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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A tecnologia de antigamente

Escavações efetuadas no deserto do Arizona, nos EUA, surpreenderam os arqueólogos: a 100 m de profundidade descobriram vestígios de fios de cobre que datavam do ano 1000!

Os estudiosos americanos concluíram que seus antepassados já dispunham de uma rede telefônica naquela época.

Os argentinos, para não ficarem para trás, escavaram também seu sub-solo, encontrando restos de fibras ópticas a 200 m de profundidade!

Após minuciosas análises, concluíram que elas tinham 2.000 anos de idade. Os arqueólogos platinos concluíram, triunfantes, que seus antepassados já dispunham de uma rede digital a base de fibra óptica quando Jesus Nasceu!

Uma semana depois, no Rio Grande do Sul, foi publicado o seguinte anúncio:

"Após escavações arqueológicas no sub-solo de Estrela, Lajeado, Teutônia, Santa Maria, Pelotas, Carazinho, Fagundes Varela, Boa Vista do Buricá, Montenegro, São Leopoldo, Paverama, e diversas outras cidades, até uma profundidade de 500 metros, os cientistas gaúchos não encontraram absolutamente nada".

De onde se conclui que os antigos gaúchos já dispunham há 5.000 anos de uma rede de comunicações sem-fio. Wireless”.
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domingo, 3 de outubro de 2010

O causo das Escrituras

A versão gaudéria da Bíblia ou "O causo das escrituras"

Pois não sei se já les contei o causo das Escritura Sagrada. Se não les contei, les conto agora. A história essa é meio comprida, mas vale a pena contá por causo dos revertério. De Adão e Eva acho que não é perciso contá os causo, porque todo mundo sabe que os dois foram corrido do Paraíso por tomá banho pelado numa sanga. Naqueles tempo, esse mundaréu todo era um pasto só sem dono, onde não tinha nem dele nem meu.

O primeiro índio a botá cerca de arame foi um tal de Abel. Mas nem chegou a estendê o primeiro fio porque levou um pontaço no peito, do irmão dele, um tal de Caim, que tava meio desconforme com a divisão. O Caim, estonces, ameaçado de processo feio, se bandeou pro Uruguai.

Deixou o filho dele, um tal de Nóe, tomando conta da estância. A estância essa ficava nas barranca de uma corredera e o Noé, uns anos despois, pegou uma enchente muito feia pela frente. Cosa muito séria. Caiu água uma barbaridade. Caiu tanta água que tinha até índio pescando jundiá em cima de cerro.

O Noé entonces botou as criação em cima de uma balsa e se alargou nas correnteza, eta índio velho. A enchente era tão braba que quando o Nóe se deu conta a balsa tava atolada num banhado chamado Dilúvio. Foi aí que um tal de Moiséis varou aquela água toda com vinte junta de boi e tirou a balsa do atoleiro. Bueno, aí com aquele desporpósito, as família ficaram amiga.

A filha mais velha do Noé se casou-se com o filho mais novo do Moisés e os dois foram morá numa estância muito linda, chamada estância da Babilônica.

Bueno, tavam as família ali, tomando mate no galpão, quando se chegou um correntino chamado Golias, com mais uns trinta castelhano do lado dele.

Abriaram a cordeona e quiseram obrigá as prenda a dançá uma milonga. Foi quando os velho, que eram de muito respeito, se queimaram e deu-se o entrevero. Pelia braba, seu. O correntino Golias, na voz de vamo, já se foi e degolou de um talho só o Noé e o velho Moisés.

E já tava largando planchaço em cima do mulherio quando um piazito carreteo, de seus dez ano e pico, chamado Davi, largou um bodocaço no meio da testa do infeliz que não teve nem graça! Foi me acudam e tou morto.

Aí a indiada toda se animou e degolaram os castelhano. Dois que tinham desrespeitado as prenda foram degolado com o lado cego do facão. Foi uma sangüera danada. Tanto que até hoje aquele capão é chamado de Mar Vermelho.

Mas entonces foi nomeado delegado um tal de major Salomão. Homem de cabelo nas venta, o major Salomão. Nem les conto!

Um dia o índio tava sesteando quando duas velha se bateram em cima dum guri de seus seis ano que tava vendendo pastel. O major Salomão, muito chagado ao piazito, passou a mão no facão e de um talho só, cortou as velha em dois. Esse é o muito falado causo do Prejuízo de Salomão que contam por aí.

Mas, por essas estimativas, o major Samolão, o que tinha de brabo tinha de mulherengo. Eta índio bueno, seu. Onde boleava a perna, já deixava filho feito. E como vivia boleando a perna, teve filho que Deus nos livre. E tudo com a cara dele, que era pra não havê discordância. Só que quando Deus nosso Senhor quer, até égua véia nega estribo.

Logo a filha das predileção do major Salomão, a tal de Maria Madalena, fugiu da estância e foi sê china no bolicho. Uma vergonhera pra família. Mas ela puxou a mãe, que era uma paraguaia meio gaudéria que nunca tomô jeito na vida.
O pobre do major Salomão se matou-se de sentimento, com uma pistola Eclesiaste de dois cano.

Mas, vejam como é a vida. Pois essa mesma Maria Madalena se casou-se três ano despois com um tal coronel Ponciano Pilatos.

Foi ele que tirou ela da vida. Eu conheço uns três caso do mesmo feitio e nem um deles deu certo. Como dizia muito bem o finado meu pai, mulher quando toma mate em muita bomba, nunca mais se acostuma com uma só. Mas nesses contraproducente, até que houve uma contrapartida.

O coronel Ponciano Pilatos e a Maria Madalena tiveram doze filho, os tal de aposto, que são muito conhecido pelas caridade que fizeram. Foi até na casa deles que Jesus Cristo churrasqueou com a cunhada de Maria Madalena, que despois foi santa muito afamada. A tal de Santa Ceia.

Pois era uns tempo muito mal definido. Andava uma seca braba pelos campo. São José e a Virge Maria tinham perdido todo o gado e só tavam com uma mula branca no potrero, chamada Samaritana. Um rico animal, criado em casa, que só faltava falá. Pois tiveram que se desfazê do pobre.

E como as desgraça quando vem, já vem de braço dado, foi bem aí que estouraram as revolução. Os maragato, chefiado por um tal coronel Jordão, acamparam na entrada da vila.

Só não entraram proque tava lá um destacamento comandado pelo tenente Lazo, aquele mesmo que por duas vezes foi dado por morto.

Mas aí um cabo dos provisório, um tal de cabo Judas, se passou-se pros maragato e já se veio uns tal de Romano, que tavam numas várzeas, e ocuparam a vila. Nosso Senhor foi preso pra ser degolado por um guasca muito forte e muito feio chamado Calvário. Pois vejam como é a vida. Esse mesmo Calvário, degolador muito mal afamado, era filho da velha Palestina, que tinha sido cozinheira da Virge Maria.

Degolador é como cobra, desde pequeno já nasce ingrato. Mas entonces botaram Nosso Senhor na cadeia, junto com dois abigeatário, um tal de João Batista e o primo dele, Heródio dos Reis.

Os dois tinham peleado por causo de uma baiana chamada Salomé e no entrevero balearam dois padre, Monsenhor Caifás e Cônego Atanásio.

Mas aí veio uma força da Brigada, comandada pelo coronel Jesus Além, que era meio parente do homem por parte de mãe e com ele veio mais três corpo de provisório e se pegaram com os maragatos. Foi a peleia mais feia que se tem conhecimento, Foi quarenta dia e quarenta noite de bala e bala.

Morreu três santo na luta: São Lucas, São João e São Marco. São Mateus fico três mês morre não morre, mas teve umas atenunante a favor e salvou-se de lado a lado. Ainda levou mais um pontaço do mais velho dos Romano, o César Romano, na altura da costela.

Ferimento muito grave que Nosso Senhor curou tomando vinagre na Sexta-feira da paixão. Mas aí, Nosso Senhor se disiludiu-se nos home, subiu na cruz, disse adeus pros amigo e se mandou-se de volta pro céu. Mas deixou os dez mandamentos, que são cinco e que pode mutio bem acolher em dois "não se mata home pelas costa, nem se cobiça mulher dos outro pela frente."

Fonte: Puxa o banco e senta, que tá na hora do chimarrão - cifraclub.
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sábado, 18 de setembro de 2010

Dicionário do Macanudo

Dicionário regionalista:

Abichornado – crioulo – acovardado, apequenado.

Afeitar – espanhol – fazer a barba

Âiga-te (âigale-te) – espanhol – interjeição de surpresa que enaltece o que foi ouvido; âigate.

A la pucha (a la putcha) – espanhol – interjeição de surpresa que enaltece o que foi ouvido; âigate.

Alcaide – provavelmente espanhol, pois tem significado muito oposto do homônimo português, oriundo do árabe – cavalo velho, ruim inútil; serve para pessoas também.

Andar a/pelo cabresto – português – o mesmo termo que designa a condução do animal, indica que alguém está sendo conduzido por outro.

Andar de rédea solta – português – também se referindo a pessoas, significa que alguém não sofre controle estrito de nada nem ninguém; um momento de folga.

Bagual – crioulo – cavalo que não foi castrado; homem.

Balaquear – crioulo – gabar-se, mentir, conversar fiado; vanguardar-se.

Barbaridade – português – barbarismo. Tanto adjetiva como pode ser uma interjeição de espanto.

Bate-coxa – português – baile, dança.

Bombacha – espanhol platino – peça (calça) que caracteriza a indumentária gaúcha. Tem origem turca e foi introduzida na América pelos comerciantes ingleses, de presença marcante no pampa platino.

Buenacho – espanhol – muito bom, excelente; bondoso, cavalheiro.

Campanha – português – planície rio-grandense; pampa.

Capilé – francês – refresco de verão, feita com um pouco de vinho tinto, água e muito açúcar.

Castelhano – espanhol – indivíduo oriundo de Uruguai ou Argentino

Cevador – português – pessoa que prepara o chimarrão e o distribui entre os que estão tomando.

Charque – espanhol platino – carne de gado, salgada em mantas.

Chasque – quíchua – mensageiro, estafeta.

Chiru (xiru) – tupi – índio velho, indivíduo de raça cabocla.

Chucro (xucro) – quíchua – animal arisco, nunca domado; pessoa de mesmo temperamento ou sem empirismo, inexperiente.

Cusco – espanhol platino, provavelmente já emprestado do quíchua – cachorro pequeno e de raça ordinária (ou sem); guaipeca.

De orelha em pé – português – da mesma forma que o animal de sobreaviso ergue as orelhas, tal supõe-se faça o homem.

Engasga-gato – português – ensopado feito com pedaços de charque da manta da barrigueira.

Garupa – francês - A parte superior do corpo das cavalgaduras que se estende do lombo aos quartos traseiros; também usado para definir a mesma área no corpo humano.

Gaúcho – origem desconhecida – termo, inicialmente, utilizado de forma pejorativa para descrever a cruza ibero-indígena, hoje é o gentílico de quem nasce no estado do Rio Grande do Sul.

Gauchada – crioulo – grande número de gaúchos; façanha típica de gaúcho, cometimento, muito arriscado, proeza no serviço campeiro, ação nobre, impressionante.

Gauderiar – espanhol platino – vagabundear, andar errante, sem ocupação séria; haragano.

Gaudério – espanhol platino – vagabundo, desocupado, nômade. Atualmente, é uma referência estadual ao povo da campanha, simplesmente, como gaúcho.

Guaiaca – quíchua – invenção gauchesca que se usa sobre o “cinturão europeu”. Significa bolsa em sua língua original.

Guaipeca – tupi – cachorro pequeno e de raça ordinária (ou sem), cusco.

Guri – tupi – criança, menino; serviçais que faziam trabalho leve nas estâncias.

Haragano – espanhol – Nômade, renitente; cavalo que dificilmente se deixa agarrar.

Japiraca – tupi – mulher de temperamento irascível, insuportável.

Jururu – tupi – triste, cabisbaixo, pensativo.

Macanudo – indicado como sendo espanhol platino – bom, superior, poderoso, forte, inteligente, belo rico, respeitável; um adjetivo positivo de uso genérico.

Mate – quíchua – bebida preparada em um porongo, com erva-mate e água quente; chimarrão.

Minuano – indicado como sendo espanhol platino – vento andino, frio e seco, que sopra do sudoeste no inverno.

Morocha – espanhol platino – moça morena, mestiça, mulata; rapariga de campanha.

Nativismo – português – amor pelo chão onde se nasce e sua tradição.

Orelhano (aurelhano) – espanhol platino – animal sem marca nem sinal; também serve para pessoas.

Pago – espanhol/português – lugar onde se nasceu. Como o gaúcho original era um nativo descendente de imigrantes e não pretendia deixar seu solo em hipótese alguma, o termo também designa, genericamente, a região da Campanha.

Pampa – quíchua – vastas planícies do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, coberta de excelentes pastagens que servem para criação de gado. Em quíchua, “pampa” significa “planície”.

Paisano – português/espanhol – patrício, amigo, camarada; camponês e não-militares.

Pêlo duro – espanhol – crioulo, genuinamente rio-grandense; também significa pessoa ou animal sem estirpe.

Poncho – origem incerta, araucano ou espanhol – espécie de capa de pano de lã de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, para a passagem da cabeça.

Puchero (putchero) – espanhol – sopão com muito vegetal e carne de peito, sem tutano e sem pirão. 

Querência – espanhol – o lugar onde se vive. Derivado de “querer”, caracteriza o amor que o gaúcho tem pela sua terra.

Tapejara – tupi – vaqueano, guia ou prático dos caminhos; gaúcho perito, conhecedor da região.

Tchê – provavelmente espanhol – termo vocativo pelo qual se tratam os gaúchos. É o mesmo “che” (‘txê’) do espanhol, que se consagrou com Ernesto Guevara, o “Che”.

Topete – português/espanhol – audácia, arrogância, atrevimento; saliência da erva-mate que fica fora d’água na cuia de chimarrão.

Tropeiro – português/espanhol – condutor de tropas, de gado.

Fontes: Felipe Simões Pires / Turma da Anita.
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