Nasci na cidade de Balneário da Barra do Sul, Estado de Santa Catarina, no dia 31 de Janeiro de 1937, tenho hoje 71 anos. Sou de uma família de oito irmãos, sendo cinco mulheres e três homens.
Aos quatro anos perdi minha mãe, que faleceu com trinta e seis anos. Meu pai após nove meses de viúvo, casou-se com a cunhada que também era viúva e tinha três filhos menores.
Após o casamento do meu pai viemos morar em Guaramirim-SC, onde ingressei na escola e fiz o primário com uma ótima professora que até hoje tenho na memória. Mudamos para Joinville-SC, morei apenas um ano, pois meu pai contraiu um câncer no esôfago e veio a falecer com quarenta e nove anos, no dia 07 de Julho de 1952. Tendo eu apenas quinze anos.
Amava muito meu pai, por não ter mãe meu apego por ele era maior, uma vez que ele me protegia demais, devido ao fato de eu ter bronquite.
Conhecia uma irmã Franciscana, minha professora de catecismo em Guaramirim, que hoje chamamos de catequese. No mesmo mês do falecimento do meu pai esta irmã me convidou para vir morar com ela, pois a mesma havia aberto uma casa de meninas em Itajaí. Foi naquele momento o maior presente que recebi, eu não queria ficar com a madrasta, como eu chorava muito pela morte do meu pai, a madrasta disse: “Vou te levar para casa das irmãs franciscanas, não posso ficar contigo dessa maneira sempre chorando”.
No dia 24 do mesmo mês, chegamos na frente da dita casa. Quando minha madrasta leu: “Asilo Dom Bosco”, espantou-se com o nome e disse: “Vamos de volta para casa, aqui não ficas, os teus irmãos vão falar que teu pai faleceu e eu te coloquei num asilo. Moço toca esse trole, que vamos para a agência comprar passagem.” Eu gritei fortemente: “Eu quero ficar aqui”.
Diante da minha insistência ela falou: “Então vamos ver como é isso aí”. Batemos na portaria, veio a Irmã nos atender. Fiquei encantada com seu atendimento. “Você vai ser uma menina feliz aqui na nossa casa”. Disse a irmã.
Durante três anos trabalhei na limpeza, cozinha e as irmãs gostavam do meu trabalho. Procurava fazer tudo bem feito.
Após esse período chegou um senhor que todas nós gostávamos muito. Seu Silveira Junior e disse: “Irmã vou arrumar um trabalho para essa moça, o jeito dela me agrada”. Eu já tinha dezoito anos, ele falou comigo, eu expliquei que eu era simples e humilde, então ele disse que haveriam pessoas para me ajudar.
Concordei e comecei a trabalhar dia 01 de Julho de 1955. Melhorou bastante, já tinha meu dinheirinho, isso era importante. Fui trabalhar na Pátria Cia de seguros.
Nesta época eu morava no asilo, trabalhava fora e minhas amizades eram as pessoas da própria igreja. Foi então que conheci um jovem começamos a namorar e noivamos. Padre Bertolino Schilikimann, como coordenador do asilo, ao saber que eu estava noiva disse: “Você tem que deixar esta casa”. Onde eu prontamente respondi: “Isso só a irmã decide, aqui é minha casa”.
Ao chamar a irmã, conversamos sobre minha permanência na casa. A mesma respondeu ao Padre Bertolino: “De jeito algum, vou fazer a festa de casamento dela aqui no asilo”.
Assim aconteceu, dia 30 de setembro de 1961, casamos. Fui viver uma vida a dois que foi muito e continua sendo maravilhosa. Temos 3 filhos, 2 homens e uma mulher. Que são maravilhos . Temos 4 netos lindos demais!
Esta é um resumo da minha história. Mesmo com as dificuldades, agradeço os momentos felizes e me considero uma pessoa FELIZ!
Obrigada a todos!
Auta Coelho