segunda-feira, 28 de abril de 2008

O catarinense Nuno Roland

Reinold Correia de Oliveira, o Nuno Roland (1/03/1913 – 20/12/1975) foi um dos grandes cantores da época de ouro do rádio brasileiro. Natural de Joinville, SC, começou a cantar profissionalmente em 1931 num cassino de Passo Fundo, RS e depois em Porto Alegre. Durante sua passagem pelo Rio Grande do Sul conheceu Lupicínio Rodrigues, de quem se tornou amigo.
Em 1934, seguiu para São Paulo onde fez grande sucesso se apresentado inicialmente na Rádio Record e depois na Rádio Educadora Paulista. Foi em São Paulo que adotou o nome artístico de Nuno Roland.

Em 24 de agosto de 1934, gravou na Odeon seu primeiro disco com as canções Pensemos num lindo futuro e Cantigas de quem te vê, de Ulisses Lelot Filho. Atuando principalmente como crooner de orquestras, passou a cantar vários gêneros musicais, inclusive estrangeiros.

Em 1936 mudou-se para o Rio de Janeiro onde assinou contrato com a Rádio Nacional, estreando na inauguração dessa emissora em 12 de setembro daquele ano.

Apesar de sua presença constante no rádio e no disco, só alcançou o sucesso em 1947, com a marcha carnavalesca Pirata da perna de pau, de João de Barro, gravada na Continental. Nessa gravadora, viveu a melhor fase de sua carreira, em que lançou os sucessos Fim de semana em Paquetá, Tem gato na tuba (ambas de João de Barro e Alberto Ribeiro), Tem marujo no samba (João de Barro), em dueto com Emilinha Borba, Lancha nova (João de Barro e Antônio Almeida) e os hinos dos clubes cariocas Botafogo e Olaria, da série composta por Lamartine Babo.

A partir dos anos de 1960, declinou sua atividade profissional, gravando esporadicamente.
Leia mais...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Quiosque 15

Há um quiosque aqui em Balneário Camboriú, mais exatamente de número 15 (são barzinhos no calçadão da Avenida Atlântica, onde a gente escuta o mar e musiquinha tipo bate-estaca) onde a paixão de alguma coisa bate de frente com uma outra paixão, que não deixa de ser parecida... Não leitores, não é algo parecido com romance ou coisa parecida. É realmente, desculpem-me, a paixão pelo futebol! Então este quiosque chama-se Brasil! Porque é assim o brasileiro, defendendo o seu time, enquanto toma sua cervejinha, rindo e tirando sarro do seu amigo, torcedor de um outro time. Isso não existe no voley, no tênis, no golfe (golfe?) ou no basquete.... tem que ser futebol, tem que ser Vasco, Flamengo, Inter, Fluminense, São Paulo, Santos, Sport Recife e mais uma centena de times, mas times de futebol! Abaixo algumas fotos do "quiosque encantado"... rs ...rs...rs:

DSC02652
Aqui exceção na paixão futebolística. Na foto o seu Túlio apaixonado por "long plays" (tem a maior coleção desses discos antigos aqui em BC). Mas também acompanhando o futebol...

DSC02654a
Nesta foto o gerente do quiosque futebolístico: o Lincon... botafoguense roxo!

DSC02655
Finalmente, o Nicholas (tricolor paulista), Túlio Wolwerine (flamenguista) e eu, Ever, humilde torcedor do Peixe. E querem saber: o resto das fotos (as melhores) ficaram uma droga! Tenho que comprar uma câmera decente. Para provar o amor do brasileiro ao futebol (isso é desnecessário, tudo mundo sabe disso, mas achei uma jóia da MPB e tenho que compartilhar isso) apresento abaixo um documento histórico que morri de tanto rir, quando escutei (apertem ali embaixo do passarinho do lado direito):

No boteco do José (marcha/carnaval, 1946) - Wilson Batista e Augusto Garcez

Linda Batista

Vamos lá
Que hoje é de graça
No boteco do José
Entra homem, entra menino
Entra velho, entra mulher
É só dizer que é vascaíno
Que ali tudo lelé

Solta foguete até de madrugada
Canta-se o fado bebendo a champanhada
Segunda-feira só abre por insistência
Quando o Vasco é campeão
Seu José vai à falência!

Vamos lá
Que hoje é de graça
No boteco do José
Entra homem, entra menino
Entra velho, entra mulher
É só dizer que é vascaíno
Que ali tudo lelé
Leia mais...

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A história de Auta

Nasci na cidade de Balneário da Barra do Sul, Estado de Santa Catarina, no dia 31 de Janeiro de 1937, tenho hoje 71 anos. Sou de uma família de oito irmãos, sendo cinco mulheres e três homens.

Aos quatro anos perdi minha mãe, que faleceu com trinta e seis anos. Meu pai após nove meses de viúvo, casou-se com a cunhada que também era viúva e tinha três filhos menores.

Após o casamento do meu pai viemos morar em Guaramirim-SC, onde ingressei na escola e fiz o primário com uma ótima professora que até hoje tenho na memória. Mudamos para Joinville-SC, morei apenas um ano, pois meu pai contraiu um câncer no esôfago e veio a falecer com quarenta e nove anos, no dia 07 de Julho de 1952. Tendo eu apenas quinze anos.

Amava muito meu pai, por não ter mãe meu apego por ele era maior, uma vez que ele me protegia demais, devido ao fato de eu ter bronquite.

Conhecia uma irmã Franciscana, minha professora de catecismo em Guaramirim, que hoje chamamos de catequese. No mesmo mês do falecimento do meu pai esta irmã me convidou para vir morar com ela, pois a mesma havia aberto uma casa de meninas em Itajaí. Foi naquele momento o maior presente que recebi, eu não queria ficar com a madrasta, como eu chorava muito pela morte do meu pai, a madrasta disse: “Vou te levar para casa das irmãs franciscanas, não posso ficar contigo dessa maneira sempre chorando”.

No dia 24 do mesmo mês, chegamos na frente da dita casa. Quando minha madrasta leu: “Asilo Dom Bosco”, espantou-se com o nome e disse: “Vamos de volta para casa, aqui não ficas, os teus irmãos vão falar que teu pai faleceu e eu te coloquei num asilo. Moço toca esse trole, que vamos para a agência comprar passagem.” Eu gritei fortemente: “Eu quero ficar aqui”.

Diante da minha insistência ela falou: “Então vamos ver como é isso aí”. Batemos na portaria, veio a Irmã nos atender. Fiquei encantada com seu atendimento. “Você vai ser uma menina feliz aqui na nossa casa”. Disse a irmã.

Durante três anos trabalhei na limpeza, cozinha e as irmãs gostavam do meu trabalho. Procurava fazer tudo bem feito.

Após esse período chegou um senhor que todas nós gostávamos muito. Seu Silveira Junior e disse: “Irmã vou arrumar um trabalho para essa moça, o jeito dela me agrada”. Eu já tinha dezoito anos, ele falou comigo, eu expliquei que eu era simples e humilde, então ele disse que haveriam pessoas para me ajudar.

Concordei e comecei a trabalhar dia 01 de Julho de 1955. Melhorou bastante, já tinha meu dinheirinho, isso era importante. Fui trabalhar na Pátria Cia de seguros.

Nesta época eu morava no asilo, trabalhava fora e minhas amizades eram as pessoas da própria igreja. Foi então que conheci um jovem começamos a namorar e noivamos. Padre Bertolino Schilikimann, como coordenador do asilo, ao saber que eu estava noiva disse: “Você tem que deixar esta casa”. Onde eu prontamente respondi: “Isso só a irmã decide, aqui é minha casa”.

Ao chamar a irmã, conversamos sobre minha permanência na casa. A mesma respondeu ao Padre Bertolino: “De jeito algum, vou fazer a festa de casamento dela aqui no asilo”.

Assim aconteceu, dia 30 de setembro de 1961, casamos. Fui viver uma vida a dois que foi muito e continua sendo maravilhosa. Temos 3 filhos, 2 homens e uma mulher. Que são maravilhos . Temos 4 netos lindos demais!

Esta é um resumo da minha história. Mesmo com as dificuldades, agradeço os momentos felizes e me considero uma pessoa FELIZ!

Obrigada a todos!

Auta Coelho

Leia mais...