sábado, 28 de janeiro de 2006

Mecanismo geral da dependência

Hoje é dia do Portuário, portanto uma data muito especial para a minha querida cidade de Itajaí. Estou no site do Dr. Drauzio Varela e colo aqui a entrevista que estou lendo porque é um assunto que diz respeito a milhares de pessoas dependentes de drogas legalizadas ou não. Drauzio entrevista o Dr. Ronaldo Laranjeira, médico psiquiatra da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da UNIFESP:

Drauzio – Que mecanismo do corpo humano explica o processo de dependência da droga?

Ronaldo – Acho importante destacar que existe, no cérebro, uma área responsável pelo prazer. O prazer, que sentimos ao comer, fazer sexo ou ao expor o corpo ao calor do sol, é integrado numa área cerebral chamada sistema de recompensa. Esse sistema foi relevante para a sobrevivência da espécie. Quando os animais sentiam prazer na atividade sexual, a tendência era repeti-la. Estar abrigado do frio não só dava prazer, mas também protegia a espécie. Desse modo, evolutivamente, criamos essa área de recompensa e é nela que a ação química de diversas drogas interfere. Apesar de cada uma possuir mecanismo de ação e efeitos diferentes, a proposta final é a mesma, não importa se tenha vindo do cigarro, álcool, maconha, cocaína ou heroína. Por isso, só produzem dependência as drogas que de algum modo atuam nessa área. O LSD, por exemplo, embora tenha uma ação perturbadora no sistema nervoso central e altere a forma como a pessoa vê, ouve e sente, não dá prazer e, portanto, não cria dependência.Vários são os motivos que levam à dependência química, mas o final é sempre o mesmo. De alguma maneira, as drogas pervertem o sistema de recompensa. A pessoa passa a dar-lhes preferência quase absoluta, mesmo que isso atrapalhe todo o resto em sua vida. Para quem está de fora fica difícil entender por que o usuário de cocaína ou de crack, com a saúde deteriorada, não abandona a droga. Tal comportamento reflete uma disfunção do cérebro. A atenção do dependente se volta para o prazer imediato propiciado pelo uso da droga, fazendo com que percam significado todas as outras fontes de prazer.

Drauzio – Você diz que a evolução criou, no cérebro, um centro de recompensa ligado diretamente à sobrevivência da espécie. As abelhas, quando pousam numa flor e encontram néctar, liberam um mediador chamado octopamina, neurotransmissor presente nas sensações de prazer. Esses mecanismos são bastante arcaicos?

Ronaldo – O sistema de prazer é muito primitivo. É importante para as abelhas e para os seres humanos também. A droga produz efeito tão intenso porque age nesses mecanismos biológicos bastante primitivos.

Drauzio – Mecanismos tão arcaicos assim representam uma armadilha poderosa. Na verdade, provoca-se um estímulo forte que está mexendo com milhares de anos de evolução.

Ronaldo – Acho que estamos cada vez mais valorizando esse tipo de mecanismo. A droga é um fenômeno psicossocial amplo, mas que acaba interferindo nesse mecanismo biológico primitivo.

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

A existência de Jesus é levada à tribunal

Luigi Cascioli, um ateu, diz que a Igreja católica está enganando as pessoas há 2.000 anos com a fábula de que Jesus existiu e acusou o padre Enrico Righi de violar duas leis ao transmitir a notícia. Cascioli entrou com uma ação criminal contra Righi, seu antigo colega de escola, em 2002 depois que o reverendo escreveu num boletim da paróquia que Jesus verdadeiramente existiu, e que nasceu do casal Maria e José em Belém, e que viveu em Nazaré.

O ateu alega que a afirmação de Righi viola duas leis: a chamada "abuso de crença popular" na qual alguém engana fraudulentamente as pessoas; e "personificação", quando alguém obtém ganhos atribuindo um falso nome a alguém. Para Cascioli, a Igreja tem tido ganhos financeiros por "personificar" como Jesus um homem com o nome de João de Gamala, filho de Judas de Gamala.

Ele disse que não acredita que obterá sucesso numa Itália de imensa maioria católica, mas que está apenas dando um passo necessário para levar o caso à Corte Européia dos Direitos Humanos, onde pretende acusar a Igreja de "racismo religioso" (deu agora no Estadão - últimas notícias).
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Origens de alguns vocábulos - Parte 01

Confira as origens de alguns vocábulos da Língua Portuguêsa:

Adidas - O criador da marca chamava-se Adolf Dassler. O apelido de Adolfo é Adis, que ele juntou com a 1.ª sílaba de seu sobrenome.

Araruta - Conta-se que os estivadores do cais, ao descarregarem sacos da farinha, ouviam o nome inglês arrow root (raiz de arco), que lhes soava como "araruta", que acabou prevalecendo.

Arranca-rabo - Uma prova de valentia, nas brigas, era arrancar o rabo do cavalo do inimigo.

Babaca - Uma variante de boboca.

Baderna - Baderna vem do nome da bailarina italiana Marietta Baderna. Ela contribuia financeiramente com os revoltosos italianos do séc. XIX que lutavam pela unificação e contra a ocupação do Norte da Itália pela Áustria.

Biquíni - O criador das duas peças, o francês Louis Réard, usou o nome da minúscula ilha do Pacífico.

Boicote - Boicote (origem do verbo boicotar) vem de Charles Cunningham Boycott, homem intratável com quem os irlandeses se recusaram a fazer qualquer tipo de transação?

Brechó - Na boca do povo, o nome do criador deste tipo de loja, senhor Belchior, ficou assim transformado.

Camarada - O soldado que partilhava a câmara (= quarto) com o outro.

Candidato - Vem de cândido (= sem mancha), porque os candidatos tinham que apresentar uma vida imaculada.

Canibal - Vem de caribe (= selvagem), acrescentado do sufixo -al. Quem leu a carta de Colombo confundiu a letra “r” com a letra “n”.

Caratê - Cara (= vazia) + tê (= mão).

Carrasco - Vem do nome do mais famoso torturador de Lisboa: Sebastião Nunes Carrasco.

Catupiry - Queijo mole criado na estância hidromineral, para geriátricos de Lambari, em Minas Gerais.

Chiqueiro - Lugar de "chicos" ("porcos", para os portugueses).

Chope - Do alemão "schoppen” (= caneca).

Contrabando - Vem do italiano, em que "bando" significa "decreto" (= contra o decreto).

Contradança - Origina-se da expressão inglesa country-dance (dança rural).

Forró - Embora autores considerem-na forma reduzida de "forrobodó" (baile popular, confusão), outros atribuem sua origem à pronúncia inglesa "for all", designação de antigos bailes populares promovidos por empresários estrangeiros no Nordeste do Brasil.

Os meses - Janeiro: em homenagem a Janus, o deus que guarda as portas, no caso, a porta de um novo ano. Fevereiro: em homenagem a februa, uma festa de expiação dos pecados. Março: em homenagem a Marte, o deus da guerra para os romanos antigos. Abril: em homenagem a Afrodite, deusa da mitologia clássica. Maio: em homenagem a Maia, deusa da primavera. Junho: em homenagem a Juno, protetora das mulheres. Julho: em homenagem a Júlio , Imperador romano. Agosto: em homenagem a Augusto, também Imperador. Setembro: como o ano começava em março, este era o 7º mês. Outubro: 8º mês. Novembro: 9º mês. Dezembro: 10º mês.

Porca - Porca (parceira do parafuso). Tendo a oportunidade de morar em sítio e presenciar uma cópula de porcos pode-se verificar que o pênis do porco é muito parecido com um parafuso. Conta-se que essa é a razão pela qual chamamos de porca a peça na qual se atarracha o parafuso.

Presidente e presídio - Ironia das ironias - são palavras com origem comum. Presidente vem do latim praesidere, formado por prae (antes) e sidere (sentar-se, estabelecer-se). Praesidere por sua vez originou praesidiu, a força encarregada de proteger uma fortaleza. Mais adiante praesidiu passou a designar a própria fortaleza e, por extensão, cárcere. Que um candidato, ao almejar a primeira das palavras de raiz comum, não venha a acabar merecedor da segunda.

Fontes: Zarinha Centro de Cultura ; Você sabia? História da Língua Portuguesa; Casa da Mãe Joana, A (Reinaldo Pimenta) - Ed. Campus, Jornal dos Amigos; Por trás das Letras.
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