domingo, 8 de abril de 2012

Pérolas do ENEM

O tema da redação do ENEM do ano de 2008 foi "Aquecimento Global", e como acontece todo ano, não faltaram preciosidades nas redações! É cada uma que você não vai acreditar. Preparem-se!

1) "o problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta." (com percussão e estalos, o negócio vai ficar animado)

2) "A amazônia é explorada de forma piedosa." (tende piedade de nós..)

3) "Vamos nos unir juntos de mãos dadas para salvar o planeta." (tamo junto nessa companheiro. Mais juntos que isso, impossível)

4) "A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu." (na velocidade 5!)

5) "Tem que destruir os destruidores por que o destruimento salva a floresta." (pra deixar bem claro o tamanho da destruição)

6) "O grande excesso de desmatamento exagerado é a causa da devastação." (pleonasmo é a lei)

7) "Espero que o desmatamento seja instinto." (selvagem)

8 ) "A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo." (o verdadeiro milagre da vida)

9) "A emoção de poluentes atmosféricos aquece a floresta." (também fiquei emocionado com essa)

10) "Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis." (todo mundo na vida tem que ter um filho, escrever um livro, e realizar uma árvore renovável)

11) "Animais ficam sem comida e sem dormida por causa das queimadas." (esqueceu que também ficam sem o 'home theater' e os dvd's da coleção do Chaves)

12) "Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna." (amém)

13) "Os desmatadores cortam árvores naturais da natureza." (e as renováveis?)

14) "A principal vítima do desmatamento é a vida ecológica." (deve ser culpa da morte ecológica)

15) "A amazônia tem valor ambiental ilastimável." (ignorem, por favor)

16) "Explorar sem atingir árvores sedentárias." (peguem só as que estiverem fazendo caminhadas e flexões)

17) "Os estrangeiros já demonstraram diversas fezes enteresse pela amazônia." (todo mundo quer cagar no brasil..)

18) "Paremos e reflitemos." (que lindo!)

19) "A floresta amazônica não pode ser destruída por pessoas não autorizadas." (inscrições abertas para o desmatamento da amazônia)

20) "Retirada claudestina de árvores." (cladestinamente clandestino isso)

21) "Temos que criar leis legais contra isso." (que legal!)

22) "A camada de ozonel." (Chris O'Zonnell?)

23) "a amazônia está sendo devastada por pessoas que não tem senso de humor." (a solução é colocar lá o pessoal da Zorra Total pra cortar árvores)

24) "A cada hora, muitas árvores são derrubadas por mãos poluídas, sem coração." (para fabricar o papel pra esse doido ficar escrevendo asneiras)

25) "A amazônia está sofrendo um grande, enorme e profundíssimo desmatamento devastador, intenso e imperdoável." (campeão da categoria "maior enchedor de lingüiça")

26) "Vamos gritar não à devastação e sim à reflorestação." (e a escritação bem escrevida)

27) "Uma vez que se paga uma punição xis, se ganha depois vários xises." (essa pessoa é praticamente um gênio da matemática)

28) "A natureza está cobrando uma atitude mais energética dos governantes." (red bull neles - dizem as árvores)

29) "O povo amazônico está sendo usado como bote expiatório." (bote expiatório nisso)

30) "O aumento da temperatura na terra está cada vez mais aumentando." (subindo sempre pra cima né)

31) "Na floresta amazônica tem muitos animais: passarinhos, leões, ursos, etc." (olha a globalização ai)

32) "Convivemos com a merchendagem e a politicagem." (que sacanagem hein)

33) "Na cama dos deputados foram votadas muitas leis." (imaginem as que foram votadas no banheiro deles)

34) "Os dismatamentos é a fonte de inlegalidade e distruição da froresta amazonia." (nossa mãe..)

35) "O que vamos deixar para nossos antecedentes?" (dicionários).

Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/6513/1/Perolas-do-ENEM-2008/Paacutegina1.html
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A mulata é a tal

Eram mais ou menos umas três horas da matina e tudo era silêncio naquele prédio de apartamentos da Rua Constante Ramos. Apenas aqui o filho de dona Dulce e mais um fotógrafo, trabalhavam no laboratório deste, preparando as fotos de uma reportagem. Foi quando se ouviu a voz da senhora do apartamento ao lado altear-se na noite em tom violento:

— Vagabundo sim... um vagabundo é o que você é.

E depois acrescentou: — Nojentão!!!

O nojentão devia ser o marido, que respondeu qualquer coisa em bemol, para não incomodar os vizinhos. Mas o exemplo não foi seguido e madame largou brasa de novo:

— Me larga... Tira a mão de mim, cretino.

O nojentão, e agora também cretino, falava em tom sibilante e o fotógrafo, parando o trabalho, me explicou que no apartamento ao lado morava um casal já meio sobre o maduro. Não tinham filhos nem recebiam visitas. Tinham, isto sim, uma empregadinha que era mulata. Boa às pampas.

— Então a bronca deve ser por causa da empregada — eu disse.

E foi batata. Logo se ouviu uma segunda voz feminina, esta mais tímida a dizer que dona Dolores estava enganada, que não, que absolutamente, que o doutor sempre foi muito respeitador.

— Cale-se! — ordenou aos berros dona Dolores. E lá do laboratório nós dois — eu e o fotógrafo — testemunhas auditivas da esbórnia, ouvimos algo se espatifar no chão.

Aí foi o nojentão que bronqueou: sua voz grossa cresceu na noite:

— Quebra tudo, sua idiota. Pode quebrar. Madame seguiu o conselho e houve um barulho de louça que se espatifava, panos que se rasgavam, madeiras que se quebravam. Isso durou mais ou menos uma hora e foi ficando tão monótono que nós dois reiniciamos o trabalho antes mesmo do quebra-quebra chegar ao meio.

Dias depois tive que voltar ao apartamento do fotógrafo, para um novo trabalho, e ele me disse:

— Lembra-se da briga no apartamento aí do lado? Pois ganhou a mulata. A Dona Dolores se mandou e a empregada é que ficou no lugar dela. A julgar pela cara do nojentão, a troca deixou-o bem feliz.

— Vai ver que a mulata agora é a patroa. Ele não "botou outra pra cozinhar? — perguntei. 

— Não. Estão morando sozinhos.

Eu não sou de muito futucar a vida alheia, mas o fotógrafo, talvez por se tratar de seu único vizinho, andou espionando a vida privada do nojentão. Decididamente a mulata virou patroa, mas ontem deu-se um imprevisto. A antiga cozinheira e atual patroa continua lá mas o fotógrafo viu que Dona Dolores tinha voltado.

Espiou por cima do murinho e viu Dona Dolores no apartamento. Na mesma hora telefonou para mim:

— Olha, Dona Dolores voltou.

— E a mulata?

— Continua aqui.

— Então, pelo jeito, Dona Dolores voltou para cozinhar pro casal.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975
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Correr faz bem

Um estudo recente de neuroimagem realizado na Universidade de Bonn (Alemanha), mostrou pela primeira vez o aumento da liberação de endorfinas em certas partes do cérebro de atletas durante duas horas de corrida.

Muitas evidências mostram que atividades de longa duração induzem a uma redução de estresse, da depressão e melhora da ansiedade e humor. O sistema opióide endógeno, isto é, o produzido e liberado pelo nosso corpo, age em resposta ao estresse, na regulação da dor e na ação de drogas analgésicas.

Existem muitos estudos relatando o estado de euforia durante a corrida, comumente referido em inglês como runner's high. Apesar disso, não existe uma definição aceita sobre o que realmente significa isso (runner's high). Muitos corredores têm a oportunidade de vivenciar um estado de euforia durante a corrida. Enquanto que o estado que eles vivenciam varia grandemente para cada indivíduo, existe um sentimento comum associado com o termo runner's high.

Quando se pergunta a uma pessoa sobre o que ela sente durante a corrida, ela normalmente irá dizer que isso é um estado de contentamento que o corredor poderia perceber depois de certa distância ou tempo de corrida. Os corredores não são os únicos que apresentam esse tipo de experiência. Atletas de outras modalidades esportivas também relatam a mesma coisa.

A teoria mais favorável descreve que esses efeitos fisiológicos e psicológicos se devem a alterações no sistema opióide central. A hipótese da endorfina foi deixada de lado porque até hoje esse mecanismo é baseado em medidas indiretas como aumento de endorfinas na circulação sanguínea. Os níveis de endorfinas periféricas parecem não refletir o do sistema nervoso central. As endorfinas liberadas na corrente sanguínea durante o exercício físico fazem parte de uma resposta ao estresse do corpo e não ultrapassam a barreira sanguínea cerebral.

Por muitos anos essa hipótese do corredor permanecia sem muita comprovação. Cientistas da Universidade de Bonn, Alemanha, avaliaram 10 atletas antes e após corrida de duas horas com uma técnica de neuroimagem chamada tomografia de emissão de positrons (PET). A comparação da imagem antes e após duas horas da corrida de longa distância mostraram um aumento da liberação de endorfinas em algumas áreas cerebrais. É interessante observar que as áreas mais ativadas estavam preferencialmente localizadas na região pré-frontal e regiões límbicas, conhecidas por ter uma função importante relacionada com as emoções.

Foi observado também aumento dos níveis de euforia e bem-estar em atletas ou em bem condicionados. Os níveis de depressão, ansiedade, etc., nos atletas, são menores que num individúo sedentário. Esses resultados são importantes para pacientes com dor crônica, uma vez que os opióides são liberados de áreas cerebrais que também estão envolvidas na supressão da dor. Nesse sentido, atividades esportivas de longa duração podem contribuir de forma significativa na redução do estresse, ansiedade, melhora do humor e diminuição da percepção da dor.

Fonte: Educação Adventista / Blog in "(Boecker H, Sprenger T, Spilker ME, Henriksen G, Koppenhoefer M, Wagner KJ, Valet M, Berthele A, Tolle TR. The Runner's High: Opioidergic Mechanisms in the Human Brain. Cereb Cortex. 2008)"
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