sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Araken Patuska

Abraham Patuska da Silveira, conhecido como Araken Patuska, ou simplesmente Araken (Santos, SP, 17 de julho de 1905 — idem, 24 de janeiro de 1990) foi um craque do Santos Futebol Clube, muito antes do nosso querido Pelé.  Jogou no Santos, no São Paulo e no Flamengo. Era irmão de Ary Patuska, grande atacante do clube no período de 1915-1923.

Fez parte do primeiro time do Santos a entrar para a história, muito antes da era Pelé. Em 1927 formou com Siriri, Camarão, Feitiço e Evangelista o ataque dos cem gols dos quais 31 pertenceram a ele.

O fato desses jogadores terem marcado 100 gols em uma edição de Campeonato Paulista já seria algo marcante mas, o que chamou mesmo a atenção, foi o fato de terem levado apenas 16 partidas para alcançar esse número, resultando em uma média fantástica de 6,25 gols por partida que, até hoje, é recorde mundial de média de gols marcados em um campeonato oficial.

O ingresso de Araken no futebol teve um fato curioso: Araken estava na Vila Belmiro vendo o jogo amistoso entre Santos e Jundiaí, ele era filho do então presidente do Santos, Sizino Patusca, e foi posto para jogar em lugar de Edgar da Silva Marques, que havia passado mal momentos antes da partida. Araken, na época com apenas quinze anos, foi responsável por quatro dos cinco gols do Santos, no empate com o Jundiaí: 5 a 5.

Aumentou sua fama quando foi emprestado pelo Santos para participar de uma excursão à Europa, em 1925, do Paulistano, clube que não se profissionalizou. Jogando ao lado de outro craque, Arthur Friedenreich, o ótimo desempenho levou a que os jogadores brasileiros fossem chamados de "reis do futebol" pelos jornais franceses. Vaidoso, gostava de jogar usando uma boina.

Dono de um futebol rápido e elegante, Araken foi três vezes vice-campeão do Campeonato Paulista pelo Santos: 1927, 1928 e 1929. Nesse clube seria campeão somente em 1935, marcando um gol na última partida do campeonato, em São Paulo, contra o Corinthians, vencida por 2 a 0.

Foi o único jogador paulista a defender a seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1930 no Uruguai. Na ocasião, Araken estava brigado com o Santos e aproveitando a passagem do selecionado pelo porto da cidade, a caminho de Montevidéu, integrou-se ao elenco, contrariando os dirigentes paulistas. Sem contar com sua força máxima, o Brasil foi eliminado logo na primeira fase, sendo ele criticado pelos outros jogadores da seleção, que o teriam chamado de "bailarino".

Araken Patusca escreveu um livro sobre a brilhante atuação do Paulistano em campos europeus com o título de "Os reis do futebol".

Fonte: Wikipedia.
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Os primeiros reis do futebol

Hoje é até possível montar o time dos sonhos, mas antes só os deuses explicavam o surgimento dos esquadrões, que são a felicidade maior de uma torcida. Acima o timaço do Paulistano - em pé: Clodoaldo, Barthô, Sérgio, Nestor, Nondas e Abatte; agachados: Filó, Mário, Friedenreich, Araken e Netinho.
Os primeiros brasileiros a serem coroados reis do futebol não foram Pelé e Garrincha, como muita gente imagina. Mas os jogadores do esquadrão montado pelo Club Athletico Paulistano que, em 1925 encantou franceses, suíços e portugueses durante uma vitoriosa excursão à Europa.

O Paulistano foi o primeiro clube brasileiro a realizar uma temporada pelo Velho Mundo. O fato aconteceu em 1925 quando o Clube Atlético Paulistano cruzou o oceano para jogar na Europa. Foram os primeiros brasileiros a serem coroados “reis do futebol”. O time encantou franceses, suíços e portugueses.

Foram realizados dez jogos com nove vitórias e apenas uma derrota. Marcou trinta e um gols e tomou apenas oito. Uma campanha que mereceu os maiores destaques nos principais jornais da Europa, principalmente, depois da vitória sobre a seleção francesa por 7xl:  “Os brasileiros são mais perigosos, mais eficientes, pelo seu jogo fogoso, ardente, e insistente, em passes rápidos, seguros, e em investidas excessivamente velozes que deixam estupefato o adversário. São os reis do futebol”. – sentenciou o matutino francês Le Journal. O maior destaque ficou por conta do artilheiro Friedenreich que marcou onze gols.

A delegação do Paulistano embarcou no dia 10 de fevereiro, em Santos, no vapor Zelândia, do Lord Real Holandês, rumo a Cherburgo. O chefe da delegação era Orlando Pereira, veterano campeão do clube e diretor esportivo na época. Os jogadores foram os seguintes: Nestor e Kuntz (goleiros); Clodoaldo, Caetano, Guarani e Barthô (zagueiros); Sérgio, Nondas, Abatte, Juan e Maurílio (médios); Filó, Mário, Friedenreich, Seixas e Netinho.

Também seguiram com a delegação, como convidados, os jogadores Arakem Patusca do Santos, Junqueira e Seabra do Flamengo e Miguel Feite do Ypiranga. Os cronistas foram Américo Neto do jornal O Estado de São Paulo e Mário Vespaziano de Macedo do São Paulo Esportivo. Para fazer o tempo passar na longa viagem, foi organizado um grupo para animar a turma. Friedenreich ao violão, Miguel ao violino, Guarani no piano, Netinho na caixa de fósforo e Araken Patusca no chocalho e voz.

Foram mais de vinte dias viajando e, do porto onde desembarcaram até Paris, foram mais doze horas de trem. Não havia concentração no Hotel e “bicho” era coisa que nunca se tinha ouvido falar. Cada um levou seu dinheiro. Tudo era pago, menos as despesas extras.

A excursão foi patrocinada pelo Stade Français e, o dinheiro para as despesas com transporte, hospedagem e alimentação, saia das rendas dos jogos e do bolso de Antônio Prado Junior, presidente do Paulistano. Homem muito rico, vivia grande parte do ano na Europa. Na hora do divertimento, cada um pagava sua conta.

No dia 08 de março os jogadores do Paulistano já treinavam em um campo péssimo, castigado pela neve e pela chuva. O primeiro jogo aconteceu no dia 15 de março no estádio de Búfalos, em Mont Rouge, Paris. O adversário, a seleção francesa e o público de trinta mil torcedores. Os franceses abriram a contagem. Os brasileiros reagem e aplica uma goleada de 7x1. Três gols de Friedenreich e completando Mário, Netinho, Araken e Filó. O jogo consagrou o craque Friedenreich.

Os jogos foram:

Dia 15 de março – Em Paris – Paulistano 7 x França 1
- Gols de Friedenreich três. Mário. Netinho. Arakem e Filó.

Dia 22. Março – Em Paris - Paulistano 3 x Stade Français 1
- Gols de Friedenreich. Mário e Barthô.

Dia 28. Março – Em Cette - Paulistano 0 x Cette 1

Dia 02 de abril – Em Bordeaux – Paulistano 4 x Bastidienne 0
- Gols de Friedenreich três e Arakem.

Dia 04 de abril – Em Havre – Paulistano 2 x Seleção da Normandia 1
- Gols de Friedenreich e Netinho.

Dia 10 de abril – Em Estrasburgo – Paulistano 2 x Estrasburgo 1
- Gols de Friedenreich e Seixas.

Dia 11 de abril – Em Berna (Suiça) – Paulistano 2 x Auto Tour 0
- Gols de Filó e Mário.

Dia 13 de abril – Em Zurique - Paulistano 1 x Suiça 0
- Gol de Mário.

Dia 19 de abril – Em Rouen – Paulistano 3 x Rouen 2
- Gols de Mário dois e Friedenreich.

Dia 28 abril – Em Lisboa – Paulistano 2 x Portugal 0
- Gols de Filó e Friedenreich.

O interessante desta temporada é que, no ultimo jogo em Portugal, o segundo tempo durou apenas trinta minutos, a fim de que a delegação brasileira não perdesse o navio de retorno ao Brasil. A recepção em nossa terra foi vibrante. Desde Recife até São Paulo, os Reis do Futebol tiveram uma recepção como nunca tinha havido para uma delegação esportiva.

O time base do Paulistano nesta temporada formava com Nestor (Kuntz), Clodoaldo e Barthô; Sérgio, Nondas e Abatte; Filó, Mário, Friedenreich, Seixas (Araken) e Netinho (Junqueira).

Fontes: Museu dos Esportes; Revista Placar.
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Oscar Cox, o embaixador da bola

Oscar Cox (Oscar Alfredo Cox) nasceu no Rio de Janeiro em 20/1/1880, e faleceu na França em 6/10/31. Foi um dos fundadores do Fluminense Football Club e seu primeiro presidente, de 21 de julho de 1902 a 31 de dezembro de 1904.

Oscar era filho de George Emmanuel Cox, cidadão inglês nascido em Guayaquil, Equador, onde seu pai fora vice-cônsul da Inglaterra, e da carioca Minervina Dutra Cox, tendo Oscar nascido no Largo dos Leões, no bairro de Humaitá, na cidade do Rio de Janeiro. Seu irmão, Edwin Horácio Cox, um exímio driblador, foi considerado o primeiro grande craque tricolor.

Chegando ao Brasil em 1897 vindo de Lausanne, na Suíça, onde estudara no Colégio La Chatelaine, Oscar não imaginava a dificuldade que iria encontrar para praticar seu esporte favorito, o futebol. Naquela época, o Rio de Janeiro era dominado pelo críquete e parecia não haver espaço para outro esporte com bola.

Cox não desistiu. Tanto falou dos encantos do jogo aos amigos que conseguiu reunir um pequeno grupo de jogadores para ensinar as regras. Estava organizado o Rio Team. Mas surgiu outra dificuldade: arrumar adversários. Cox teve que recorrer aos ingleses do Rio Cricket and Athletic Association, de Niterói, que já haviam praticado o esporte em sua terra natal.

Rio Team - A primeira equipe de futebol montada no Rio de Janeiro. Atletas que representaram o Rio de Janeiro, na primeira partida contra os paulistas, em 19/10/1901. Em pé da esquerda para a direita: Mario Frias, Walter Schuback e Louis da Nóbrega; agachados: Oscar Cox, A. Wright e J. McCulloch; sentados: Francis Walter, Horácio da Costa Santos, Eurico de Moraes, Júlio de Moraes e Félix Frias. Foto tirada em 1901 ( acervo do F.F.C. )
A primeira partida, disputada em Niterói, no dia 1 de agosto de 1901, terminou empatada em 1 a 1 e foi assistida por quinze pessoas, público recorde para um esporte desconhecido.

Coube a Cox organizar também o primeiro jogo Rio-São Paulo, em 1901. Ele até mesmo tentou conseguir um desconto no trem que levou Central do Brasil não se comoveu. Os rapazes, entretanto, não tiveram problemas em pagar as passagens, já que eram todos endinheirados.

Os dois encontros entre os combinados carioca e paulista terminaram empatados (1 a 1 e 2 a 2). Os jogos foram marcados pela extrema cordialidade e camaradagem. Não houve nenhum pontapé e a imparcialidade do juiz mereceu brindes no jantar que comemorou o encontro. Um clima bem diferente daqueles que marcariam os futuros embates Rio-São.

O Fluminense Football Club em uma de suas primeiras formações, com Oscar Cox..
Em 21 de julho de 1902, no Rio de Janeiro, era fundado o Fluminense Football Club. A reunião foi presidida por Manoel Rios e secretariada por Oscar Cox e Américo Couto. Por proposta de João Carlos de Mello e Virgílio Leite, Oscar foi aclamado primeiro presidente do clube, assumindo então os trabalhos e passando Manoel Rios para secretário.

Como jogador, Oscar Cox foi campeão carioca em 1906 e 1908 atuando em cinco partidas, tendo disputado ainda mais quatro partidas amistosas, em 1902 e 1903.

Partiu para Londres, em 1910, definitivamente, tendo recebido no seu embarque uma mensagem de despedida assinada por sócios do Fluminense. Essa mensagem foi encontrada em seus pertences após sua morte, junto ao seguinte texto, escrito por ele: "Cresswell. In case of my death, send to Mario Pollo, secretary of Fluminense F. C. Rio de Janeiro" ("Cresswell. No caso de minha morte, enviar a Mário Pollo, secretário do Fluminense F. C., Rio de Janeiro"). Sua vontade foi atendida.

Após o seu falecimento, Oscar Cox teve seu corpo transladado para o Rio de Janeiro, sendo sepultado no cemitério de São João Baptista, Carneiro Perpétuo 2.068 - Quadra 38, no bairro de Botafogo, em 21 de outubro de 1931.

Em 21 de Julho de 1952, nas comemorações do cinqüentenário da fundação do Fluminense Football Club, no mausoléu de Oscar Cox foi inaugurada uma placa de bronze com a inscrição: "Viver e não deixar uma instituição atrás de si não vale a pena viver. Oscar Cox dirigiu a fundação do Fluminense Football Club, que, no seu Cinqüentenário, aqui grava sua gratidão e saudade". Uma homenagem do então presidente do clube, Fábio Carneiro de Mendonça.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar; Fluminense - A formação do Fluminense; IFFHS.
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