sábado, 5 de julho de 2014

Doenças em salões de beleza

Muitas pessoas não se dão conta das doenças que podem ser transmitidas em salões de beleza. Caso não sejam observados cuidados relacionados à higiene, o risco de contrair doenças é grande.

Segundo a terapeuta capilar Sandra de Assis Maia, da clínica Alto Stima, o número de doenças causadas pelo uso compartilhado de objetos vêm crescendo a cada dia: "As pessoas estão sempre com horários corridos, e isso impede que elas percebam que ao usar objetos compartilhados nos salões de beleza podem estar adquirindo algumas doenças, principalmente quando falamos em objetos cortantes. A pessoa pode ser infectada por fungos, bactérias e até mesmo vírus ao cuidar dos cabelos no salão", afirma a terapeuta.

Mas calma, não se desespere. Também existem muitos mitos quando se fala sobre o uso de objetos compartilhados nos salões. Não é preciso deixar de frequentar o salão, mas é hora de ficar mais atenta. Veja o que é mito e o que é verdade:

Escova de cabelo pode transmitir doenças - Verdade. O compartilhamento desse objeto contaminado pode levar a uma infecção fúngica (micose) conhecida como pitiríase versicolor.

Retirar os fios de cabelos da escova é o bastante para que ela fique limpa - Mito. É recomendado que a limpeza seja feita por meio da lavagem com água e detergente, tanto nas escovas quanto nos pentes.

Água sanitária também pode ser usada na hora de higienizar escovas e pentes - Verdade. O uso de água sanitária também é indicado para retirar todas as impurezas dos objetos.

Escovas de metais não precisam ser higienizadas - Mito. Qualquer tipo de escova seja ela metálica, porcelana, plástica e almofadada deve ser higienizada corretamente, principalmente quando se fala em uso compartilhado.

Tesouras e lâminas de barbear podem transmitir hepatite - Verdade. O risco de transmissão da hepatite através de instrumentos compartilhados tais como lâminas de barbear e tesouras podem transmitir a doença. Principalmente homens que fazem a barba, esses devem checar atentamente sobre a higienização do material que será utilizado.

Pode se pegar piolhos somente se pentear os cabelos com pentes e escovas que não foram esterilizados - Mito. Este parasita são dificilmente visíveis e são transmitidos facilmente de pessoa para pessoa através do contato corpóreo e do compartilhamento de vestimentas (capas utilizadas na hora de cortar o cabelo) e objetos como: pentes, escovas e toucas. A infestação por piolhos causa coceira intensa e pode afetar qualquer área da pele, em especial o couro cabeludo.

Usar o mesmo lavabo sem higienizar pode transmitir alguma doença capilar - Mito. Doenças capilares só se pegam quando há contato direto com o couro cabeludo, no caso do lavabo a pessoa está mais propícia a ter uma doença de pele. Algumas pessoas vão de bermudas para o salão, com isso o contato da pele com cadeiras e lavabos pode ocasionar doenças de pele e não capilares. O correto é passar um pano com álcool para limpar toda a área.

Dermatite Seborreica pode ser contraída por meio de escovas de cabelos - Verdade. A dermatite seborreica pode ser contraída por meio de pentes e escovas. A doença é uma inflamação crônica da pele. Ela ataca o couro cabeludo sob a forma de lesões avermelhadas que descamam e coçam. Para tratar a doença existem medicamentos específicos para a pele e o couro cabeludo capazes de controlar os sintomas.

A Anvisa liberou o uso do formol somente nas escovas progressivas feitas pelos salões de beleza - Mito. A quantidade permitida pela Anvisa é de 0,2%, com a função de conservante. Todo cliente deve checar com o cabeleireiro qual a quantidade que será utilizada na hora do procedimento.

Escova progressiva pode causar câncer - Verdade. A inalação pode causar câncer no aparelho respiratório, dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória, irritação e sensibilização do trato respiratório. Pode ainda causar graves ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia. O contato com a pele (couro cabeludo) causa irritação, dor e queimaduras.

As máquinas de cortar cabelo tem algum risco de se contrair o vírus do HIV - Verdade. Os objetos cortantes ou perfurantes contaminados com sangue fresco visível podem ser um risco se cortarem ou perfurarem a pele - ou seja se a máquina foi utilizada num soropositivo e fez um corte ficando contaminada com sangue e logo a seguir for utilizada noutra pessoa e também fizer um corte acidental, existe um risco de exposição ao HIV nesta pessoa. Segundo Sandra, uma máquina de barbear ou cortar cabelo faz apenas uma ferida superficial na pele, o risco é menor, mas existe.


Fonte: Vila Mulher / Texto: Jessica Moraes
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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Perito vendedor de vaga em liquidação

De repente ficou sem emprego. Tinha nove anos de casa. O patrão era desses muito bonzinhos, que preferem indenizar e botar no olho da rua, baseado na Lei, enfim... essas bossas. O que eu sei é que ficou desempregado e me conta as virações em que tem se metido para arrumar, enquanto a situação estiver assim, mais pra urubu do que pra colibri.

— Com o dinheirinho da indenização, meu caro Stan... já quebrei galho às pampas. Ninguém tem erva viva, meu querido. Tá tudo with the face and the rage.

Ele fala muito bem inglês e, por isso, returning to the cold cow, gosta de traduzir para a língua de Robert Field as expressões do nosso idioma. Mas deixa isso pra lá e prossigamos com o raciocínio lá dele.

— Tá tudo duro, Stan... com o dinheirinho da indenização, vendi meu carro, por cinco milhões a prazo e, no dia seguinte, fui lá na agência onde vendera e comprei por três milhões à vista. Eles aceitaram logo.

— Mas como é possível! Em menos de 24h ficaram devendo a você dois milhões de cruzeiros, à-toa?

— Claro... É aí que the pork twist the tall. A bagunça é tão grande que ninguém se importa de dever. Todo mundo quer é segurar no dinheiro vivo para sentir no tato que ele ainda existe.

— Sim... mas vem cá...  Não há de ser só com isso que você consegue se sustentar.

— Ora, claro que não. Stan, por favor, put the horse out of the rain... Há outras maneiras da gente ir se aguentando. Eu acabo de descobrir uma excelente colocação para mim.

— Emprego público?

— De certa forma sim, já que a colocação é na via pública. Eu sou “Perito Vendedor de Vaga”.

— ???

— Pois é. Chego à porta de uma loja, de madrugada, e fico parado em frente. Vai logo formando uma fila atrás de mim, pensando que no dia seguinte haverá “queima geral”, "grande liquidação”, essas besteiras que eles inventam para enganar a plebe ignara. Ai, quando chega de manhã e a loja vai abrir, eu grito: “Quem quer comprar a minha vaga?”. Aparece logo uma porção de gente querendo comprar. Outro dia, à porta do tal de “Ponto Frio” vendi a vaga por cem contos.


Fonte: Jornal "Última Hora", de 01/04/1965 — Coluna de Stanislaw Ponte Preta.
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Paracetamol e seus riscos

Os medicamentos à base de paracetamol estão entre os mais vendidos no Brasil e no mundo e são indicados para o tratamento de febre e dores leves ou moderadas, especialmente com fraca ação anti-inflamatória. Apesar disso, alguns estudos têm colocado em cheque a segurança desse tipo de medicação.

Um recente levantamento feito pela organização ProPublica, dos Estados Unidos, mostrou que, entre os anos de 2001 e 2010, cerca de 150 americanos morreram por ano devido a intoxicações após o consumo de paracetamol. De acordo com o farmacêutico e professor da Universidade Federal do Piauí, Dr. Lívio César C. Nunes, tal relação pode realmente existir, mas algumas ressalvas devem ser feitas.

"O acetaminophen, como é conhecido o paracetamol nos EUA, é um dos fármacos mais utilizados no país, segundo o órgão regulador local. O uso indiscriminado de medicamentos oferece perigos à saúde do homem, mesmo com um medicamento como o paracetamol, que não é potencialmente tóxico, desde que seja usado sob as dosagens terapêuticas indicadas e tendo-se todo o cuidado com as interações medicamentosas", afirma Dr. Lívio Nunes.

Atualmente, várias são as indicações do paracetamol para adultos, entre elas dores associadas a gripes e resfriados comuns, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas e dores associadas a artrites e cólicas menstruais. Para o professor, uma associação entre baixo custo e eficácia é o principal fator que aumenta a procura pelo remédio.

"O medicamento tem início de efeito cerca de 15 a 30 minutos mais rápido do que o seu principal concorrente no Brasil, além de ser seguro em doses terapêuticas, possuir baixo custo e ser de venda livre, o que facilita o acesso. Nos EUA, até pouco tempo atrás, ele era o único antipirético e analgésico indicado, o que provocou falsa sensação de segurança", completa Dr. Lívio Nunes.

Riscos do paracetamol

A hepatotoxicidade é o principal risco do uso do paracetamol, especialmente em situações de maior suscetibilidade, como o consumo de álcool, idade, etnia e interações medicamentosas com outros fármacos nocivos ao fígado. No entanto, mesmo na presença desses fatores, o perigo é raro, desde que a administração medicamentosa seja feita em doses terapêuticas.

"A toxicidade pode resultar da ingestão de uma única dose tóxica, de ingestão repetida de grandes doses e de ingestão crônica da droga. A necrose do fígado é o efeito tóxico agudo mais grave associado à superdosagem e é potencialmente fatal. Ela se manifesta por náuseas, vômitos e dor abdominal, geralmente ocorrendo 2 a 3 horas após a ingestão de doses tóxicas. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. O diabético também deve estar atento, pois algumas apresentações comerciais contêm sacarose", alerta o professor.

O paracetamol também deve ser evitado em outras condições, como hipersensibilidade ao medicamento ou aos outros componentes da fórmula. Além disso, a administração repetida é contraindicada em pacientes com anemia, doença cardíaca, pulmonar, renal ou hepática.

"A possibilidade de ocorrência de toxicidade hepática é um dado importante em pacientes pediátricos que recebem doses múltiplas e excessivas de paracetamol. A dose pediátrica deve sempre ser calculada segundo o peso corporal, não se excedendo a dose máxima permitida. Os idosos são mais susceptíveis aos efeitos tóxicos no fígado. Atenção também às apresentações, pois os comprimidos revestidos (500 e 750mg) são contraindicados para menores de 12 anos", destaca Dr. Lívio Nunes.

Regulamentação

O Conselho Federal de Farmácia, por meio da resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013, regulamentou a prescrição farmacêutica de medicamentos, pois não só o paracetamol, mas inúmeras outras drogas isentas de prescrição necessitam ser bem orientadas quanto ao seu uso. Por isso, é importante lembrar que existem medicamentos isentos de prescrição, mas que estes não estão isentos de diagnóstico preciso da enfermidade para a qual eles serão usados.

"Um medicamento, mesmo isento de prescrição, pode levar a problemas, como a intoxicação medicamentosa, podendo assim representar graves perigos à saúde se usado incorretamente. Uma solução a longo prazo seria a implantação de uma política de educação voltada para a população na atenção básica, através da inserção do profissional farmacêutico junto ao programa da estratégia da família, no qual ele poderia levar a informação diretamente a toda a população, promovendo o uso racional de medicamentos", finaliza o especialista.


Fonte: Idmed / Texto: Dr. Lívio César Cunha Nunes
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