quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Andrada, o milongueiro

"Ele sempre será lembrado pelos amantes do futebol por ter tomado o milésimo gol de Pelé; mas ele também sempre será o goleiro mais amado pelos vascaínos (que me desculpem os admiradores de Barbosa, da década de 1940). Várias vezes o argentino e "milongueiro" Andrada salvaguardou vitórias e empates, com defesas inacreditáveis que evidenciavam a sua elasticidade, colocação e reflexos. O grito do locutor da rádio Globo do Rio, ou da Tupi, era minha alegria: defendooouuuu, Andraaadaaa!

Eu praticamente sofria com esse Vasco bombardeado pelo Fluminense e Flamengo, no começo da década de 70. Vivia com o coração na mão. Também meu herói era perfeito na reposição de bola. Teve participação destacada nas conquistas dos campeonatos carioca de 1970 e brasileiro de 1974. Era uma tradição da torcida gritar o seu nome antes das partidas, durante o aquecimento dos jogadores no gramado.

Andrada, ou Edgard Norberto Andrada, nasceu na cidade de Rosário, Argentina, em 2/1/1939. Começou sua carreira no Rosario Central, clube que defendeu de 1960 a 1969. Teve seu passe comprado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama em 1969. Justamente nesse ano, no dia 19 de novembro, foi que Pelé marcou seu milésimo gol ao bater pênalti contra ele. Talvez, a partir daí, ele resolveu "operar" milagres na meta vascaína. E praticamente foi de um valor extraodinário: eu considero Andrada o milagre de um Vasco conseguir manter uma vitória, ou mesmo um empate.

Depois do Vasco, Andrada ainda foi goleiro do Vitória da Bahia, em 1976. Depois voltou ao futebol argentino para defender o Cólon, de 1977 a 1982.

O milésimo gol de Pelé

No dia 19 de novembro (quarta-feira) de 1969 (ano em que chegou ao Vasco da Gama), Andrada teve à sua frente Pelé que perseguia a marca de 1000 gols na carreira. O estádio do Maracanã recebeu 65.157 pessoas que queriam ver o jogador alcançar a marca histórica, mas Andrada não queria entrar para história como o goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé. Ou como o "Goleiro do Rei" como foi chamado pela mídia, mas, provavelmente, não muito propalado pela maneira não muito agradável como Andrada encarou na época essa situação.

O argentino esforçou-se para não sofrer o gol, mas ao 33 minutos do segundo tempo houve um pênalti a favor do Santos e era a grande oportunidade de Pelé marcar. Todos no estádio gritavam o nome de Pelé. Andrada saltou para o lado certo e tocou na bola, mas não foi suficiente para evitar que Pelé marcasse o milésimo gol.

Ele disse assim: "Pelé cobrou. Eu bati na bola, mas não consegui defender. Depois, com o tempo, as coisas foram mudando. Eu me acostumei com o fato e hoje convivo de uma forma muito gostosa com aquele milésimo gol.".

Fontes: Sites do Vasco da Gama; Wikipedia; Que Fim Levou...
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Zito, o dono do meio-campo

Zito, dominava a bola, olhava para a direita e passava para a esquerda. Desacostumado com isso, o garoto Pelé perdia o lance. "Crioulo burro! A cabeça é para um lado, a bola para outro", bronqueava Zito com o novato. O maior volante que já surgiu no futebol brasileiro era assim: personalidade forte e liderança incontestável. Por isso era conhecido pelos companheiros como o Gerente. Mandava em todos, organizava o meio-de-campo, corria por todo o gramado.

José Ely de Miranda, mais conhecido por Zito, nasceu no Município de Roseira, interior de São Paulo, em 8 de agosto de 1932.

Começou a carreira profissional, sendo revelado pelo Esporte Clube Taubaté, onde ficou até 1952, quando passou a defender o Santos.

Na Vila Belmiro: os títulos e a fama.
Na Vila Belmiro, Zito fez fama e conquistou títulos, defendendo também a seleção brasileira a partir de 1956, tendo ajudado nas conquistas das Copas do Mundo de 1958 e 1962. Lembrado como grande marcador, Zito foi, no Santos, muito mais do que isso.  Apelidado de "Gerente", era o líder do time dentro de campo, inclusive recebendo do técnico Lula o aval para comandar os atletas em campo da maneira que achasse melhor.

Tornaram-se célebres seus gritos incentivando os jogadores a continuar marcando gols, mesmo com as partidas já decididas. Além dessas qualidades próprias da sua personalidade, tecnicamente era um grande jogador e não foram raras as vezes em que lançou Pelé e Coutinho no ataque para que estes fizessem seus belos gols.

Atuou no time por quinze anos (de 1952 a 1967), tendo jogado 733 partidas e marcado 57 gols. Conquistou nove Campeonatos Paulistas (1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967), quatro Taças Brasil (1961, 1962, 1963 e 1964), duas Libertadores da América (1962 e 1963), dois Mundiais Interclubes (1962 e 1963) e quatro Torneios Rio-São Paulo (1959, 1963, 1964 e 1966). Foi bicampeão mundial pela seleção brasileira, marcando um gol na final de 1962 contra a Tchecoslováquia.

Fontes; Revista Placar; Wikipedia.
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Procópio Ferreira

Procópio Ferreira (João Álvaro de Jesus Quental Ferreira), ator, diretor teatral e dramaturgo, nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 08/07/1898, e faleceu na mesma cidade em 18/06/1979. É considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro.

Procópio descobriu cedo o talento de envolver a plateia, arrastando aos seus espetáculos contingentes de público de fazer inveja aos maiores sucessos de hoje. Em 62 anos de carreira, Procópio interpretou mais de 500 personagens em 427 peças.

Descreve a cena de seu nascimento, imaginando um diálogo familiar:

Nasci numa sexta-feira. "Oh! que bonito petiz", exclama o pai aflito e logo vem a parteira: "Ora, deixemos de brincadeira, chamar isso de bonito, assim, com esse nariz?", pergunta. "Há de ser cirurgião e formado em Paris", um outro parente prossegue em sua imaginação. "Isso não, cem vezes não", solta feroz, meu irmão: "De certo mata um doente assim, com esse nariz".

Procópio ria de sua aparência - era muito baixo, atarracado e narigudo -, largamente superada pela simpatia e pelo carisma. A sua filha com a bailarina espanhola Aída Izquierdo, Bibi Ferreira lembra que um dia flagrou o pai enumerando um amontoado de defeitos ao ver-se no espelho de um camarim. Bibi tentou contradizê-lo, mas ouviu: "Sei exatamente o que sou, mas sei também exatamente o que dou".

Subiu ao palco em 1917 e, em cinco anos, liderava sua companhia. Era tão popular que chegou a fazer 18 apresentações por semana. Seu primeiro êxito como empresário e ator foi em "A Juriti", de Viriato Correia. Seguido de sucessos como: "Deus lhe Pague", de Joraci Camargo; "O Avarento", de Moliére; "A Capital Federal", de Artur Azevedo; e "Esta Noite Choveu Prata", de Pedro Bloch.

Em 62 anos de carreira atuou em 461 peças no Brasil e na Europa. Seu maior sucesso foi "Deus lhe Pague", remontado pela filha Bibi em São Paulo, em 1999. A peça foi encenada pela primeira vez em 1932, no Teatro Serrador, no Rio de Janeiro e registrou a incrível marca de 3.621 montagens em 30 anos, no Brasil e também na Europa.

Além de ator, Procópio foi autor de nove peças: "Briga em família", "Arte de Ser Marido", "Banho de Civilização", "Convidado de Honra", "A Grande Pantomima", "Não Casarás", "Presente do Céu", "Boca do Inferno" e "Família do Antunes".

Seus pais, Francisco Firmino Ferreira e Maria de Jesus Quental Ferreira, eram portugueses da Ilha da Madeira. Quando ingressou na Escola Nacional de Teatro do Rio, aos 18 anos, foi expulso de casa porque não queria se tornar advogado.

Procópio lançou o teatro de frases, com tiradas e expressões cortantes para substituir a tradicional comédia de costumes. No cinema, começou com a produção portuguesa "O Trevo de Quatro Folhas" (1936). No Brasil, atuou em "Quem Matou Ana Bela" (1956) e no sucesso de crítica e público "O Comprador de Fazendas" (1951), baseado no conto de Monteiro Lobato.

Numa tarde de segunda-feira, ele não resistiu aos 21 dias de internação no CTI do Hospital das Clínicas, no 4º Centenário, no Rio, e morreu, vítima de enfisema pulmonar.

Fontes: Wikipédia - A Enciclopédia Livre; Procópio Ferreira - Biografia - UOL Educação.
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