quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O discurso

Na esquina que tem a igreja, o homem parou, fumando um baita charutão. Eu casualmente olhava para ele, talvez mais atento ao charuto do que ao fumante, pois ele, realmente, largava uma fumaça danada. Foi quando o homem tirou o charutão da boca e berrou:

— Meus amigos: o povo é burro. Burro e ignorante. Todo aquele que for povo é um coitado. Eu sou um coitado... você é um coitado — apontou para um velhote gordinho que passava e o velhote ficou meio chateado de ser coitado, fez uma ameaça de responder, mas depois continuou seu caminho, balançando a cabeça e rindo.

O cara prosseguiu: — E o povo, acima de tudo, serve de teta para eles mamarem.

Isto ele disse para uma senhora rotunda que passava muito digna, a carregar as suas banhas. Fiquei com medo de que ele apontasse para a gorda e dissesse: — A senhora é teta... — mas não, seguiu a senhora o seu caminho e ele o seu inflamado discurso.

— Quem fala em nome do povo é safado. Todo cretino que levanta a voz, seja onde for, dizendo-se representante do povo, emissário do povo, ou povo propriamente dito, é um cretino... Ninguém quer ser Povo, meus amigos. A pessoa pode sair do povo, mas voltar ao povo não quer. E quem diz que quer é cretino.

Puxou uma "big" fumaçada do charutão. Expeliu a fumaça com violência e seguiu em frente:

— Qual é o sujeito que, tendo saído do povo e se tornado mais do que um simples elemento do povo, quer voltar a se integrar ao povo? Ninguém... porque ninguém é besta de andar pra trás. Por isso, é uma mentira, quando certos exploradores do povo vêm com essa conversa de que falam pelo povo. Falam nada... eles estão querendo é se arrumar mais ainda, para ficar mais distantes ainda do povo.

Nesta altura já tinha juntado gente. Todos os semblantes tinham pendurado nas bocas — à guisa de decoração — um sorriso de gozação. Ele deu uma mirada em volta e largou mais brasa:

— São todos eles umas bestas. É humano, normal, ainda que lamentável, que aquele que saiu fora do povo não queira voltar a ele. E isto eu garanto que ninguém quer. Representante do povo não existe, meus amigos... Quem se diz representante do povo não é povo...

— Então o que é? — perguntou um rapazote, em meio a um grupo que ouvia.

— Eu sei lá o que é... mas povo toma! que ele é (e largou o maior gesto obsceno, hoje muito difundido pelo cinema neo-realista italiano)...

A turma foi se mandando. Um disse que o orador era doido. Alguém discordou e começou uma discussão. Mas isto não importa. Fosse doido ou não o orador, o que eu sei é que o seu discurso foi o mais sensato discurso político que eu já ouvi até hoje.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975
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domingo, 29 de janeiro de 2012

Pequeno Dicionário dos Esportes - Parte II

Alpinismo - Brincar de bondinho do Pão de Açúcar sem bondinho.

Beisebol - Esporte onde muitos americanos são yankees e muitos brasileiros são japoneses.

Basquete - Cinco homens à procura de um cesto.

Boxe - Onde fica provado que dar é melhor do que receber.

Caça - Só deve ser praticada no dia do caçador.

Corrida de Cavalo - Esporte onde os cavalos ganham e os burros perdem.

Esqui - Utiliza-se neve, dois bastões, dois pedaços de madeira, uma boa colina e algumas fraturas.

Futebol - Jogo composto de 22 jogadores, dois técnicos, uma bola, um campo, dois bandeirinhas, um árbrito e duas torcidas, que geralmente não simpatizam com a progenitora do árbitro.

Pesca - Um homem de um lado e um peixe do outro. Geralmente os peixes têm o dom de crescer seis ou sete vezes de tamanho, do momento em que são pescados até a hora em que são descritos aos amigos.

Remo - Esporte em que o seu braço é a gasolina do barco.

Tiro ao Alvo - Forma dificílima de detetização. Com uma bala, você tem que acertar na mosca.

Xadrez - O jogo predileto dos banqueiros. Sem o cheque não há o mate.

Fonte: Orkut.
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Pequeno Dicionário dos Esportes

Alpinismo: Nascido nos países alpinos, como Áustria e Suiça, consiste em escalar montanhas.

Arco e Flecha: Extremamente difundido na Idade Média.

Atletismo: Chamado esporte base, pois testa as características básicas do homem, comporta três tipos de prova: as corridas (rasas ou de obstáculos), os saltos (altura, extensão, tríplice e com vara) e os lançamentos (peso, disco, martelo e dardo). Suas origens remontam à Grécia antiga, sendo basicamente um esporte individual.

Automobilismo: Corridas de automóvel, geralmente patrocinadas por fábricas de veículos interessadas em testar ou promover seus produtos.

Baseball: Esporte coletivo (equipes de jogadores) em que se usa um bastão para rebater a bola; o rebatedor e seus companheiros tentam marcar um ponto, correndo em volta das bases. É popularíssimo nos EUA, Cuba e Japão; no Brasil é praticado quase exclusivamente pela colônia japonesa.

Basquete: Duas equipes de cinco jogadores enfrentam-se tantando fazer passar a bola pelo cesto colocado na defensiva adversária. Esporte de grande projeção nos EUA.

Capoeira: Luta acrobática de origem afro-brasileira, difundida hoje por todo o Brasil e considerada como esporte nacional.

Ciclismo: Competição de velocidade em bicicleta, muito populares nos países da Europa; podem ser disputadas em pistas (velódromos) ou em estradas.

Equitação: Esporte que demonstra o grau de perícia do cavaleiro e o adestramento da montaria.

Esgrima: Descendente dos antigos duelos, requer perícia e agilidade. Divide-se em três modalidades: espada, florete e sabre. As armas possuem um protetor na ponta ligado a um aparelho elétrico que se acende quando o adversário é tocado.

Esporte: Toda atividade esportiva na qual se emprega a força, a habilidade ou a inteligência (juntas ou separadamente) dentro de regras prefixadas, com o fim exclusivo de vencer adversários que se enfretam diretamente ou indiretamente.

Ginástica: Demonstração de agilidade, destreza e domínio do próprio corpo. Os exercícios nas competições são em: barra fixa, barras paralelas, argolas, cavalo com alças, cavalo sem alças e ginástica de solo.

Golfe: Em gramado extenso, o jogador utiliza-se de um taco para embocar uma pequena bola em orifícios do terreno, com o menor número de “tacadas” possível.

Halterofilismo: Levantamento de barras de ferro em três estilos, chamados desenvolvimento, arranque e arremesso. Há várias categorias de acordo com o peso do atleta.

Luta: Competição de força física. Na luta livre olímpica, a vitória cabe ao contendor que conseguir encostar no solo as espáduas do adversário.

Natação: Competição de velocidade natatória em vários estilos: nado livre (crawl), nado de peito, nado de costas, clássico, nado borboleta.

Pólo Aquático: Disputado em piscinas, por quadros de sete jogadores, que impulsionam a bola por sobre a linha da água procurando introduzi-la na meta adversária.

Pugilismo: Luta de socos. As mãos dos contendores são protegidas com luvas especiais. É apreciado no mundo inteiro, sobretudo nos EUA. Há diversas categorias, conforme o peso do lutador. O combate se realiza em um tablado (ringue) cercado de cordas.

Rodeio: Competição de habilidades em atividades ligadas à pecuária: domar cavalos selvangens, cavalgar bois, laçar e imobilizar um novilho são algumas das provas deste esporte.

Rugby: Violento esporte coletivo praticado nos EUA e alguns países da Europa. A bola (de formato oblongo) deve ser conduzida por um jogador, a quem os adversários devem deter. Marca-se os pontos quando se ultrapassa com a bola a linha de fundo adversária. Nos EUA, as regras são um pouco diferentes e o esporte é chamado de “futebol”.

Tênis: Competição de origem inglesa, pratica-se em quadra de grama, terra, saibro, sintética, dividida ao meio por uma rede. O jogador deve bater a bola com auxílio de uma raquete, atirando-a por sobre a rede para a metade da quadra defendida pelo adversário.

Xadrez: Praticado em um tabuleiro de 64 casas. Cada jogador conta com dezesseis peças, e o objetivo do jogo é eliminar a principal peça adversária (chamada rei). Cada tipo de peça tem movimentos específicos.
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Fonte: T.E.M.A. – Técnicas de Ensino e Metodologias Avançadas. Ensino Fundamental. Médio. Profissionalizante. Ed. Didática Paulista. 2007.
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