segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Quando começou o uso do óculos?

Quando os homens começaram a usar óculos? A invenção dos óculos, é dessas como a bússola, a imprensa, a pólvora - sobre cuja paternidade há mais de uma suposição. A História dos óculos está diretamente ligada à História do cristal, e muitos séculos já tinham se passado desde que o homem começara a usar lentes com armações, para compensar algumas deficiências da vista, quando foi descoberto um sistema eficaz de fundição de vidro ótico satisfatório à indústria dos opticistas.

A preparação do cristal comum era do conhecimento das primeiras civilizações do Oriente e do Mediterrâneo; atribui-se geralmente aos fenícios a invenção do vidro, mas há historiadores que afirmam que aquela arte não era privilégio dos engenhosos "filhos de Moloch”.

Sabe-se que 4.000 anos antes de Cristo conheciam os egípcios um técnica de, em alta temperatura, transformar o cristal em massa vítrea a fim de o empregarem na manufatura de vasos, garrafas, objetos de adorno pessoal e outros artigos de vidro. Não há, porém, notícia de que eles obtivessem a fusão do cristal para usos óticos.

Somente no ano de 1800 da nossa era o suíço Luís Guinand descobriu um modo de preparar grandes blocos de cristal próprio para lentes de óculos, fundindo-os (os blocos) homogeneamente. Aos trabalhos de Guinand seguiram-se os do alemão Utzschneider, em 1806, e a indústria ótica quase chegou à perfeição com as experiências de Joseph Fraunenhofer — o inventor do espectrômetro.

Fraunenhofer discriminou os sete elementos químicos contidos no vidro e que eram apenas suspeitados pelos cientistas antigos: oxigênio, sódio, alumínio, silício, potássio, cálcio e chumbo. A fundição científica do vidro também não deve pouco às pesquisas e trabalhos práticos de um sacerdote inglês de nome Hacout.

Consta que quando Marco Polo visitou a China em 1269, admirou-se ao ver os súditos de Cublai-Cã, suprindo com vidros adequados certas anomalias oculares. Parece mesmo que em época mais remota, aí pelo quinto século antes de Cristo, os contemporâneos de Kon-fug-tse já usavam óculos, rudimentalíssimos  é de crer-se, para melhoria da visão. Mas, as toscas lentes dos chineses estavam longe de prestar o auxílio requerido realmente pela vista, e seus óculos, ou como se chamassem, tinham principalmente caráter de amuleto.

Na Europa, fizeram os óculos sua entrada pelos fins do século XIII; e o grande sábio inglês Roger Bacon, ao falecer, em 1294, legou à civilização, entre seus muitos escritos, preciosas informações sobre lentes de aumento. No entanto, no terreno prático, considera-se “Pai dos óculos” o italiano Salvino D’Armato. Comprova esse asserto uma lápide existente na Igreja de Santa Maria Maior, em Florença, com a seguinte inscrição, em italiano: “Aqui jaz Salvino D’Armato, dos Armati de Florença, inventor dos óculos. Deus lhe perdoe os pecados. Faleceu em 1317.” Na mesma época, viveu em Pisa, no Convento de Santa Catarina, um frade dominicano chamado Alexandre de Spina; foi também um dos primeiros construtores de óculos, conforme atestam antigas crônicas que relatam sua morte, em 1313.

Nascido na Itália, passou o invento para a Alemanha, situando-se em Nuremberg o centro irradiador do fabrico de óculos; multiplicaram-se os artífices e, ao findar a Idade Média, a profissão de fazedor de óculos era tão comum como a de ferreiro ou carpinteiro, especialmente na Holanda e na Inglaterra, onde, em meados do século XVII, se fundou a primeira Real Sociedade de fabricantes de óculos.

Não será exagero dizer-se que a esses modestos obreiros muito deve a Astronomia, pois os modernos instrumentos astroscópicos, de certo modo, são o resultado das observações, casuais ou propositadas, feitas por aqueles constantes manuseadores de lentes e cristais; e, direta ou indiretamente, os atuais telescópios-gigantes prendem-se aos experimentos desses bem antigos fabricantes de óculos.

No princípio do século XVII vivia na pequena cidade de Midelburg, Holanda, um polidor de lentes, Hans Lipershey. Conta-se que um dia, deixando abandonada a oficina, nela entraram seus dois filhos pequenos, um casal. Mexe aqui, mexe acolá, os dois curiosos garotos, ao acaso pegaram duas lentes: uma que, refratando as imagens, diminui-as; outra que as aumentava. Olhando pela janela através dessas lentes unidas, os meninos notaram que a torre da igreja distante se aproximava — como se a igreja se achasse à metade da distância real.

Quando Lipershey chegou, as crianças lhe descreveram o novo passatempo; Hans levou em consideração a descoberta dos filhos e tanto estudou o assunto que acabou inventando uma luneta telescópica. Lenda ou história verídica? O fato é que foi essa luneta a avó dos formidáveis instrumentos de hoje, como o de Mount-Wilson, nos Estados Unidos. Lipershey construiu a sua luneta em 1608, tendo recebido preciosas lições do matemático Adrius Metius durante a feitura. O inventor presenteou com seu óculo os Estados Gerais e logo em seguida aprontou outro aparelho, este binocular.

Coevo de Hans Lipershey é o ótico Zacarias Jansen, que também merece lugar de relevo entre os primeiros construtores de telescópios. Houve mesmo, durante certo tempo, dúvidas sobre qual dos dois tinha a primazia na Invenção; sabe-se hoje, porém, com certeza, que se deve ao primeiro a autoria do invento.

A invenção de Lipershey divulgou-se na Holanda, na França e na Itália; sua descrição chegou até aos ouvidos de Galileu Galilei, naquela época em Pádua (1609). Baseado nos mesmos princípios do holandês, Galileu construiu, em um dia, um rudimentar telescópio e, ao observar com ele pela primeira vez os céus, descobriu três dos satélites de Júpiter (1610).

De lá para cá, tanto os óculos como os mais instrumentos óticos vêm sofrendo contínuas modificações. Em vez dos pesados, duros e grossos cristais usados remotamente pelos orientais, empregam-se hodiernamente blocos de vidro, brancos ou de cores, segundo o destino e seus componentes são mais ou menos os seguintes: ácido silícico, carbonato de sódio, carbonato hidratado de potassa, carbonato de cal, óxido de chumbo, óxido de alumínio, hidratado, ácido bórico, óxido de zinco e nitrato de bário.

Há ainda os outros elementos e compostos, segredos dos fabricantes para melhorarem seus produtos, porque o interesse das fábricas é sempre conseguir melhores lentes, para atenderem ao crescente uso de óculos.
A. D. LINO
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Fonte: Almanaque d'o Tico-Tico - 1955.
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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A história das horas

Os homens tiveram muito tarde a ideia de dividir o dia. Para fazer aproximadamente a conta do tempo que havia passado, primitivamente eles se serviam da observação da sombra das árvores; pela manhã, eram os animais domésticos que, pela sua atividade, anunciavam que o dia já começara.

Uma espécie de divisão foi criada na Grécia, pela qual se distinguia a manhã, o meio do dia, o começo da noite e o fim da noite. Os persas, um pouco mais tarde, estabeleceram cinco partes para o dia, a saber: a aurora, que ia do meio da noite até o sair do sol; o tempo do sacrifício, que ia do romper da alva até o meio-dia; a luz-plena, indo do meio-dia até o por do sol; o nascer dos astros e, para terminar, o ciclo ou período das orações.

No começo da era romana, distinguia-se o diluculum ou "ponto do dia"; o mane ou manhã; o ad-meridium, cerca do meio dia; o de meridie, ou depois do meio-dia; o suprema, que correspondia ao por do sol; o prima fax, momento em que se acendia a primeira tocha; o intempesta nox, ou noite profunda; e o gallicinium, marcado pelo primeiro canto do gado. É a esse sistema que devemos as nossas divisões imprecisas de manhã, tarde e noite.

O tempo estando dividido conforme o aspecto do céu, os dias eram desiguais e sua duração variava conforme a estação. Foram os caldeus que, mais ou menos 800 a. C., efetuaram um sistema de divisão independente, no qual o tempo decorrido era medido não mais em relação a posição dos astros, mas relativamente à duração do escoamento da água num relógio hidráulico. O dia, a princípio, foi dividido em 60 horas, cada uma dividida em 60 minutos.

Os hebreus imitaram os caldeus, mas dividiram seu dia em 8 horas apenas, cada uma das quais correspondia a 3 das nossas atuais. O cálculo era feito por especialistas e funcionários do governo que eram encarregados de sair anunciando ao público o começo de cada hora. Esse costume passou até a França, onde, na Idade Média, os vigilantes percorriam as ruas para fazer saber aos moradores locais que era chegada a hora de dormir.

Os caldeus, algum tempo depois, melhoraram sua invenção, pondo de parte as 60 horas e adotando 12 horas, mas mantendo a divisão destas em 60 minutos. A duração de cada minuto foi, assim, sensivelmente aumentada e foi então possível criar um sub-múltiplo, o segundo, que permitiu apreciar a duração do tempo com maior precisão. Logo depois passou-se a contar 12 horas de dia e 12 horas de noite e é esse sistema que, depois de ter sido adotado pelos gregos e romanos, permanece até hoje.

Ele não foi abandonado senão durante a República Francesa, em que se adotou um dia de 20 horas divididas cada uma em 100 minutos.

Para dizer a verdade, minutos e segundos, até o século II, não foram utilizados senão pelos sábios, e pela falta de instrumentos de precisão, a gente do povo se contentava com a hora aproximada dada pelos quadrantes solares. A moda fez voltar o uso da clepsidra, depois que o califa Harun Al Rachid ofereceu um desses relógios de água como presente a Carlos Magno.

Entretanto o relógio solar tinha feito rápidos progressos e houve até alguns de bolso, fabricados pelos gauleses. Eram constituídos por um pequeno disco de marfim de 6 a 7 cm de diâmetro, ostentando um quadrante graduado no qual uma pequena haste, suscetível de ser erguida ou baixada, projetava sua sombra. Na época dos grandes viajantes, fabricavam-se instrumentos mais precisos, dando as diferenças de horas conforme as latitudes.

Esses relógios foram utilizados até o fim da idade Média, época em que apareceram os relógios mecânicos.

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Fonte: Almanaque d'o Tico-Tico - 1957.
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A cura dos cabelos brancos

Um grupo de cientistas anunciou ter descoberto uma forma de "curar" cabelos grisalhos ou brancos com um remédio.

Eles chegaram ao tratamento após descobrir, em 2009, a causa do aparecimento dos cabelos brancos - um processo de envelhecimento conhecido como "estresse oxidativo".

Conforme envelhecemos, nosso cabelo acumula peróxido de hidrogênio (que em solução aquosa é conhecido comercialmente como água oxigenada), um descolorante que tira a cor natural do cabelo.

O tratamento descoberto pelos pesquisadores da Universidade de Bradford, na Grã-Bretanha, e da Universidade de Greifswald, na Alemanha, consegue remover esse peróxido de hidrogênio.

O estudo foi publicado na última edição da publicação especializada Faseb, publicada pela Federação das Sociedades Americanas para Biologia Experimental.

Vitiligo

A equipe de pesquisadores testou o tratamento em um grupo de pacientes com vitiligo, uma doença que provoca a descoloração da pele. O problema é caracterizado pelo surgimento de manchas esbranquiçadas por causa da falta da melanina, o pigmento natural da pele. Os pesquisadores descobriram que a droga, chamada pseudocatalase modificada, é capaz de repigmentar a pele e os cílios de pacientes com vitiligo.

"Por gerações, vários remédios foram produzidos para tentar esconder os cabelos grisalhos, mas agora, pela primeira vez, um tratamento real foi desenvolvido para atacar a raiz do problema", comenta Gerald Weissmann, editor-chefe da Faseb.

Segundo ele, a descoberta é interessante não somente pela possibilidade de reverter o processo de embranquecimento dos cabelos, mas também pelo efeito nos pacientes com vitiligo.

"O desenvolvimento do tratamento efetivo para essa condição tem o potencial de melhorar radicalmente as vidas de muitas pessoas", afirma.

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Fonte: BBC Brasil.
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