sábado, 4 de agosto de 2012

Cara ou coroa

Cara — Meu marido é um homem muito regrado, queridinha. Dorme sempre cedo, não fuma e não bebe uma gota.
Coroa — Pressão arterial.

Cara — O jogo foi pontilhado de incidentes, com joga¬das bruscas de ambos os times, chegando os jogadores às agressões mútuas, sob o olhar complacente do árbitro.
Coroa — Jogo amistoso.

Cara — Tu é besta, seu! A moçada num fizero nada por causa de que faltou fibra, tá? Se é o meu ali eles entrava bem.
Coroa — Rubro-negro.

Cara — Você me encontra às três no café e vamos até lá bater um papo com ele. Depois, se você quiser, podemos ir a um cinema qualquer pra fazer hora.
Coroa — Funcionário público.

Cara — Que bobagem. Comemos um sanduíche e pronto, estamos almoçados. Comer em restaurante demora muito.
Coroa — Véspera de pagamento.

Cara — Essas bebidas estrangeiras são de morte. É tudo falsificado. A mim é que elas não pegam. Sempre que posso evitar de tomar uísque, gim e outras bombas, eu evito.
Coroa — Cachaceiro.

Cara — Meu bem, sou eu.. Olha, você vai jantando e não precisa se incomodar de guardar comida para mim. O chefe resolveu adiantar aqui uns processos e eu estou com cerimônia de me mandar e deixá-lo sozinho na repartição.
Coroa — Boate.

Cara — É o cúmulo a importância que os semanários dão a essas mocinhas do Arpoador. Umas sirigaitas muito sem-vergonhas, tirando retrato quase nuas, para essas reportagens frívolas. Eu, hem?
Coroa — Feia.

Cara — O aumento do custo de vida no Brasil é uma conseqüência lógica do desenvolvimento do País, insuflado pelo crescimento da população e outros fenômenos dos quais só podemos nos orgulhar.
Coroa — Rico.

Cara — As crianças de hoje devem ser educadas através de métodos da moderna pedagogia, baseados em estudos da psicologia infantil. Na fase atual é um verdadeiro crime os pais gritarem ou baterem nos filhos.
Coroa — Solteira.

Cara — Trago comigo recortes com comentários sobre as minhas atuações. Gostei imensamente de lá. Eles adoram a bossa-nova e eu só não fiquei mais tempo porque senti saudades da nossa terra.
Coroa — Cantor voltando do estrangeiro.

Cara — A beldade em questão é professora diplomada e relutou muito em aceitar o convite para se candidatar, pois adora o magistério. Lê muito e seu ator favorito é Somerset Maugham, adora poesia e gosta de praia. Não joga, não fuma e não bebe.
Coroa — Candidata a miss.

Cara — O Rio é muito mais lindo do que imaginava. Copacabana é um sonho das Mil e uma noites que se tornou realidade. O Pão de Açúcar é uma beleza e, quando voltar ao Brasil, gostaria de ir ver Brasília.
Coroa — Visitante ilustre, no Galeão.

Cara — Um dia ainda hei de me dedicar ao lar, sem prejuízo de minha carreira.
Coroa — Atriz.

Cara — Minha peça é uma sátira aos costumes moder¬nos, pois minha intenção era dar um cunho social à trama. A mensagem nela contida é o protesto popular contra as injustiças da sociedade.
Coroa — Autor estreante.

Cara — Os compromissos que assumimos para com o povo nos obrigam a combater as forças imperialistas, o capital colonizador, os grandes trustes, toda e qualquer opressão sobre o operariado e suas justas reivindicações.
Coroa — Deputado da esquerda.

Cara — É nosso dever combater sem tréguas as constantes tentativas de subverter as massas, as sistemáticas infiltrações no meio das classes operárias, os falsos representantes do povo, que se arvoram em seus defensores para fins inequívocos.
Coroa — Deputado da direita.

Cara — Tudo faremos pela vitória. Um abraço para os meus familiares.
Coroa — Jogador de futebol.

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Fonte: "Dois amigos e um chato", Stanislaw Ponte Preta - Coleção Veredas - 23a. edição - Editora Moderna
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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

10 pratos mais exóticos do mundo

Aqui apresentamos guloseimas de todo o mundo: macaco chinês, formiga tailandesa, canguru australiano... Esse banquete de arrepiar qualquer paladar foi elaborado com a ajuda do livro Extreme Cuisine ("Cozinha Extrema"). Vai arriscar uma boquinha?

10. Escorpião frito (Cingapura)

Ué, mas o escorpião não é venenoso? É, sim, mas como o bicho é cozido antes de ser frito em óleo, as altas temperaturas do preparo desencadeiam uma reação química que neutraliza o veneno. Aí, é só deglutir o bichão - inteiro mesmo, das garras até a cauda. A espécie preferida é o escorpião-negro, que é maior e tem menos veneno que o escorpião-marrom.

Curiosidade - O escorpião é um prato admirado pela maioria dos povos asiáticos. Grande parte dos países do continente degusta o pestisco usando hashi, esse par de varetas usado para levar a comida à boca.

Filé de peixe venenoso (Japão)

O tal peixe venenoso é o fugu ou baiacu, que tem muita tetrodotoxina, um veneno dez vezes mais forte que o cianeto. Para que a iguaria não mate ninguém, o chef retira uma bolsa perto das brânquias com o veneno. Depois, ele fura a bolsa e espalha sobre a carne do peixe uma pequena dose da toxina, para provocar um certo "efeito alucinógeno" em quem come!

Curiosidade - Por causa dos riscos da ingestão do alimento, os cozinheiros e chefs de restaurantes são exaustivamente treinados até ganharem o aval para preparar o fugu para consumo. Mesmo assim, cerca de 20 pessoas morrem por ano, intoxicadas pelo veneno do peixe!

8. Farofa de formiga (Brasil)

O inseto aparece no cardápio rural brasileiro em certas áreas do Sudeste. A variedade preferida é o içá ou saúva - uma formiga que, dizem, tem um gosto parecido com amendoim. Além de consumida em farofas, ela também pode ser torrada com tempero ou congelada para comer durante o ano. E faz bem! Como vários outros insetos, as formigas são ricas em proteína, têm baixo teor de gordura e alto teor de fósforo.

Curiosidade - Do outro lado do mundo, os chineses usam formigas para fabricar um vinho que é útil no tratamento de reumatismo e no fortalecimento dos músculos e ossos.

7. Morcego à caçarola (China, Vietnã, sudeste da Ásia)

Os morcegos que fazem parte do cardápio humano são os que se alimentam de frutas. Escolhidos por não serem venenosos e por sua dieta saudável, os morcegos frutívoros têm baixo teor de gordura e uma carne cuja textura é comparada à dos frangos. Além da caçarola (um guisado com carne, vegetais e batatas), outras boas pedidas (quer dizer, boas pelo menos para os povos asiáticos) são a sopa e a lasanha de morcego.

Curiosidade - Os entusiastas da carne de morcego acreditam que ela aumenta a potência sexual masculina e as chances de ter uma vida longa e feliz.

6. Canguru ao vapor (Austrália)

O hábito de comer cangurus começou com os nativos australianos, que cortavam o animal em diversas partes e mandavam ver. Hoje em dia, a carne do bicho é picada e cozida em vapor, com a adição de bacon, sal e pimenta para dar um temperinho. Não sobra nada: até o rabo é aproveitado para fazer sopa! O gosto é comparado ao da carne de avestruz, uma carne vermelha bem forte.

Curiosidade - Os pratos feitos com canguru são vendidos em mais de 900 restaurantes, desde pizzarias até serviços de quarto em hotéis cinco estrelas.

5. Sopa de cachorro (Coréia do Sul, Sul da China, Hong Kong)

Eis o lado polêmico da diversidade cultural: para nós, ocidentais, comer esse prato é uma tremenda cachorrada. Mas, entre os coreanos, o cão é considerado bastante energético e, de acordo com a crença, melhora o desempenho sexual dos homens. Além da carne dos au-aus, a sopa leva legumes e tem um cheiro forte, principalmente por causa do tempero - em geral, especiarias como açafrão, cravo e canela.

Curiosidade - A venda da carne de cachorro já foi proibida por causa de protestos de protetores dos animais. Mas, em países como a Coréia do Sul, a fiscalização é frouxa e muitos restaurantes continuam fornecendo o prato.

4. Omelete de larva do bicho-da-seda (Tailândia, China)

Na China, as larvas são fritas com cebola cortada e um molho grosso ou misturadas em omelete com ovos de galinha. Se você não curtir a textura tenra do recheio, também dá para comer a crisálida, a "embalagem" da larva, que parece uma casquinha crocante tipo um salgadinho.

Curiosidade - Na Tailândia, depois de ser incluída na lista de comidas locais, em 1987, a crisálida do bicho-da-seda passou a ser adicionada às sopas na alimentação de crianças nas escolas tailandesas.

3. Cérebro de macaco (África)

Séculos antes do Indiana Jones, os africanos já cultivavam o costume de deglutir miolos de primatas. Anote o modo de preparo: primeiro, lave o cérebro (do bicho, claro) com água fria. Depois, acrescente vinagre ou suco de limão, retirando membranas e vasos sanguíneos da camada mais superficial. Conserve em salmoura e, finalmente, ponha a iguaria para cozinhar. Em todas as espécies de macaco, o órgão é rico em fósforo, proteínas e vitaminas.

Curiosidade - Prefere outros cérebros? Tente o de gorila, considerado afrodisíaco. Na áreas rurais da Europa, fazem algum sucesso os cérebros de porco, de cordeiro e de carneiro...

2. Caldo de turu (Brasil)

O turu é um molusco de cabeça dura e corpo gelatinoso, tem a grossura de um dedo e vive em árvores podres, caídas. Consumido na ilha de Marajó e no interior da Amazônia vivo e cru, em caldo com farinha ou em moquecas, o bichinho é rico em cálcio e tido como afrodisíaco. O gosto é semelhante ao dos mariscos.

Curiosidade - O macaco-do-mangue também é um apreciador de turu. Os caçadores sabem disso e abusam, passando pimenta no molusco. Quando o macaco come o bicho, o ardor da pimenta desorienta o primata, tornando-o presa fácil dos caçadores.

1. Caranguejeira frita (América do Sul, sul da África, Austrália)

É preciso muita coragem para mandar esse bichão peludo para dentro, certo? Mas no caso da caranguejeira ou tarântula, as aparências enganam. Apesar de pavorosa, a espécie não é venenosa - e é a mais consumida no mundo por ser maior que as outras aranhas. A parte mais cobiçada é o abdômen do aracnídeo. É lá que fica a maior parte da carne - na cabeça estão as vísceras e no restante do corpo não há muito mais o que comer.

Curiosidade - Os maiores consumidores de caranguejeira são os índios na América do Sul e os aborígenes na Austrália.

Fonte: Mundo Estranho
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As meias mais fedidas da Europa

Quando o assunto são meias, as dos franceses e suíços são mais fedidas do que as dos alemães ou britânicos.

Um estudo feito pela empresa suíça Blacksocks revela que apenas 66% dos homens franceses trocam as meias diariamente, enquanto somente sete em cada 10 suíços calçam um par limpo todos os dias.

Na outra ponta da escala de higiene, estão os alemães e britânicos. Um total de 78% deles dizem que trocam as meias diariamente, segundo a pesquisa, que ouviu 3.000 pessoas em seis países europeus.

No geral, 77% dos homens e mulheres pesquisados trocam as meias todos os dias, enquanto 11%, a cada dois dias. Outros 4% vestem um par limpo a cada três dias, e 1% só trocam as meias uma vez por semana.

A frequência de mudança das meias pode estar relacionada ao número de pares que a pessoa possui. Os alemães são os que têm mais pares: 24, em média. Os austríacos vêm em seguida, com 23 pares, antes dos suíços, com 22.

Os franceses são os que possuem menos pares, em média 17, o que poderia explicar por que eles trocam menos as meias do que os outros europeus.

Fonte: Folha
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