domingo, 13 de novembro de 2011

Madame e o freguês

A jovem senhora estava colocando as suas meias fumê, vestindo-se para ir a um jantar, quando ouviu um barulho na sala. Distraída, assim mesmo como se encontrava, nos trajos mais íntimos, foi até lá ver o que era. Foi aí que deu com o homem sentado no sofá.

Ela arregalou os olhos de espanto, ficou embatucada, olhando para o homem, mas este nem ao menos se preocupou com o seu susto. Continuou sentado no sofá. Ela — logo que teve forças — correu para o quarto, trancou a porta e telefonou para a amiga:

— Fulana, tem um homem aqui na sala, sentado no sofá.

— Não é seu pai? — perguntou a amiga, que ainda não sentira o drama.

— Se for papai é pior — ela exclamou nervosíssima.

— Por quê?

— Porque papai já morreu.

Só então a amiga percebeu o drama que ela vivia. Meu Deus, e se fosse um ladrão: — Tinha cara de ladrão? — perguntou a amiga.
Não, não tinha. Parecia um senhor numa sala de espera de escritório. A amiga concordou que certos ladrões sabem disfarçar-se muito bem. Mas teve um plano.

— Desliga o telefone que eu ligo para aí de novo. Você não atende, entendeu? Deixa que ele atenda lá na sala. Quando ele atender eu digo a ele para ir embora.

Era um plano dos mais mixurucas, conforme os leitores podem concluir, mas foi tentado. O telefone tocou, tocou e nada de o homem se mancar e atender, lá na sala. Vendo que a amiga ia ficar tocando em vão, madama atendeu, no quarto.

— Ele foi embora? — quis saber a amiga.

Madama não sabia, mas bolou outro plano:

— Eu vou destrancar a porta do quarto e ver. Mas, pelo amor de Deus, ligue de novo e dê quinze chamadas, se eu não atender até a décima-quinta, você chame a Polícia, porque o homem deve ter-me atacado.

Desligou o fone a tremer de medo e caminhou resoluta para a porta. Meteu a mão na chave e virou suavemente. Depois que a porta abriu, meteu a cara e espiou. Ué... não havia mais homem nenhum no sofá. Tomou coragem e caminhou pela sala. Chegou a dar um gritinho de espanto, quando o telefone recomeçou a tocar. Mas devia ser a amiga. Pôs-se a percorrer o apartamento todo. Nada do homem. Tinha ido embora. O telefone continuava tocando:

— Meu Deus! — pensou ela: — Eu não contei as batidas. Se chegar a quinze, Fulana desliga e chama a Polícia.

Deu um salto e atendeu. A amiga aflita explicou que dera dezoito chamadas para estar certa de que ela tinha morrido.

— Não morri — disse Madama: — O homem sumiu.

— Ora essa! — exclamou a outra, um tanto decepcionada.

E as duas conversaram um pouquinho, ainda prenhes de nervosismo, sobre o homem misterioso. Só então Madama se lembrou de que estava de calcinhas e meias fumê.

— Chi... tenho que acabar de me vestir — e desligou.

Já estava quase pronta, quando se lembrou de que deixara o batom na sala. Caminhou até lá, e ao transpor a porta olhou casualmente para o sofá. Deu um berro. Havia um homem sentado.

— Mas o que é isso, meu bem — estranhou o homem, num pulo.

Ai... felizmente o homem era seu marido. Madama, já agora num misto de nervosa e encabulada, contou tudo que acontecera. O marido ouviu tudo calado e tranqüilo, só não gostando do pedaço em que sua mulher entrou na sala de calcinhas e meias fumê, para ser vista pelo homem.

— E por que ele estava sentado aí? — perguntou ela, necessitada de uma explicação para o drama que vivera.

— Simples, meu bem. Você já não ouviu dizer que aí no andar de baixo há um apartamento suspeito de uma senhora que mantém um "rendez-vous"? Então... o camarada entrou aqui pensando que fosse o apartamento de baixo.

— Mas como é que ele não se espantou quando me viu de calcinhas, com estas meias?

— Ora, minha filha... se há uma coisa que não espanta é ver uma mulher passar nestes trajos, numa sala de "rendez-vous".

A mulher ficou a pensar um pouquinho. De fato, o marido tinha razão. Levantou-se, apanhou o batom e se pintou. Depois saíram, foram ao tal jantar e só de madrugada, ao voltar do banheiro sem maquilagem, com o marido já deitado para dormir, é que fez a derradeira pergunta, que a vinha intrigando desde o ocorrido:

— Meu bem...

— Hummmm... — gemeu o marido, tonto de sono.

— Mas por que o homem foi embora sem dizer nada?

— Porque, quando você se trancou no quarto só de calcinhas e meias, ele pensou que você estivesse com algum freguês e achou que não valia a pena esperar.

Fez-se silêncio e instantes depois Madama começou a chorar. O marido levantou a cabeça do travesseiro e perguntou intrigado:

— Uai... você está chorando por quê?

— Porque você achou... — disse ela entre soluços — ... que o homem foi embora porque achou que não valia a pena esperar.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora
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sábado, 12 de novembro de 2011

A origem do chiclete

No século XVI, os colonizadores europeus descobriram que os indígenas norte-americanos tinham o hábito de mascar a resina de uma árvore chamada abeto vermelho. Na América Central, os nativos de Nahuatl, da península do Iucatã, preferiam a resina do sapotizeiro (Achras Sapota), que chamavam de chictli ou txicli, palavra que deu origem a chicle em inglês.

As primeiras gomas de mascar datam do século XIX, quando em 1860, Antonio López de Santa Anna (presidente e general mexicano exilado nos EUA) levou para a América do Norte uma resina cremosa (látex) a que chamavam chicle. Apresentou-a a Thomas Adams Jr, um fotógrafo e inventor nova-iorquino, que tentou, sem sucesso, vulcanizá-la, utilizando-a depois para o fabrico de gomas de mascar que se tornaram um sucesso. Mais tarde, em 1872, melhorou-lhes o sabor, acrescentando um pouco de licor ou alcaçuz, o que agradou aos seus clientes.

As duas grandes guerras mundiais, principalmente a segunda, contribuíram para o aumento da popularidade da goma de mascar ou chiclete (de "Chiclets", uma marca Adams), não só nos EUA mas também um pouco por todo o mundo. Era tida como terapia relaxante para o stress diário de que as pessoas eram vítimas. E também para evitar o congelamento do maxilar durante as emboscadas noturnas.

Com o aumento do seu consumo, os fabricantes tiveram de procurar novos produtos que substituíssem as resinas naturais. Surgiram novos tipos (sem açúcar, com novas cores, novos sabores, novos formatos, etc.) e novas marcas de chicletes.

No Brasil, a fabricação e a venda do produto iniciou-se em 1945, sendo Natal a primeira cidade brasileira a conhecer o produto, e usá-lo.

Fontes: Wikipédia; Superinteressante.
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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

As origens da Lua-de-Mel

A origem da Lua-de-Mel tem várias versões. A expressão vem do inglês honeymoon: na Irlanda, na Idade Média, os jovens recém- casados tinham o costume de tomar uma bebida fermentada chamada mead, composta de água, mel, malte, levedo, entre outros ingredientes. A poção deveria ser consumida durante um mês (ou uma lua). Por isso esse período passou a ser chamado de lua-de-mel.

A mais conhecida diz que o termo surgiu com antigas tribos germânicas que se casavam e, durante um mês inteiro, na lua nova, tomavam uma mistura bem doce feita com mel para terem sorte.

Outra versão afirma que em Roma Antiga, após o casório, o homem tinha que capturar a amada e levá-la para um lugar secreto, onde o pai da noiva não pudesse encontrá-los. O casal obrigatoriamente tinha que ficar escondido durante quatro luaus, que duravam cerca de um mês. Nesse período eles bebiam uma mistura afrodisíaca, adocicada com muito mel, até que a mulher se rendesse ao seu novo parceiro.

A que reponta mais a antiguidade é de dois mil anos antes de cristo, na Babilônia, o pai da noiva oferecia ao genro hidromel, para ser consumida nos 30 dias imediatos ao casamento, quando os noivos comemoravam, só entre eles, a união matrimonial. Na época, a contagem dos dias era feita pelo calendário lunar, razão pela qual esse período de comemoração ficou conhecido como "lua de mel".

Existia a tradição de que os casais recém-casados deveriam consumir esta bebida durante o primeiro ciclo lunar após as bodas para nascer um filho varão. Daí surgiu a tradição atual da lua de mel.

Fontes: Wikipedia; Portal São Francisco; Superinteressante.
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