quarta-feira, 7 de março de 2012

Jogadas que tem dono

A folha-seca de Didi mata o selecionado do Peru e nos classifica em 1957.

Foi só a bola inglesa desembarcar aqui e já nasciam as criações diabólicas em campo. Começa com a chaleira. Garrincha recebe a bola, dribla um, passa pelo goleiro. O gol aberto. Só que o camisa 7 espera. Espera o zagueiro que corre desesperadamente para cortar o lance. Outro drible e o defensor se espatifa contra a trave. Aí, então, Mané faz o gol. Aquele lance ocorrido contra a Fiorentina, da Itália, numa partida preparatória para a Copa da Suécia é um dos melhores exemplos da fascinação que o drible exerce sobre o jogador brasileiro. O drible, a finta, o chute de efeito, a jogada espetacular. Não há como negar a virtuosidade do nosso craque com a bola nos pés. Confira os lances que, muitas vezes, valem mais do que um gol:

PEDALADA - Marca registrada de Robinho do Santos, vitimando, principalmente, zagueiros corinthianos. É quando o jogador, indo em direção ao seu marcador, passa diversas vezes o pé sobre a bola, com o intuito de enganar o adversário em relação ao lado para onde ele prosseguirá com a jogada.

CHARLES OU CHALEIRA - Lance em que o jogador toca a bola a meia-altura com a sola ou o lado externo do pé, durante uma corrida ou para iniciar o pique. Foi inventado por Charles Miller, sendo, nos primórdios do futebol brasileiro, chama do de "charles". Com o tempo, virou chaleira.

CANECO - Lance de extrema habilidade no qual o jogador prensa a bola com um pé sobre o calcanhar do outro pé, dá um giro, levantando a pelota e fazendo-a descrever uma curva sobre a cabeça do adversário posicionado a sua frente. Bastante raro durante as partidas, embora conhecido por todo jogador virtuoso. Mazzola, centroavante do Palmeiras e da Seleção Brasileira no final da década de 50, apreciava muito aplicar o drible nos jogos. Assim como o ponta-direita Kaneko, jogador do Santos no final dos anos 60, que imortalizou a jogada e em prestou-lhe o nome.

ELÁSTICO - Drible consagrado pelo craque Roberto Rivelino. O jogador fica de lado para o adversário. Com a parte externa do pé, leva a bola para o lado e, de repente, com a parte interna, traz de volta, enganando o marcador. "O lance serve para sair de uma situação difícil ou então para desmoralizar o marcador", explica Riva, que certa vez usou o elástico para escapar de uma marcação cerrada de Kevin Keegan, considerado um dos maiores jogadores da história da Inglaterra. "Depois do drible, ele não chegou mais perto". Mas Rivelino não foi o inventor da jogada. O mérito cabe ao ex jogador Sérgio Echigo, que jogou nos aspirantes do Corinthians. "O Echigo era um ponta-direita que jogava demais. Para ter uma idéia, ele aplicava o elástico com os dois pés, parado ou na corrida", recorda Riva.

TRIVELA - Chute dado com "três dedos", para que a bola ganhe efeito e descreva trajetória curva. Um dos jogadores mais famosos pelos passes e jogadas de efeito foi Ipojucan, armador do Vasco da Gama no final dos anos 40 e começo dos 50. Alto e magro, a trivela compensava sua movimentação lenta em campo. Mas a jogada está no repertório de todo jogador habilidoso. "Ás vezes, eu estava na lateral e chutava a bola de trivela. Ela passava alta, por trás do bandeirinha e caía dentro do campo. Ele dava lateral e a torcida, que não tinha percebido a bola sair, vaiava. Ele olhava com raiva para mim. Fazer o que?", diverte-se o craque Nilton Santos.

LETRA - Chute dado com um pé passando por trás do outro. Usado muitas vezes para cruzamentos, nos casos em que o jogador é "cego" do pé que deveria alçar a bola para a área.

GOL DE LETRA - Gol marcado quando o jogador deixa a bola passar no meio das pernas, desviando-a levemente com o calcanhar ou a parte interna do pé antes que escape.

BELFORT - Jogada típica do início do futebol em que o defensor dava um chutão para a frente de sem-pulo, numa rápida inversão dos pés. Era tão usada pelo jogador Belfort Duarte, campeão pelo América em 1913, que acabou ganhando seu nome.

DOMINGADA - Jogada arriscada em que o zagueiro tenta o drible dentro da própria área Com Domingos Da Guia, seu "inventor", era demonstração de frieza e habilidade Depois de Domingos, entretanto, os zagueiros que tentavam driblar os atacantes geralmente perdiam a bola e propiciavam o gol para os adversários. Por isso, hoje, a domingada ganhou a conotação de irresponsabilidade. Muito praticada no sentido atual pelo zagueiro Júnior Baiano, do São Paulo.

PEGADA - Jogada peculiar do jogador Marcos de Mendonça, primeiro goleiro da Seleção Brasileira. Consistia em pegar a bola um pouco de lado, amortecendo-a. Trazida pela mão direita, a bola se encaixava na asa do braço esquerdo. "Pegada complicada e debochativa", segundo descreveu o cronista esportivo Mario Filho.

PONTE-AÉREA - Salto espetacular no qual o goleiro fica praticamente com o corpo paralelo ao solo na tentativa de apanhar a bola. O nome homenageia o goleiro Pompéia, campeão pelo América em 1960. Dono de impulsão fabulosa e estilo acrobático, Pompéia era chamado de Ponte-Aérea ou Constellation (nome de um avião).

CALCANHAR - Bater na bola com o calcanhar. Nos anos 50, o recurso era bastante utilizado pelo armador Ipojucan, do Vasco, Portuguesa de Desportos e da Seleção. A redescoberta do calcanhar, entretanto, cabe ao jogador Sócrates, que tornou o lance sua marca registrada.

CURVITA - Chute venenoso que fez a fama do ponta-direita Cláudio Christovam do Pinho, artilheiro máximo da história do Corínthians com 295 gols. Cláudio batia faltas com a parte interna do pé, fazendo com que a bola passasse por cima da barreira e descrevesse uma trajetória inesperada. A curvita mais famosa aconteceu num jogo Corínthians versus Benfica, no dia 10 de julho de 1955. A cobrança do corinthiano enganou completamente o goleiro Costa Pereira: "A bola fez uma curvita", explicou o português. Estava batizada a jogada.

BICICLETA - Salto acrobático em que o jogador chuta a bola no ar e para trás, ficando de costas para o chão. Inventado por Petronilho de Brito, ponta de-1ança que jogou na década de 20 e 30 em alguns clubes extintos de São Paulo e no San Lorenzo da Argentina. Mas foi com Leônidas da Silva que a jogada ganhou fama e se espalhou pelo mundo. "A bicicleta de Leônidas era um fenômeno. Ele ia a quase dois metros de altura", testemunha o jornalista Luiz Ernesto Kawall, presente no Pacaembu quando o Diamante Negro marcou seu primeiro gol de bicicleta vestindo a camisa do São Paulo, no ano de 1942.

FOLHA-SECA - Chute que sobe e cai inesperadamente, como uma "folha seca". É dado com a ponta do pé, quase de bico, pegando no meio da bola e cortando-a de raspão, de um lado para o outro. Foi criado pelo jogador Didi que costumava usá-lo nos lançamentos e nas faltas. "A jogada surgiu em consequência de uma contusão. Meu pé estava inchado há dias e doía quando eu chutava normalmente. Então, comecei a chutar diferente, para não doer. Aperfeiçoei tão bem o chute que os goleiros já ficavam desanimados quando eu partia para bater uma falta", conta Didi. O mais famoso gol de folha-seca data das eliminatórias para a Copa da Suécia. Faltavam apenas 8 minutos para o jogo contra o Peru acabar e o placar marcava um angustiante zero a zero. Sem vencedor, a vaga iria para sorteio. O silencio do Maracanã só é quebrado quando Didi cobra uma falta com seu jeito especial e marca o gol da vitória.

BALÃOZINHO - Lance que consiste em, com um dos pés, puxar a bola sobre o outro para levantá-la e chutá-la por baixo. Assim, a pelota vai por cima do adversário. Era um expediente bastante utilizado pelo lateral Djalma Santos quando cercado pelos adversários.

CHAPÉU - Drible que consiste em tocar a bola rente à cabeça do adversário e pegá-la do outro lado sem deixar que caia no chão. Um dos mais célebres lances de chapéu foi de autoria do ponta-direita Vivinho, do Vasco. Contra a Portuguesa, em 1988, Vivinho chapelou o defensor para a direita, chapelou de novo para a esquerda e chutou de canhota, tudo sem deixar a bola cair no chão. Um golaço que entrou para a história. Depois dele, Vivinho voltou para o anonimato.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.
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terça-feira, 6 de março de 2012

Judy Garland - Parte II

Durante esse tempo, Judy experimentou seus primeiros romances adultos sérios. O primeiro foi com o líder de banda Artie Shaw. Judy era profundamente dedicada a Shaw e ficou devastada no início de 1940, quando ele fugiu com Lana Turner. Começou um relacionamento com o músico David Rose e, em seu 18º aniversário, Rose deu-lhe um anel de noivado. O estúdio interveio porque ele ainda era casado na época com a atriz e cantora Martha Raye. O casal concordou em esperar um ano para permitir o divórcio de Rose de Raye e casaram em 27 de julho de 1941.

Ela estava visivelmente mais magra em seu próximo filme, “For Me and My Gal”, ao lado de Gene Kelly em sua primeira aparição na tela. Garland ficou no topo dos créditos pela primeira vez e, efetivamente, fez a transição de estrela adolescente a atriz adulta.

Na idade de 21 anos, ela recebeu um tratamento de glamour em “Presenting Lily Mars”, no qual ela usava vestidos adultos. Seu brilhante cabelo estava puxado para cima de forma elegante. No entanto, não importa o quão glamourosa ou bonita ela aparecesse na tela ou em fotografias, ela nunca estava confiante em sua aparência e nunca escapou da imagem de "garota da porta do lado" que tinha sido criada para ela. Somando-se à sua insegurança, houve a dissolução de seu casamento com David Rose. Judy, que tinha abortado a sua gravidez em 1942, concordou com uma separação em janeiro de 1943 e eles se divorciaram em 1944.

Um dos mais bem sucedidos filmes de Garland para a MGM foi “Meet me in St. Louis” (1944), em que ela apresentou três canções: The Trolley Song, The Boy Next Door e Have Yourself a Merry Little Christmas. Vincente Minnelli foi designado para dirigir esse filme e pediu que a artista de make-up Dorothy Ponedel fosse atribuída a Garland para melhorar sua imagem. Ponedel refinou a aparência de Judy de diversas maneiras, incluindo a ampliação e remodelação das sobrancelhas, mudando seu cabelo, modificando sua linha de lábio e com a remoção de discos de seu nariz.

Judy apreciou os resultados, tanto que Ponedel foi escrita em seu contrato para todas as suas fotos restantes na MGM. Durante as filmagens de “Meet me in St. Louis”, depois de alguns conflitos iniciais entre eles, Minnelli e Garland começaram um relacionamento. Eles casaram em 15 de junho de 1945 e em 12 de março de 1946 sua filha Liza Minnelli nasceu.

“The Clock” (1945) foi o seu primeiro filme dramático, ao lado de Robert Walker. Embora o filme tenha sido elogiado pela crítica e obtivesse muito lucro, a maioria dos fãs do filme esperava que ela cantasse. Seriam muitos anos antes que ela fizesse outro papel dramático sem cantar.

Outros filmes famosos dela nos anos 1940 incluem “The Harvey Girls” (1946), no qual ela cantou a música vencedora do Academy Award, On the Atchison, Topeka e Santa Fé, e “The Pirate” (1948).

Meet Me in St Louis, 1944
Durante as filmagens de “The Pirate”, em abril de 1947, Judy sofreu um colapso nervoso e foi colocada em um sanatório privado. Ela foi capaz de completar as filmagens, mas em julho desse ano fez sua primeira tentativa de suicídio, fazendo pequenos cortes nos pulsos com um vidro quebrado. Na seqüência de seu trabalho em “The Pirate”, Judy completou mais três filmes para a MGM: “Easter Parade” (em que ela dançou com Fred Astaire), “In the Good Old Summertime”, e seu último filme com a MGM, “Summer Stock”.

Garland foi incapaz de completar uma série de filmes. Durante as filmagens de “Os Barkleys da Broadway”, Judy tomou uma prescrição de medicação para dormir, juntamente com comprimidos ilicitamente obtidos contendo morfina. Estes, em combinação com enxaqueca, levaram-na a perder vários dias de filmagem. Depois de ser advertido pelo médico de que ela só seria capaz de trabalhar quatro a cinco dias por vez, com incrementos de períodos de repouso prolongado entre eles, o executivo da MGM Arthur Freed tomou a decisão de suspender Garland em 18 de julho de 1948. Ela foi substituída por Ginger Rogers.

The Pirate, 1948
Judy estava no elenco de "Annie Get Your Gun", e nervosa com a perspectiva de assumir um papel fortemente identificado com Ethel Merman, preocupada por aparecer em um papel não-glamouroso após ser identificada com papéis juvenis por vários anos, e perturbada por causa do seu tratamento nas mãos do diretor Busby Berkeley. Começou a se atrasar no set e às vezes não aparecia. Ela foi suspensa e substituída por Betty Hutton. Judy fez seu próximo filme, “Royal Wedding June Allyson”, quando ficou grávida, em 1950. Ela novamente não se apresentou para o set em diversas ocasiões e o estúdio suspendeu o seu contrato em 17 de junho de 1950, substituindo-a por Jane Powell.

Respeitáveis biografias após a morte de Garland declararam que, depois dessa última demissão, ela esfregou no pescoço um copo de água quebrado, exigindo apenas um Band-Aid, mas, ao mesmo tempo, o público foi informado de que uma desalentada Garland tinha cortado a garganta. "Tudo que eu podia ver à frente era mais confusão", disse mais tarde Judy sobre a tentativa de suicídio. "Eu queria apagar o futuro, assim como o passado. Eu queria me machucar e todos que me feriram."

Em 1951, Garland se divorciou de Vincente Minnelli. Ela contratou Sid Luft como seu empresário no mesmo ano. Luft organizou uma turnê de quatro meses de concertos no Reino Unido, onde esgotou as vendas de ingressos em toda a Inglaterra, Escócia e Irlanda. A turnê incluiu apresentações no famoso London Palladium, por um período de quatro semanas em abril. Apesar de a imprensa britânica criticá-la, antes de sua estréia, por ser "muito gorda", ela recebeu críticas positivas e a ovação foi descrita pelo gerente do Paládio como a mais alta que ele nunca tinha ouvido falar.

In the Good Old Summertime, 1949
Em outubro de 1951, Judy iniciou, em um estilo vaudeville, duas apresentações por dia no recém-reformado Broadway's Palace Theatre. As 19 semanas de apresentação ultrapassaram todos os recordes anteriores para o teatro e isso foi descrito como "um dos maiores triunfos da história pessoal do show business". Judy foi homenageada pela sua contribuição para a revitalização do vaudeville com um especial de Tony Award.

Garland e Luft se casaram em 8 de junho de 1952, em Hollister, Califórnia, e Judy deu à luz a primeira filha do casal, Lorna, no mesmo ano.

As realizações pessoais e profissionais de Garland durante esse tempo foram marcadas pelas ações de sua mãe, Ethel. Em maio de 1952, no auge do retorno de Judy, Ethel foi destaque em uma história do Los Angeles Mirror, no qual ela revelou que, embora Garland estivesse fazendo uma pequena fortuna no Pallace, Ethel estava trabalhando em escritório, na Douglas Aircraft Company, por 61 dólares por semana. Garland e Ethel tinham ficado afastadas por anos, com Judy caracterizando sua mãe como "não serve para nada a não ser para criar caos e medo" e acusando-a de má administração e apropriação indevida do salário de Judy desde os primeiros dias de sua carreira. A irmã de Judy, Virgínia, negou, dizendo: "Mamãe nunca levou um centavo de Judy". Em 5 de janeiro de 1953, Ethel foi encontrada morta no estacionamento Douglas Aircraft.

Em 1954, Garland filmou um remake do musical “A Star is Born” para a Warner Bros. Luft e Garland, através de sua produtora Transcona Enterprises, produziram o filme, enquanto a Warner Bros forneceu os fundos e as instalações de produção e da equipe. Dirigido por George Cukor e co-estrelado por James Mason, era uma grande empreitada a que Garland inicialmente se dedicou plenamente. Com o progredir da filmagem, no entanto, ela começou a fazer as coisas que tinha feito tantas vezes durante seus últimos filmes da MGM. Atrasos de produção e aumento dos custos levaram a confrontos com Jack Warner, o cabeça da Warner Bros. Por sugestão de Luft, o “Born in a Trunk” (Nascido em um Tronco) foi filmado como uma vitrine para Garland e contra as objeções do diretor Cukor, que temia que o comprimento adicional levasse a cortes em outras áreas. A seqüência do filme foi concluída em 29 de julho.

Após a sua estréia mundial em 29 de setembro, o filme foi recebido com aclamação crítica e popular enorme. Antes do lançamento, o filme foi editado por instrução de Jack Warner, os operadores de cinema estavam preocupados porque eles só foram capazes de rodar o filme três ou quatro vezes por dia em vez de cinco ou seis e pressionaram o estúdio para fazer reduções adicionais. Cerca de 30 minutos de imagens foram cortados, provocando indignação entre os críticos e cinéfilos. A “Star is Born” acabou perdendo dinheiro e a posição financeira de Judy ficou abalada porque os lucros esperados não se materializaram. A Transcona não fez mais filmes com a Warner.

Bing Crosby, Frank Sinatra e Judy Garland

Garland foi nomeada para o Oscar de Melhor Atriz (principal) e, nas vésperas do Academy Awards, era esperada como a provável vencedora pelo público e críticos. Ela não pôde comparecer à cerimônia porque tinha acabado de dar à luz seu filho, Joseph Luft, então uma equipe de televisão estava no hospital com câmeras e cabos para a transmissão televisiva do discurso de aceitação antecipada. O Oscar foi ganho, no entanto, por Grace Kelly, para “The Country Girl” (1954). A equipe de filmagem foi à cerimônia antes que Kelly pudesse chegar ao palco. Judy até fez piadas sobre o incidente, em sua série de televisão, dizendo: "... e ninguém disse adeus". Groucho Marx enviou um telegrama após a cerimônia de premiação, declarando que a sua perda foi "o maior roubo desde Brinks". Esse dia ainda é considerado uma das maiores viradas na história do Oscar. Judy, no entanto, ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em um musical pelo papel.

Os filmes de Garland após A Star Is Born incluíram “Julgamento em Nuremberg” (1961) (para o qual ela foi indicada para Oscar e Golden Globe, nomeada para Melhor Atriz (coadjuvante/secundária), o longa-metragem animado “Gay Purr-ee” (1962), e “A Child is Waiting” ((1963 ), com Burt Lancaster. Seu último filme, “I Could Go On Singing” (1963), co-estrelado por Dirk Bogarde, espelhou sua própria vida com a história de uma cantora mundialmente famosa.

Em fevereiro de 1967, Judy foi escalada como Helen Lawson no “Valley of the Dolls” da 20th Century Fox. A personagem Neely O'Hara no livro de Jacqueline Susann foi coberta de rumores de ter sido baseada em Garland. O papel de O'Hara no filme foi interpretado por Patty Duke. Durante as filmagens, Judy faltou aos ensaios e foi demitida em abril. Ela foi substituída por Susan Hayward.

Retornando ao palco, Garland fez suas últimas aparições no Palace Theatre de Nova York, em julho, uma turnê de 16 shows, tocando com seus filhos Lorna e Joey Luft.

No início de 1969, sua saúde havia se deteriorado. Ela cantou em Londres na boate Talk of the Town por cinco semanas e fez seu último concerto em Copenhagen, em março de 1969. Ela se casou com seu último marido, Mickey Deans, em Londres, em 17 de março de 1969, depois de seu divórcio de Herron ter sido finalizado em 11 de fevereiro daquele ano.

Em 22 de junho de 1969, Judy Garland foi encontrada morta por Deans no banheiro de sua casa de Londres. O legista, Gavin Thursdon, declarou no inquérito que a causa da morte foi "uma autossobredosagem incauta" de barbitúricos; seu sangue continha o equivalente a 97 mg de cápsulas de Seconal. Thursdon salientou que a overdose foi acidental e que não havia nenhuma evidência para sugerir que ela havia cometido suicídio. Garland tinha completado 47 anos apenas 12 dias antes de sua morte. Sua co-estrela em “O Mágico de Oz”, Ray Bolger, comentou no funeral de Judy, "Ela simplesmente se consumiu". Estima-se que 20.000 pessoas fizeram fila por horas na capela funerária Frank E. Campbell para ver o corpo dela.

Filmografia

1936 - Pigskin Parade, 1936 - Every Sunday, 1937 - Thoroughbreds Don't Cry, 1938 - Listen, Darling, 1938 - Broadway Melody of 1938, 1938 - Love Finds Andy Hardy, 1938 - Everybody Sing, 1939 - Babes in Arms, 1939 - The Wizard of Oz, 1940 -  Andy Hardy Meets Debutante, 1940 - Little Nellie Kelly, 1940 - If I Forget You, 1940 - Strike Up the Band, 1941 - Ziegfeld Girl, 1941 - Life Begins for Andy Hardy, 1941 - Babes on Broadway, 1942 - For Me and My Gal, 1943 - Thousands Cheer, 1943 - Girl Crazy, 1943 - Presenting Lily Mars, 1944 - The Clock, 1944 - Meet Me in St Louis, 1946 - The Harvey Girls, 1946 - Ziegfeld Follies, 1946 - Till the Clouds Roll By, 1948 - The Pirate, 1948 - Easter Parade, 1948 - Words and Music, 1949 - In the Good Old Summertime, 1950 - Summer Stock, 1954 - A Star is Born, 1960 - Pepe (voice), 1961 - Judgement at Nuremberg, 1962 - Gay Purr-ee (voice), 1963 - A Child is Waiting, 1963 - I Could Go On Singing, 1964 - The Judy Garland Show (TV series), 1964 - Judy Garland in Concert.

Fontes: Wikipédia; e-biografias.
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Judy Garland - Parte I

Judy Garland (Frances Ethel Gumm), atriz e cantora, nasceu em Grand Rapids, Minnesota, EUA, em 10/06/1922, e faleceu em Londres, Inglaterra, em 22/06/1969. Era a filha mais nova de Francis Avent "Frank" Gumm  e Ethel Marion Milne, que se estabeleceram em Grand Rapids para atuar no teatro.

Fez sua primeira aparição com a idade de dois anos e meio, quando se juntou a suas duas irmãs mais velhas, Mary Jane "Suzy" Gumm (1915-64) e Dorothy Virgínia "Jimmie" Gumm (1917-77), sobre o palco do teatro do pai durante um show de Natal, e cantou um coro de Jingle Bells.

Na seqüência de rumores de que Frank Gumm tinha feito contínuos "avanços sexuais masculinos" em seu teatro, a família mudou-se para Lancaster, Califórnia, em junho de 1926. Frank tinha comprado outro teatro em Lancaster e Ethel, atuando como sua gerente, começou a trabalhar para colocar suas filhas no cinema.

Em 1928, as The Sisters Gumm matricularam-se em uma escola de dança dirigida por Ethel Meglin, proprietária do grupo de dança Meglin Kiddies. As irmãs apareceram com a trupe de seu show anual de Natal. Foi através do Meglin Kiddies que Judy e suas irmãs fizeram sua estréia no cinema, em 1929, em “Revue Big”.

Em 1934, as irmãs, que até então tinham viajado pelo circuito de vaudeville como The Sisters Gumm por muitos anos, apresentaram-se em Chicago, no Teatro Oriental, com George Jessel. Ele incentivou o grupo a escolher um nome mais atraente depois que o nome "Gumm" foi recebido com risos da platéia. The Garland Sisters foi escolhido e Frances mudou seu nome para "Judy" logo depois, inspirada por uma canção popular de Hoagy Carmichael.

Várias histórias persistem em relação à origem do nome "Garland". Uma é que foi criada por Jessel após ver a personagem Carole Lombard, de Lily Garland, no filme “Twentieth Century”, que passou no Oriental; outra é que o trio escolheu o sobrenome por causa do crítico Robert Garland. A filha de Judy, Lorna Luft, declarou que a mãe escolheu o nome quando Jessel anunciou que o trio de cantores "parecia mais bonito do que uma grinalda de flores". Outra variação surgiu quando Jessel foi convidado do programa de televisão de Judy em 1963. Ele alegou que a atriz Judith Anderson enviou um telegrama contendo a palavra "Garland" (grinalda) e ela ficou na sua mente.

The Big Revue, 1929 - The Gumm Sisters
De qualquer forma, no final de 1934, o Gumm Sisters havia mudado seu nome para Garland Sisters. O trio foi quebrado em agosto de 1935, no entanto, quando Suzanne Garland voou para Reno, Nevada, e casou com o músico Lee Kahn, um membro da orquestra de Jimmy Davis, que se apresentava em Cal-Neva Lodge, Lake Tahoe.

Em 16 de novembro de 1935, em meio à preparação para uma apresentação de rádio no Chateau Shell Hour, Judy soube que seu pai, que tinha sido hospitalizado com meningite, havia piorado. Frank Gumm morreu na manhã seguinte, em 17 de novembro. A canção de Judy para o Chateau Shell Hour foi sua primeira apresentação profissional com “Zing! Went the Strings of My Heart”, uma canção que se tornaria um padrão em muitos de seus concertos.

Em 1935, Judy assinou um contrato com a MGM, supostamente sem um teste de tela, mas ela realmente tinha feito um teste para o estúdio há vários meses. "O pai de morrera quando tinha 13 anos, a mãe foi-lhe de pouca valia, e ela logo se tornou uma "filha da MGM", o estúdio de Hollywood, onde trabalhava" ("Tudo Sobre Drogas: Famosos e Drogados" pág. 79, Marc Kusinitz, Ed. Nova Cultural, São Paulo, 1988)

O estúdio não sabia o que fazer com Judy, pois aos 15 anos ela era mais velha do que a estrela infantil tradicional, mas muito jovem para papéis adultos. A aparência física dela criou um dilema para a MGM. Com apenas 1,64m, Judy não exemplificava o tipo mais glamouroso exigido das protagonistas da época.

Sua situação difícil foi agravada pelo chefe de estúdio Louis B. Mayer, que se referiu a ela como sua "pequena corcunda" a fim de depreciá-la. Há rumores de que Louis Mayer investiu diversas vezes sexualmente contra a atriz que não quis ter um caso com ele, pois ela era apaixonada e fiel ao seu atual marido Mickey Deans. O dono do estúdio praticou assédio sexual e moral contra a atriz, abusando de sua posição na empresa e autoridade hierárquica, pois acreditava que todas as atrizes do estúdio deveriam fazer qualquer coisa que ele quisesse por ele ser rico e poderoso.

Durante seus primeiros anos no estúdio, Judy foi fotografada e vestida com roupas simples ou babados juvenis e trajes para "coincidir" com a "garota da porta do lado", imagem que foi atribuída para ela devido a seus modos na vida particular fora dos estúdios. Ela acabou por ser escalada como antagonista de Deanna Durbin, no curto musical “Every Sunday”. O filme serviu como um teste de tela estendida para a dupla, pois os executivos do estúdio estavam questionando se valeria a pena ter 2 cantoras meninas do mesmo estilo no seu casting. Mayer finalmente decidiu manter as 2 meninas, devido ao apelo dos fãs de Judy já que Deanna dormia com Louis nos bastidores, mas por essa altura a opção de Durbin havia caído (Louis passou a preferir dormir com outra atriz) e ela firmou contrato com a Universal Studios por não querer mais se submeter a tal situação vergonhosa.

Judy, logo a seguir, acabou despertando a atenção dos executivos de diversos outros estúdios cantando um arranjo especial de “You Made Me Love You”, para Clark Gable, em uma festa de aniversário realizada pelo estúdio para o ator, que acabou sendo um sucesso de público. Sua interpretação foi tão bem vista pela indústria do entretenimento em geral, que Judy teve que repetir a dose no “All-Star Extravaganza Broadway Melody” de 1938, em que cantou a canção para uma foto de Gable.

Bem cedo Judy Garland tornou-se dependente, o que aconteceu sem que ela soubesse ou fosse consultada. Isso foi obra do gerente do estúdio, Louis Mayer, que, para melhor utilizar os serviços da jovem, providenciava-lhe anfetaminas para estimulá-la e, depois, barbitúricos para que dormisse quando não era mais necessária. Seu 5º marido, Mickey Deans, narra em um livro alguns dos momentos terríveis da vida da atriz. "Trabalhávamos seis dias por semana, dez a doze horas por dia", lembra ele. Em certas ocasiões, "o doutor do estúdio trazia para mim e para outros atores pílulas que pareciam grandes como pires. Eram para manter-nos alerta. Quando acabava de encenar, levavam-me para o hospital do estúdio. A macaca Chita era mais bem tratada do que eu."

Judy em The Wizard of Oz, de 1939
Judy logo conseguiu o papel principal de Dorothy Gale em “O Mágico de Oz” (1939), na idade de 16 anos, em que ela cantou a música com a qual ela sempre seria identificada, “Over the Rainbow”. Garland foi inicialmente equipada com uma peruca loira para o papel, mas Freed e LeRoy decidiram contra isso na hora de filmar. Seus seios estavam presos com fita e ela foi obrigada a usar um colete especial para aplainar suas curvas e fazê-la parecer mais jovem, seu vestido de algodão azul também foi escolhido por seu efeito de indefinição sobre sua figura.

A filmagem começou em 13 de outubro de 1938 e foi concluída em 16 de março de 1939, com um custo final de mais de 2 milhões de dólares. A partir da conclusão das filmagens, A MGM manteve Judy ocupada com turnês promocionais e as filmagens de “Babes in Arms”. Garland e Mickey Rooney foram enviados em uma turnê promocional através do país, que culminou em 17 agosto com a New York City Priemiere no Teatro Capitólio, que incluía cinco shows por dia.

O “Mágico de Oz” foi um tremendo sucesso de crítica, mas, com seu alto orçamento e promoções, que custaram cerca de 4 milhões, juntamente com a baixa receita gerada por ingressos de crianças, o filme não teve lucro até que foi relançado em 1940. Na cerimônia do Oscar dese ano, Judy recebeu um Oscar Juvenil pelos seus desempenhos em 1939, incluindo “The Wizard of Oz” e “Babes in Arms”. Na sequência desse reconhecimento, ela se tornou um dos astros mais rentáveis da MGM.

Judy em The Wizard of Oz, de 1939.
Em 1940, ela estrelou três filmes: “Andy Hardy Meets Debutante”, “Strike Up the Band” e “Little Nellie Kelly”. No último filme, Garland interpretou seu primeiro papel de adulto, um duplo papel de mãe e filha. O sucesso, e mais outros três filmes em 1941, garantiu sua posição na MGM como sua maior propriedade.

Continue lendo a biografia em: Judy Garland - Parte II

Fontes: Wikipédia; e-biografias.
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