresentou três canções: The Trolley Song, The Boy Next Door e Have Yourself a Merry Little Christmas. Vincente Minnelli foi designado para dirigir esse filme e pediu que a artista de make-up Dorothy Ponedel fosse atribuída a Garland para melhorar sua imagem. Ponedel refinou a aparência de Judy de diversas maneiras, incluindo a ampliação e remodelação das sobrancelhas, mudando seu cabelo, modificando sua linha de lábio e com a remoção de discos de seu nariz.

Judy apreciou os resultados, tanto que Ponedel foi escrita em seu contrato para todas as suas fotos restantes na MGM. Durante as filmagens de “Meet me in St. Louis”, depois de alguns conflitos iniciais entre eles, Minnelli e Garland começaram um relacionamento. Eles casaram em 15 de junho de 1945 e em 12 de março de 1946 sua filha Liza Minnelli nasceu.

“The Clock” (1945) foi o seu primeiro filme dramático, ao lado de Robert Walker. Embora o filme tenha sido elogiado pela crítica e obtivesse muito lucro, a maioria dos fãs do filme esperava que ela cantasse. Seriam muitos anos antes que ela fizesse outro papel dramático sem cantar.

Outros filmes famosos dela nos anos 1940 incluem “The Harvey Girls” (1946), no qual ela cantou a música vencedora do Academy Award, On the Atchison, Topeka e Santa Fé, e “The Pirate” (1948).

Meet Me in St Louis, 1944
Durante as filmagens de “The Pirate”, em abril de 1947, Judy sofreu um colapso nervoso e foi colocada em um sanatório privado. Ela foi capaz de completar as filmagens, mas em julho desse ano fez sua primeira tentativa de suicídio, fazendo pequenos cortes nos pulsos com um vidro quebrado. Na seqüência de seu trabalho em “The Pirate”, Judy completou mais três filmes para a MGM: “Easter Parade” (em que ela dançou com Fred Astaire), “In the Good Old Summertime”, e seu último filme com a MGM, “Summer Stock”.

Garland foi incapaz de completar uma série de filmes. Durante as filmagens de “Os Barkleys da Broadway”, Judy tomou uma prescrição de medicação para dormir, juntamente com comprimidos ilicitamente obtidos contendo morfina. Estes, em combinação com enxaqueca, levaram-na a perder vários dias de filmagem. Depois de ser advertido pelo médico de que ela só seria capaz de trabalhar quatro a cinco dias por vez, com incrementos de períodos de repouso prolongado entre eles, o executivo da MGM Arthur Freed tomou a decisão de suspender Garland em 18 de julho de 1948. Ela foi substituída por Ginger Rogers.

The Pirate, 1948
Judy estava no elenco de "Annie Get Your Gun", e nervosa com a perspectiva de assumir um papel fortemente identificado com Ethel Merman, preocupada por aparecer em um papel não-glamouroso após ser identificada com papéis juvenis por vários anos, e perturbada por causa do seu tratamento nas mãos do diretor Busby Berkeley. Começou a se atrasar no set e às vezes não aparecia. Ela foi suspensa e substituída por Betty Hutton. Judy fez seu próximo filme, “Royal Wedding June Allyson”, quando ficou grávida, em 1950. Ela novamente não se apresentou para o set em diversas ocasiões e o estúdio suspendeu o seu contrato em 17 de junho de 1950, substituindo-a por Jane Powell.

Respeitáveis biografias após a morte de Garland declararam que, depois dessa última demissão, ela esfregou no pescoço um copo de água quebrado, exigindo apenas um Band-Aid, mas, ao mesmo tempo, o público foi informado de que uma desalentada Garland tinha cortado a garganta. "Tudo que eu podia ver à frente era mais confusão", disse mais tarde Judy sobre a tentativa de suicídio. "Eu queria apagar o futuro, assim como o passado. Eu queria me machucar e todos que me feriram."

Em 1951, Garland se divorciou de Vincente Minnelli. Ela contratou Sid Luft como seu empresário no mesmo ano. Luft organizou uma turnê de quatro meses de concertos no Reino Unido, onde esgotou as vendas de ingressos em toda a Inglaterra, Escócia e Irlanda. A turnê incluiu apresentações no famoso London Palladium, por um período de quatro semanas em abril. Apesar de a imprensa britânica criticá-la, antes de sua estréia, por ser "muito gorda", ela recebeu críticas positivas e a ovação foi descrita pelo gerente do Paládio como a mais alta que ele nunca tinha ouvido falar.

In the Good Old Summertime, 1949
Em outubro de 1951, Judy iniciou, em um estilo vaudeville, duas apresentações por dia no recém-reformado Broadway's Palace Theatre. As 19 semanas de apresentação ultrapassaram todos os recordes anteriores para o teatro e isso foi descrito como "um dos maiores triunfos da história pessoal do show business". Judy foi homenageada pela sua contribuição para a revitalização do vaudeville com um especial de Tony Award.

Garland e Luft se casaram em 8 de junho de 1952, em Hollister, Califórnia, e Judy deu à luz a primeira filha do casal, Lorna, no mesmo ano.

As realizações pessoais e profissionais de Garland durante esse tempo foram marcadas pelas ações de sua mãe, Ethel. Em maio de 1952, no auge do retorno de Judy, Ethel foi destaque em uma história do Los Angeles Mirror, no qual ela revelou que, embora Garland estivesse fazendo uma pequena fortuna no Pallace, Ethel estava trabalhando em escritório, na Douglas Aircraft Company, por 61 dólares por semana. Garland e Ethel tinham ficado afastadas por anos, com Judy caracterizando sua mãe como "não serve para nada a não ser para criar caos e medo" e acusando-a de má administração e apropriação indevida do salário de Judy desde os primeiros dias de sua carreira. A irmã de Judy, Virgínia, negou, dizendo: "Mamãe nunca levou um centavo de Judy". Em 5 de janeiro de 1953, Ethel foi encontrada morta no estacionamento Douglas Aircraft.

Em 1954, Garland filmou um remake do musical “A Star is Born” para a Warner Bros. Luft e Garland, através de sua produtora Transcona Enterprises, produziram o filme, enquanto a Warner Bros forneceu os fundos e as instalações de produção e da equipe. Dirigido por George Cukor e co-estrelado por James Mason, era uma grande empreitada a que Garland inicialmente se dedicou plenamente. Com o progredir da filmagem, no entanto, ela começou a fazer as coisas que tinha feito tantas vezes durante seus últimos filmes da MGM. Atrasos de produção e aumento dos custos levaram a confrontos com Jack Warner, o cabeça da Warner Bros. Por sugestão de Luft, o “Born in a Trunk” (Nascido em um Tronco) foi filmado como uma vitrine para Garland e contra as objeções do diretor Cukor, que temia que o comprimento adicional levasse a cortes em outras áreas. A seqüência do filme foi concluída em 29 de julho.

Após a sua estréia mundial em 29 de setembro, o filme foi recebido com aclamação crítica e popular enorme. Antes do lançamento, o filme foi editado por instrução de Jack Warner, os operadores de cinema estavam preocupados porque eles só foram capazes de rodar o filme três ou quatro vezes por dia em vez de cinco ou seis e pressionaram o estúdio para fazer reduções adicionais. Cerca de 30 minutos de imagens foram cortados, provocando indignação entre os críticos e cinéfilos. A “Star is Born” acabou perdendo dinheiro e a posição financeira de Judy ficou abalada porque os lucros esperados não se materializaram. A Transcona não fez mais filmes com a Warner.

Bing Crosby, Frank Sinatra e Judy Garland

Garland foi nomeada para o Oscar de Melhor Atriz (principal) e, nas vésperas do Academy Awards, era esperada como a provável vencedora pelo público e críticos. Ela não pôde comparecer à cerimônia porque tinha acabado de dar à luz seu filho, Joseph Luft, então uma equipe de televisão estava no hospital com câmeras e cabos para a transmissão televisiva do discurso de aceitação antecipada. O Oscar foi ganho, no entanto, por Grace Kelly, para “The Country Girl” (1954). A equipe de filmagem foi à cerimônia antes que Kelly pudesse chegar ao palco. Judy até fez piadas sobre o incidente, em sua série de televisão, dizendo: "... e ninguém disse adeus". Groucho Marx enviou um telegrama após a cerimônia de premiação, declarando que a sua perda foi "o maior roubo desde Brinks". Esse dia ainda é considerado uma das maiores viradas na história do Oscar. Judy, no entanto, ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em um musical pelo papel.

Os filmes de Garland após A Star Is Born incluíram “Julgamento em Nuremberg” (1961) (para o qual ela foi indicada para Oscar e Golden Globe, nomeada para Melhor Atriz (coadjuvante/secundária), o longa-metragem animado “Gay Purr-ee” (1962), e “A Child is Waiting” ((1963 ), com Burt Lancaster. Seu último filme, “I Could Go On Singing” (1963), co-estrelado por Dirk Bogarde, espelhou sua própria vida com a história de uma cantora mundialmente famosa.

Em fevereiro de 1967, Judy foi escalada como Helen Lawson no “Valley of the Dolls” da 20th Century Fox. A personagem Neely O'Hara no livro de Jacqueline Susann foi coberta de rumores de ter sido baseada em Garland. O papel de O'Hara no filme foi interpretado por Patty Duke. Durante as filmagens, Judy faltou aos ensaios e foi demitida em abril. Ela foi substituída por Susan Hayward.

Retornando ao palco, Garland fez suas últimas aparições no Palace Theatre de Nova York, em julho, uma turnê de 16 shows, tocando com seus filhos Lorna e Joey Luft.

No início de 1969, sua saúde havia se deteriorado. Ela cantou em Londres na boate Talk of the Town por cinco semanas e fez seu último concerto em Copenhagen, em março de 1969. Ela se casou com seu último marido, Mickey Deans, em Londres, em 17 de março de 1969, depois de seu divórcio de Herron ter sido finalizado em 11 de fevereiro daquele ano.

Em 22 de junho de 1969, Judy Garland foi encontrada morta por Deans no banheiro de sua casa de Londres. O legista, Gavin Thursdon, declarou no inquérito que a causa da morte foi "uma autossobredosagem incauta" de barbitúricos; seu sangue continha o equivalente a 97 mg de cápsulas de Seconal. Thursdon salientou que a overdose foi acidental e que não havia nenhuma evidência para sugerir que ela havia cometido suicídio. Garland tinha completado 47 anos apenas 12 dias antes de sua morte. Sua co-estrela em “O Mágico de Oz”, Ray Bolger, comentou no funeral de Judy, "Ela simplesmente se consumiu". Estima-se que 20.000 pessoas fizeram fila por horas na capela funerária Frank E. Campbell para ver o corpo dela.

Filmografia

1936 - Pigskin Parade, 1936 - Every Sunday, 1937 - Thoroughbreds Don't Cry, 1938 - Listen, Darling, 1938 - Broadway Melody of 1938, 1938 - Love Finds Andy Hardy, 1938 - Everybody Sing, 1939 - Babes in Arms, 1939 - The Wizard of Oz, 1940 -  Andy Hardy Meets Debutante, 1940 - Little Nellie Kelly, 1940 - If I Forget You, 1940 - Strike Up the Band, 1941 - Ziegfeld Girl, 1941 - Life Begins for Andy Hardy, 1941 - Babes on Broadway, 1942 - For Me and My Gal, 1943 - Thousands Cheer, 1943 - Girl Crazy, 1943 - Presenting Lily Mars, 1944 - The Clock, 1944 - Meet Me in St Louis, 1946 - The Harvey Girls, 1946 - Ziegfeld Follies, 1946 - Till the Clouds Roll By, 1948 - The Pirate, 1948 - Easter Parade, 1948 - Words and Music, 1949 - In the Good Old Summertime, 1950 - Summer Stock, 1954 - A Star is Born, 1960 - Pepe (voice), 1961 - Judgement at Nuremberg, 1962 - Gay Purr-ee (voice), 1963 - A Child is Waiting, 1963 - I Could Go On Singing, 1964 - The Judy Garland Show (TV series), 1964 - Judy Garland in Concert.

Fontes: Wikipédia; e-biografias.
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