sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Glória Menezes

Glória Menezes (Nilcedes Soares Magalhães Sobrinho), atriz, nasceu em Pelotas, RS, em 19 de outubro de 1934. Filha de pai maranhense e mãe gaúcha, ela se interessou cedo pelas artes, estudando piano desde pequena.

Aos 16 anos, ganhou uma bolsa de estudos para continuar sua formação musical em Paris, mas a família não concordou com a viagem. Casou-se com um primo, com quem teve dois filhos, Maria Amélia e João Paulo, e com quem viveu por oito anos.

Cursou a Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, mas não chegou a se formar. Recebia convites para atuar no circuito profissional de teatro e, em 1960, foi premiada como atriz revelação por seu papel em As Feiticeiras de Salém, de Antunes Filho. Nessa mesma época, começou na televisão, fazendo teleteatro ao vivo. Por seu papel na novela Um lugar ao Sol, de Dionísio Azevedo, recebeu o prêmio como atriz revelação também em televisão.

Em 1962, fez sua primeira e bem sucedida incursão no cinema: interpretou a personagem Rosa, no filme O Pagador de Promessas, que foi dirigido e protagonizado por Anselmo Duarte, e recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes. No ano seguinte, protagonizou – ao lado de Tarcísio Meira – a primeira novela diária da televisão brasileira: 25499 Ocupado, adaptação de um roteiro argentino, transmitida ao vivo pela TV Excelsior. Durante a novela, os atores, que já haviam contracenado anteriormente em alguns teleteatros, iniciaram um romance e, em seguida, se casaram.

Ao lado de Tarcísio, Glória Menezes estrelou diversas novelas na Excelsior, como A Deusa Vencida (1965) e Almas de Pedra (1966), de Ivani Ribeiro, e O grande Segredo (1967), de Marcos Rey.

O casal foi contratado pela TV Globo em 1967, formando um par romântico na novela Sangue e Areia (1968), de Janete Clair. Ele fazia o papel do toureiro Juan Gallardo e ela era Doña Sol. Em seguida, a atriz protagonizou Passos dos Ventos (1968/1969), de Janete Clair. Desta vez, fez par romântico com o ator Carlos Alberto. Voltou a atuar ao lado de Tarcísio Meira na novela seguinte, Rosa Rebelde (1969), também de Janete Clair, na qual interpretou a líder rebelde Rosa Malena.

Em 1970, participaram da novela Irmãos Coragem, que escrita por Janete Clair e dirigida por Daniel Filho, foi um grande sucesso e apresentou Glória no papel de Lara, que protagonizava um drama psicológico: possuía três personalidades distintas. A personagem formava um par romântico com João Coragem, personagem vivido por Tarcísio Meira.

O sucesso do par romântico Glória -Tarcísio foi repetido, em seguida, na novela O homem que Deve Morrer (1971), de Janete Clair, em Cavalo de Aço (1973), de Walther Negrão, e em O semideus (1974), de Janete Clair.

Em 1975, Glória Menezes participou da novela O grito (1975), de Jorge Andrade, em que viveu a angustiada mãe de uma criança com problemas mentais. A parceria com Tarcísio Meira foi retomada, dois anos depois, em Espelho Mágico (1977), de Lauro César Muniz.

Em 1979, Glória Menezes interpretou Ana Preta na novela Pai Herói (1979), de Janete Clair. Dona de uma casa de samba, a Flor de Lys, Ana Preta vivia um triângulo amoroso com o personagem de Tony Ramos e o de Elizabeth Savalla. Em seguida, a atriz participou das novelas Jogo da Vida (1981) e Guerra dos Sexos (1983), de Silvio de Abreu.

Ainda na década de 1980, Glória Menezes participou de Corpo a Corpo (1984), de Gilberto Braga, no papel da vingativa Tereza. Em 1987, ao lado de Marília Pêra, protagonizou a novela Brega & Chique (1987), de Cassiano Gabus Mendes.

Em 1988, o casal de atores estrelou Tarcísio & Glória, seriado criado por Daniel Filho, Euclydes Marinho e Antonio Calmon. O programa inaugurou uma linha de co-produção na Rede Globo: além de atores, Tarcísio Meira e Glória Menezes eram também produtores, negociando patrocínios e merchandising e dispondo de participação nos lucros do empreendimento, inclusive nas vendas para o exterior.

Na década de 1990, Glória Menezes trabalhou em uma série de novelas do autor Silvio de Abreu, como Rainha da Sucata (1990), Deus nos Acuda (1992), A próxima Vítima (1995) e Torre de Babel (1998).

Em seguida, fez Porto dos Milagres (2001), de Aguinaldo Silva, na qual viveu a personagem Dona Coló, O Beijo do Vampiro (2002), de Antônio Calmon, no papel de Zoroastra, e Da Cor do Pecado (2004), de João Emanuel Carneiro, em que interpretou a Kiki.

Em Senhora do Destino (2004), de Aguinaldo Silva, Glória Menezes interpretou, ao lado de Raul Cortez, a Baronesa de Bonsucesso. No mesmo ano, a atriz participou ainda da minissérie Um só Coração (2004), de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, no papel de Camila Matarazzo. Na novela Páginas da Vida (2006), de Manoel Carlos, voltou a contracenar com Tarcísio Meira, com os dois interpretando marido e mulher. Em 2008, estreou em A favorita, de João Emanuel Carneiro, no papel de Irene Fontini, mulher do industrial Gonçalo Fontini, vivido por Mauro Mendonça.

No teatro, Glória Menezes participou de peças como Aluga-se Vagas para Moças de Fino Trato (1975), com direção de Amir Haddad, Tudo Bem no Ano que Vem, de Bernard Slade, que ficou em cartaz entre 1976 e 1981, Navalha na Carne (1981), de Plínio Marcos, Um Dia Muito Especial (1988), de Ettore Scola, Pigmaleoa (1993), de Millôr Fernandes, e E continua... Tudo Bem (1996), também de Bernard Slade, entre muitas outras.

Em 2000, atuou em Jornada de um Poema, com direção de Diogo Vilela, na qual interpretou uma paciente terminal de câncer. No palco, Gloria chegou a ficar nua e raspou o cabelo.

Em 2008, estreou o espetáculo Ensina-me a Viver, onde interpretava uma mulher de 80 anos, que se envolve com um homem 60 anos mais novo.

No cinema, além de O pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte, atuou em Lampião, Rei do Cangaço (1964), de Carlos Coimbra, Máscara da Traição (1969), de Roberto Pires, Independência ou Morte (1972), de Carlos Coimbra, O Descarte (1973), de Anselmo Duarte, O Caçador de Esmeraldas (1979), de Oswaldo de Oliveira, Para Viver Um Grande Amor (1984), de Miguel Faria Jr., e Se eu Fosse Você (2006), de Daniel Filho.

Fontes: Wikipedia; ClickCultural / Teatro.
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Grande Otelo

Grande Otelo, ator, humorista e cantor mineiro, é o principal ator negro de expressão internacional do país. Sebastião Bernardo da Costa (18/10/1915 - 26/11/1993), que tem o nome trocado para Sebastião Bernardes de Souza Prata, nasce em Uberlândia e desde criança gosta de circo.

Aos oito anos, é adotado pela atriz Iara Isabel Gonçalves, mãe de Abigail Parecis, jovem estrela de uma companhia mambembe, e muda-se com a nova família para o Rio de Janeiro. Aos 12, canta e interpreta Pastorelo, na ópera Tosca, no Teatro Municipal do Rio.

Foge de casa quando mãe e irmã adotivas viajam para a Itália. Passa algum tempo como menino de rua em São Paulo. É adotado pela segunda vez, por Maria Eugênia de Queirós, e começa a estudar.

Foge de novo, depois de vender um livro raro do pai adotivo para comprar um ioiô. Arranja outro tutor, Miguel Max, mas foge pela terceira vez, ansioso por voltar a morar no Rio de Janeiro.

Em 1935 é acolhido pela Companhia de Arte Jardel Jercolis, que o apresenta como "The Great Othelo", um deboche que junta o fato de ser negro, como o personagem de Shakespeare, a sua pouca estatura. Surge, então, seu nome artístico definitivo.

No mesmo ano estréia no cinema, no filme Noite Carioca, da Cinédia. Atua em mais de 140 produções, passando pelas chanchadas da Atlântida, em que forma com Oscarito a dupla mais famosa da comédia brasileira.

De 1938 a 1946 trabalha no Cassino da Urca, casa de espetáculos que marcou época no Rio de Janeiro. Torna-se uma estrela e recebe elogios de personalidades internacionais, como Josephine Baker e Sammy Davis Junior.

É convidado por Walt Disney a emprestar sua voz ao personagem de quadrinhos Zé Carioca, mas o contrato que tem com o cassino o impede. No teatro, suas peças de maior destaque de que participa são Sancho Pança e O Homem de La Mancha, em que contracena com Bibi Ferreira e Paulo Autran.

Atua em novelas, com destaque para Sinhá Moça e Uma Rosa com Amor, e tem seu último papel na TV em Renascer. Pouco depois de lançar o livro de poesias Bom Dia, Manhã, morre em Paris ao sofrer um infarto.

Principais filmes que participou

Noites Cariocas (1935), Onde estás, felicidade (1939), It’s all true (1942), Romance proibido (1944), Tristezas não pagam dívidas (1944), Segura esta mulher (1946), Este mundo é um pandeiro (1947), Carnaval no fogo (1949), Não é nada disso (1950), Aviso aos navegantes (1950), Carnaval Atlântida (1952), Amei um bicheiro (1953), Dupla do barulho (1953), Matar ou correr (1954), Malandros em quarta dimensão (1954), Rio Zona Norte (1957), De pernas pro ar (1957), Entrei de gaiato (1960), O dono da bola (1961), Assalto ao trem pagador (1962), Samba (1966), Macunaíma (1969), Se meu dólar falasse (1970), A estrela sobre (1974), A noiva da cidade (1978), Asa branca (1980), Brasa adormecida (1986), Tudo é Brasil (1997).

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Geysa Bôscoli

Geysa, Solange França e Marlene
Geysa Bôscoli (Geysa Gonzaga de Bôscoli), teatrólogo, escritor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 25/1/1907, e faleceu na cidade de Caxambu, MG, em 7/11/1978. Sobrinho da compositora Chiquinha Gonzaga, estudou no Colégio Alfredo Gomas e no Ateneu Boscoli, formando-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1927.

Ainda estudante, foi revisor do Jornal do Comércio e repórter do antigo O Imparcial, estreando como autor teatral em abril de 1927, no velho Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, com a revista em dois atos Pó-de-arroz, representada pela Companhia Trô-ló-ló.

A partir dessa época, escreveu várias outras revistas, sainetes e operetas, para diversas companhias. Fundou as revistas Ouro Verde e Show, os semanários A Comarca e Correio de Blumenau, da Santa Catarina, além de participar de vários órgãos da imprensa carioca. 

Em 1945 inaugurou o Teatro Regina, hoje denominado Dulcina, com a comédia O grande barqueiro. Em 1940 Orlando Silva gravou na Victor seu fox-blue Naná, enquanto Francisco Alves gravava na Columbia o fox Céu e mar (ambas com Custódio Mesquita e Jardel Jércolis). 

Pioneiro, levou o teatro musicado aos bairros em caráter permanente, lançando em 1948, em Copacabana, o Teatrinho Jardel, que foi o primeiro teatro de bolso, explorando musicais. Recebeu, pela sua atuação nesse teatro de 1950 a 1952, dois diplomas e duas medalhas de ouro, que o consagraram como o Melhor Produtor de Teatro Musicado. 

Foi presidente da SBAT durante seis anos consecutivos, recebendo os títulos de conselheiro benemérito da Casa dos Autores, e escreveu as duas primeiras revistas radiofônicas—consideradas como padrão para espetáculos radiofônicos — Adão e Eva e Carioca da gema, esta de parceria com Jorge Murad, ambas transmitidas pela Rádio Nacional. 

Escreveu o livro A pioneira Chiquinha Gonzaga, edição particular. Entre suas produções para o teatro musicado figuram: O gato de botas, levada no Teatro Municipal; A barca da Cantareira e O que eu quero é rosetá (ambas com Luiz Peixoto), Canta, Brasil (com Paulo Orlando e Luís Peixoto), além de É de colher e Bota o retrato do velho

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFOLHA.
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