segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O psicanalisado

Era uma vez um cara que entrou num bar, sentou no balcão do dito bar e, depois de chamar o garçom, pediu um chope. O garçom encheu uma caneca e deu pro cara. Este agradeceu e bebeu de uma talagada só, até o meio da caneca. Depois, balançou o chope que ainda restava, balançou, balançou... o garçom tá olhando pra ele... balançou e pimba! atirou o resto na cara do garçom.

É claro que o garçom já ia sair no tapa, quando o cara, quase chorando, pediu muitas desculpas falou que aquilo era um gesto incontornável que ele tinha e — por isso mesmo — carregava na consciência um complexo desgraçado.

E tanto falou e se desmanchou em desculpas, que o garçom aceitou a situação e aconselhou o cara a ir consultar um psicanalista, conselho que foi logo aceito. O cara se despediu, tornou a pedir desculpas e prometeu que, no dia seguinte, ia procurar um psicanalista.

Passaram-se alguns dias, até que o cara apareceu outra vez no bar e pediu um chope. O garçom trouxe, ele virou metade de uma talagada só e começou a balançar o chope na caneca. Foi balançando, balançando... o garçom tá olhando pra ele... Outra vez!  balançou mais uma e pimba!... novo banho na cara do garçom.

E este ainda estava enxugando os respingos, quando o cara pediu outro chope.

Mas o garçom se queimou e falou: — Escuta aqui, seu chato. Da outra vez você me deu o banho, mas depois pediu desculpas. Desta vez você piorou, nem desculpas pediu.

— Piorei nada. Melhorei — disse o cara: — Fui ao psicanalista e melhorei. Ele me tirou o complexo. Agora eu ando tão desinibido que faço a mesma coisa, mas sem o menor remorso.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora
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sábado, 10 de dezembro de 2011

Sábado na Brava

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Dario, o Dadá Maravilha

À primeira olhada, os zagueiros diagnosticavam: o centroavante não passava de um perna-de-pau. Desengonçado, com pouco domínio de bola e chutes de canela, Dario parecia tudo menos artulheiro. Terrível engano, que o próprio tratava de desfazer, primeiro, com bolas na rede, depois, com o folclore que criava em torno de si. Gênio do marketing pessoal, Dario batizava gols (beija-flor, jacaré) e inventava apelidos para si (Dadá Maravilha, Rei Dadá, Peito-de-Aço). Entrou para a história por ser artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1971 (quinze gols pelo Atlético Mineiro) e por ser recordista de gols numa única partida (dez dos catorze marcados pelo Sport de Recife contra o Santo Amaro, em 1976).

Dario José dos Santos nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 4 de março de 1946. Teve uma infância pobre no subúrbio de Marechal Hermes, na rua Frei Sampaio. Aos 19 anos, em razão de um furto, foi detido na Febem, onde conheceu o futebol. Em 1965, Dario começou a jogar nos juniores da equipe do Campo Grande, sendo promovido ao time principal em 1967. Seu talento despertou a atenção do Clube Atlético Mineiro, sendo levado para o clube de Belo Horizonte no ano seguinte.

Logo, alcançaria a fama. Destaque no Campeonato Brasileiro de 1971, Dario parou no ar como um beija-flor no dia 9 de dezembro, no Estádio Jornalista Mário Filho, para assinalar no placar Atlético-MG 1, Botafogo zero. Com este gol, o Atlético Mineiro sagrou-se campeão brasileiro daquele ano.

Dario vestiria a camisa de mais 16 clubes. No entanto, o maior destaque seria atuando por outro grande clube do futebol brasileiro: o Internacional de Porto Alegre. Dadá foi importante na conquista do Bi-Campeonato Brasileiro pelo Internacional, inclusive marcando o primeiro gol da final do Brasileirão de 1976, na vitória de 2 a 0 sobre o Corinthians.

É o terceiro maior artilheiro do futebol brasileiro com 1026 gols. Perde apenas para,Arthur Friedenreich, com 1239 gols, e Pelé, com 1284 gols.

É também é dono de frases "poéticas", como: "Não venha com a problemática que eu dou a solucionática", "Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha", "Isso é mamão com açúcar" ou ainda "Não existe gol feio. Feio é não fazer gol.".

Hoje, Dadá, torcedor do Clube Atlético Mineiro assumido, trabalha na televisão como comentarista esportivo.

Curiosidades

O jornalista Lúcio Flávio Machado editou em 1999 a biografia Dadá Maravilha. O nome inicial do Livro seria: Dario - o homem que driblou a vida. Mas em uma conversa com o escritor Roberto Drummond, Lúcio Flávio Machado, acatou o conselho do amigo: coloque somente Dadá Maravilha, este nome é o maior marketing que se pode ter.

Atuando no Atlético Mineiro entre os anos de 1968 e 1972, retornando em 1974, depois em 1978 e 1979, Dario tornou-se o segundo maior artilheiro da história do clube, com 211 gols marcados. Entre os mais importantes gols marcados pelo Galo, os atleticanos não se esquecem do segundo gol em cima da Seleção Brasileira Tri na Copa do Mundo de 70 em amistoso preparatório no final de 1969 e em que o Atlético triunfou sobre as feras (Pelé, Jairzinho, Gérson, Rivelino, etc.) comandadas por João Saldanha por 2 x 1 com o Mineirão cheio.

Também não podemos esquecer do gol de cabeça que Dario fez em cima do Botafogo-RJ em 1971 que deu o primeiro Campeonato Brasileiro para o Atlético Mineiro (num triangular final disputado por São Paulo, Atlético e Botafogo). Além desses gols, os Atleticanos não se esquecem do retorno de Dario já veterano em 1979, para suprir a falta de Reinaldo contundido, e conquistar o bicampeonato Mineiro que terminaria só em 1983 com o hexacampeonato, maior seqüência em Minas Gerais na Era Profissional.

Contratado do Sport Recife por Cr$ 500 mil (cerca de US$ 48,2 mil), uma fortuna na época, Dario estreou com a camisa do Internacional em um jogo do Campeonato Gaúcho contra o Esportivo de Bento Gonçalves. O público foi tão grande que o passe de Dadá foi totalmente quitado com o dinheiro da renda da partida.

Em uma partida válida pelo Campeonato Pernambucano de 1976, Dario marcou dez dos 14 gols do Sport na vitória sobre o Santo Amaro. A marca histórica superou os feitos de Pelé e Jorge Mendonça, que marcaram oito gols em uma mesma partida. Mostrando toda sua categoria, fez gols de tudo quanto é jeito, queixo no ombro, queixo no peito, de nuca, joelhada e até de velotrol (como não conseguia fazer gol de bicicleta, inventou o famoso gol de velotrol).
   
Dario foi o único jogador da história a ser convocado por um presidente da República (Emílio Garrastazu Médici) para fazer parte da Seleção Brasileira. Numa crise que levou a demissão do técnico João Saldanha e sua substituição por Mário Jorge Lobo Zagallo, pouco antes da Copa do Mundo de 1970.

Frases

"Não venha com a problemática que eu dou a solucionática."
"Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha."
"Não existe gol feio. Feio é não fazer gol."
"Um rei tem que ser sempre recebido por bandas de música."
"Pra fazer gol de cabeça era queixo no peito ou queixo no ombro."
"Com Dadá em campo, não há placar em branco."
"Pelé, Garrincha e Dadá tinham que ser curriculum escolar"
"Faço tudo com amor, inclusive o amor"
"Nunca aprendi a jogar futebol pois perdi muito tempo fazendo gols"
"Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área".
"Chuto tão mal que, no dia em que eu fizer um gol de fora da área, o goleiro tem que ser eliminado do futebol."
"A área é o habitat natural do goleador, nela ele está protegido pela constituição, se for derrubado é pênalti"
"Num time de futebol existem nove posições e duas profissões: o goleiro e o centroavante"
"Bola, flor e mulher, só com carinho"
"Fiz mais de 500 gols, só correndo e pulando."
"Quando eu saltava o zagueiro conseguia ver o número da minha chuteira"
"São duas coisas que eu não aprendi: Jogar futebol e perder gol!"

Títulos

Campo Grande

1967 - Campeão Torneio José Trócoli

Atlético Mineiro

1971 - Campeão Brasileiro
1970 - Campeão Mundial (Seleção Brasileira)
1970 - Campeão Mineiro
1970 - Campeão da Taça Belo Horizonte
1970 - Campeão da Taça Inconfidência (MG)
1970 - Campeão da Taça Cidade de Goiânia (Minas-Goiás)
1970 - Campeão da Taça Gil César Moreira de Abreu (MG)
1970 - Campeão da Taça Independência (MG)
1971 - Bicampeão da Taça Belo Horizonte
1972 - Tricampeão da Taça Belo Horizonte
1972 - Campeão do Torneio de Leon (México)
1972 - Campeão da Taça do Trabalho (Minas-Rio)
1974 - Campeão do Torneio dos Grandes de Minas Gerais da FMF
1978 - Campeão Mineiro
1979 - Campeão da Taça Minas Gerais

Flamengo

1973-Campeão Taça Guanabara
1974-Campeão Campeonato Carioca
1974-Campeão Taça Pedro Magalhães Corrêa

Sport

1975 - Campeão Pernambucano

Internacional

1976 - Campeão Gaúcho
1976 - Campeão Brasileiro

Náutico

1980-Campeão Torneio do Inicio

Bahia

1981 - Campeão Baiano

Goiás

1983 - Campeão Goiano

Nacional-AM

1984 - Campeão Amazonense

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.
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