Os babilônios, povo que viveu entre 1950 a.C. e 539 a.C., na Mesopotâmia, foram os primeiros a marcar a passagem do tempo. Ao construir o relógio de sol, dividiram o dia em 12 partes e depois em 24, que são as horas que usamos até hoje.
"Como usavam os sistemas numéricos duodecimal (baseado no número 12) e sexagesimal (baseado em 60), os babilônios dividiram a hora em 60 partes, 'inventando' o minuto", explica o metrologista (especialista em sistemas de medida) Pedro Luiz Montini, do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-SP).
"Dividindo o minuto em 60 partes,, eles chegaram à definição do segundo, embora só tenha sido possível detectá-lo com precisão séculos depois", completa.
Ano
Em 46 a.C., o general romano Júlio César adaptou o calendário egípcio - de 3000 a.C. O modelo juliano dividiu o ano em 365 dias - equivalente ao ciclo solar conhecido à época - e 12 meses. Em 1582, o papa Gregório XIII corrigiu imprecisões e estabeleceu o modelo atual, o gregoriano.
Mês
Babilônios, egípcios e antigos chineses dividiam o ano em dez períodos, nomeados de acordo com seus deuses. Os romanos foram os primeiros a dividir o ano em 12 partes. Os nomes do sétimo e do oitavo mês, porém, eram quinctillis e sextillis - julio e agosto surgiram depois, em homenagem a Júlio César e ao imperador César Augusto.
Em 8 d.C., o senado romano jogou um dia de fevereiro para agosto. É que o mês de César Augusto tinha um dia a menos do que o de Júlio César (julho).
Semana
A definição do ciclo de sete dias tem origem dupla. De um lado, os astrólogos de Alexandria, capital do Egito por volta de 300 a.C., organizaram os dias em grupos de sete para seguir a ordem dos sete planetas até então conhecidos. De outro lado, a tradição hebraica do Shabbath, que estabelece um dia de culto a cada sete, no qual os judeus descansavam.
Os sumérios já observavam o ciclo de sete dias - relacionado às fases da Lua - antes de egípios e hebreus, porém sem formalizar o sistema.
Dia
Os babilônios precisavam medir o tempo em frações menores que o dia e a noite. Para isso, inventaram o primeiro relógio da humanidade, o relógio de sol. Ainda não dava para marcar as horas com precisão, mas a trajetória da sombra separava o dia em 12 partes. Com o mesmo raciocínio, dividiram a noite também.
Hora
A definição de horas, minutos e segundos era conhecida desde os babilônios, mas demorou até alguém medir o tempo com precisão. O relógio mecânico só surgiu no século 14 e atrasava 15 minutos por dia - um dia a cada três meses! Em 1656, com o relógio de pêndulo, o atraso diminuiu para um minuto por semana.
O segundo equivalia a 1/60 do minuto até 1967, quando o Sistema Internacional de Unidades definiu sua duração baseado na radiação do átomo do césio 133.
Outras medidas
Com o avanço tecnológico, surgiu a necessidade de medir intervalos de tempo menores. É o caso do microssegundo (milionésima parte de um segundo), do femtossegundo (1 quadrilhão de vezes menor que um segundo) e do attossegundo (mil quadrilhões de vezes menor que um segundo), o menor tempo já medido por cientistas.
Países orientais mantém calendários bem diferentes do que os usados no Ocidente. A Índia segue um calendário baseado no ciclo lunar, com o ano zero equivalente a 79 d.C. Para os chineses, o ano tem 354 dias e a medição do tempo é lunissolar, ou seja, considera o movimento da Terra em relação ao Sol e à Lua. Para não perder a sincronia com o ciclo solar, a cada oito anos mais de 90 dias entram no calendário. O calendário dos judeus também é lunissolar. Os meses têm 29 ou 30 dias e, para compensar os dias perdidos em relação ao ciclo solar, acrescenta-se um 13º mês em alguns anos.
Fontes: Portal das Curiosidades; Pedro Luiz Montini, metrologista do Ipem-SP; livro A Casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta; site Astronomy & Astrophysics (cds.aanda.org) - Revista Mundo Estranho, edição #111.