Judy Garland (Frances Ethel Gumm), atriz e cantora, nasceu em Grand Rapids, Minnesota, EUA, em 10/06/1922, e faleceu em Londres, Inglaterra, em 22/06/1969. Era a filha mais nova de Francis Avent "Frank" Gumm e Ethel Marion Milne, que se estabeleceram em Grand Rapids para atuar no teatro.
Fez sua primeira aparição com a idade de dois anos e meio, quando se juntou a suas duas irmãs mais velhas, Mary Jane "Suzy" Gumm (1915-64) e Dorothy Virgínia "Jimmie" Gumm (1917-77), sobre o palco do teatro do pai durante um show de Natal, e cantou um coro de Jingle Bells.
Na seqüência de rumores de que Frank Gumm tinha feito contínuos "avanços sexuais masculinos" em seu teatro, a família mudou-se para Lancaster, Califórnia, em junho de 1926. Frank tinha comprado outro teatro em Lancaster e Ethel, atuando como sua gerente, começou a trabalhar para colocar suas filhas no cinema.
Em 1928, as The Sisters Gumm matricularam-se em uma escola de dança dirigida por Ethel Meglin, proprietária do grupo de dança Meglin Kiddies. As irmãs apareceram com a trupe de seu show anual de Natal. Foi através do Meglin Kiddies que Judy e suas irmãs fizeram sua estréia no cinema, em 1929, em “Revue Big”.
Em 1934, as irmãs, que até então tinham viajado pelo circuito de vaudeville como The Sisters Gumm por muitos anos, apresentaram-se em Chicago, no Teatro Oriental, com George Jessel. Ele incentivou o grupo a escolher um nome mais atraente depois que o nome "Gumm" foi recebido com risos da platéia. The Garland Sisters foi escolhido e Frances mudou seu nome para "Judy" logo depois, inspirada por uma canção popular de Hoagy Carmichael.
Várias histórias persistem em relação à origem do nome "Garland". Uma é que foi criada por Jessel após ver a personagem Carole Lombard, de Lily Garland, no filme “Twentieth Century”, que passou no Oriental; outra é que o trio escolheu o sobrenome por causa do crítico Robert Garland. A filha de Judy, Lorna Luft, declarou que a mãe escolheu o nome quando Jessel anunciou que o trio de cantores "parecia mais bonito do que uma grinalda de flores". Outra variação surgiu quando Jessel foi convidado do programa de televisão de Judy em 1963. Ele alegou que a atriz Judith Anderson enviou um telegrama contendo a palavra "Garland" (grinalda) e ela ficou na sua mente.
The Big Revue, 1929 - The Gumm Sisters |
Em 16 de novembro de 1935, em meio à preparação para uma apresentação de rádio no Chateau Shell Hour, Judy soube que seu pai, que tinha sido hospitalizado com meningite, havia piorado. Frank Gumm morreu na manhã seguinte, em 17 de novembro. A canção de Judy para o Chateau Shell Hour foi sua primeira apresentação profissional com “Zing! Went the Strings of My Heart”, uma canção que se tornaria um padrão em muitos de seus concertos.
Em 1935, Judy assinou um contrato com a MGM, supostamente sem um teste de tela, mas ela realmente tinha feito um teste para o estúdio há vários meses. "O pai de morrera quando tinha 13 anos, a mãe foi-lhe de pouca valia, e ela logo se tornou uma "filha da MGM", o estúdio de Hollywood, onde trabalhava" ("Tudo Sobre Drogas: Famosos e Drogados" pág. 79, Marc Kusinitz, Ed. Nova Cultural, São Paulo, 1988)
O estúdio não sabia o que fazer com Judy, pois aos 15 anos ela era mais velha do que a estrela infantil tradicional, mas muito jovem para papéis adultos. A aparência física dela criou um dilema para a MGM. Com apenas 1,64m, Judy não exemplificava o tipo mais glamouroso exigido das protagonistas da época.
Sua situação difícil foi agravada pelo chefe de estúdio Louis B. Mayer, que se referiu a ela como sua "pequena corcunda" a fim de depreciá-la. Há rumores de que Louis Mayer investiu diversas vezes sexualmente contra a atriz que não quis ter um caso com ele, pois ela era apaixonada e fiel ao seu atual marido Mickey Deans. O dono do estúdio praticou assédio sexual e moral contra a atriz, abusando de sua posição na empresa e autoridade hierárquica, pois acreditava que todas as atrizes do estúdio deveriam fazer qualquer coisa que ele quisesse por ele ser rico e poderoso.
Durante seus primeiros anos no estúdio, Judy foi fotografada e vestida com roupas simples ou babados juvenis e trajes para "coincidir" com a "garota da porta do lado", imagem que foi atribuída para ela devido a seus modos na vida particular fora dos estúdios. Ela acabou por ser escalada como antagonista de Deanna Durbin, no curto musical “Every Sunday”. O filme serviu como um teste de tela estendida para a dupla, pois os executivos do estúdio estavam questionando se valeria a pena ter 2 cantoras meninas do mesmo estilo no seu casting. Mayer finalmente decidiu manter as 2 meninas, devido ao apelo dos fãs de Judy já que Deanna dormia com Louis nos bastidores, mas por essa altura a opção de Durbin havia caído (Louis passou a preferir dormir com outra atriz) e ela firmou contrato com a Universal Studios por não querer mais se submeter a tal situação vergonhosa.
Judy, logo a seguir, acabou despertando a atenção dos executivos de diversos outros estúdios cantando um arranjo especial de “You Made Me Love You”, para Clark Gable, em uma festa de aniversário realizada pelo estúdio para o ator, que acabou sendo um sucesso de público. Sua interpretação foi tão bem vista pela indústria do entretenimento em geral, que Judy teve que repetir a dose no “All-Star Extravaganza Broadway Melody” de 1938, em que cantou a canção para uma foto de Gable.
Bem cedo Judy Garland tornou-se dependente, o que aconteceu sem que ela soubesse ou fosse consultada. Isso foi obra do gerente do estúdio, Louis Mayer, que, para melhor utilizar os serviços da jovem, providenciava-lhe anfetaminas para estimulá-la e, depois, barbitúricos para que dormisse quando não era mais necessária. Seu 5º marido, Mickey Deans, narra em um livro alguns dos momentos terríveis da vida da atriz. "Trabalhávamos seis dias por semana, dez a doze horas por dia", lembra ele. Em certas ocasiões, "o doutor do estúdio trazia para mim e para outros atores pílulas que pareciam grandes como pires. Eram para manter-nos alerta. Quando acabava de encenar, levavam-me para o hospital do estúdio. A macaca Chita era mais bem tratada do que eu."
Judy em The Wizard of Oz, de 1939 |
A filmagem começou em 13 de outubro de 1938 e foi concluída em 16 de março de 1939, com um custo final de mais de 2 milhões de dólares. A partir da conclusão das filmagens, A MGM manteve Judy ocupada com turnês promocionais e as filmagens de “Babes in Arms”. Garland e Mickey Rooney foram enviados em uma turnê promocional através do país, que culminou em 17 agosto com a New York City Priemiere no Teatro Capitólio, que incluía cinco shows por dia.
O “Mágico de Oz” foi um tremendo sucesso de crítica, mas, com seu alto orçamento e promoções, que custaram cerca de 4 milhões, juntamente com a baixa receita gerada por ingressos de crianças, o filme não teve lucro até que foi relançado em 1940. Na cerimônia do Oscar dese ano, Judy recebeu um Oscar Juvenil pelos seus desempenhos em 1939, incluindo “The Wizard of Oz” e “Babes in Arms”. Na sequência desse reconhecimento, ela se tornou um dos astros mais rentáveis da MGM.
Judy em The Wizard of Oz, de 1939. |
Continue lendo a biografia em: Judy Garland - Parte II
Fontes: Wikipédia; e-biografias.
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