O pior é que tem gente que pode ler essa asneira e dizer que "faz sentido"...Leite de Pato :
"Terão alguma dificuldade de me convencer de que por trás da eclosão de ódio religioso que surgiu no rastro da publicação das charges noruguesas sobre Maomé não está a CIA ou o Mossad. É coincidência demais. Justo no momento em que o governo Bush tenta apertar o cerco das potências nucleares contra o Irã, um grupo de imãs extremistas, estereótipos dos que governam o próprio Irã, apresenta-se ao mundo como sectários exaltados, atacando o próprio cerne da civilização ocidental que é a liberdade de expressão.
O cidadão ocidental típico, que tolera a religião do outro e respeita seus símbolos sagrados - mas encara com naturalidade a criação artística irreverente, e afinal inconseqüente -, recua assustado diante da possibilidade de um grupo fundamentalista radical apoiar-se num possível poder nuclear. As charges publicadas mais de quatro meses atrás, sem qualquer conseqüência, estavam destinadas a um descanso honroso nos arquivos mortos dos jornais noruegueses e dinamarqueses. Por que decidiram tirá-las de lá?
Não costumo me ater a teorias conspiratórias, mas acho que, como o grande timoneiro Ulysses Guimarães, quando jabuti está em árvore é porque alguém o botou lá. O jornal “The New York Times” fez uma investigação e rastreou o roteiro seguido por um grupo de imãs que resultou nos primeiros protestos no Oriente Médio. Entretanto, não é porque são imãs que estão infensos às manobras da CIA ou do Mossad. Como diz a velha piada, “não é porque sou paranóico que não tem alguém me seguindo”.
A pressão norte-americana para o Irã desistir de seu programa nuclear é totalmente descabida. O País seguiu à risca os protocolos do Acordo de Não Proliferação até que os Estados Unidos começaram a lhe impingir exigências descabidas. O processo de enriquecimento a que Teerã tem acesso, segundo tudo o que foi apurado até aqui, é suficiente apenas para produzir energia elétrica, ou seja, ao nível de 3%. Para fazer a bomba, é preciso enriquecer o urânio a mais de 90%, o que o Irã não sabe fazer.
Obviamente, para se chegar a 90%, é preciso antes fazer o enriquecimento a 3%. O que não significa que quem enriquece urânio a 3% necessariamente vai caminhar para a construção da bomba. Entretanto, para Israel, qualquer leve risco de que um inimigo árabe venha mesmo a longo prazo uma capacidade nuclear militar é intolerável. Por muito menos, nos anos 80, os israelenses bombardearam e arrasaram uma usina nuclear que estava sendo construída pelos franceses em Bagdá.
Um bombardeio preventivo do complexo nuclear iraniano, feito a seco, pareceria intolerável para o mundo inteiro, inclusive para certos aliados nucleares de Teerã, como Rússia e China. Por isso, é preciso criar o ambiente. Os clérigos fundamentalistas que atualmente governam o Irã ajudam bastante na criação de um clima hostil aos iranianos, como é o caso de seu Presidente demagogo, pregando abertamente a destruição de Israel. Mas uma demonstração universal de que todos os muçulmanos são sectários e intolerantes ajuda muito mais.
É assim que, suspeito, os serviços secretos norte-americanos ou israelenses insuflaram esse clima de ódio em torno de algumas charges inconseqüentes. A operação talvez seja sofisticada demais para ser atribuída à CIA, mas está no nível dos melhores momentos do Mossad. Se não foi nenhuma nem outro, bem que poderia ser: “si non é vero, dizem os italianos, é bene trovatto!”
Recebi as charges pela Internet. Não só elas, mas um livro inteiro de sátiras ao Corão. São iconoclastas, mas nenhuma à altura do que o marquês de Sade fez com símbolos católicos. Aliás, não se conta o número de sátiras e glosas feitas por cartunistas e escritores sobre passagens da Bíblia. E aqui mesmo tivemos um pastor evangélico que, pela televisão, chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida para demonstrar que era apenas madeira. Sem falar em obras artísticas magníficas, profanas, como “A Última Tentação de Cristo”, de Scorcese, ou o “O Evangelho segundo Jesus Cristo”, de José Saramago.
Tudo isso tem gerado justificados protestos pelos que se sentem desrespeitados, mas nada que se compare a incêndios de embaixadas, rupturas diplomáticas e ameaças mortais de retaliação.
Fiquei pensando, agora que é carnaval, numa marchinha famosa dos anos 60: “Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é?, será que ele é? Será que ele é bossa nova?, será que ele é Maomé?, será que ele é transviado?, mas isso não sei se ele é”. Bem trabalhada pela CIA ou pelo Mossad, essa sátira inconseqüente usando o nome de Maomé poderia, se necessário, ser caso para bombardeio de Angra I e II! "
(fonte: A rebelião das charges e a cabeleira do Zezé)
O cidadão ocidental típico, que tolera a religião do outro e respeita seus símbolos sagrados - mas encara com naturalidade a criação artística irreverente, e afinal inconseqüente -, recua assustado diante da possibilidade de um grupo fundamentalista radical apoiar-se num possível poder nuclear. As charges publicadas mais de quatro meses atrás, sem qualquer conseqüência, estavam destinadas a um descanso honroso nos arquivos mortos dos jornais noruegueses e dinamarqueses. Por que decidiram tirá-las de lá?
Não costumo me ater a teorias conspiratórias, mas acho que, como o grande timoneiro Ulysses Guimarães, quando jabuti está em árvore é porque alguém o botou lá. O jornal “The New York Times” fez uma investigação e rastreou o roteiro seguido por um grupo de imãs que resultou nos primeiros protestos no Oriente Médio. Entretanto, não é porque são imãs que estão infensos às manobras da CIA ou do Mossad. Como diz a velha piada, “não é porque sou paranóico que não tem alguém me seguindo”.
A pressão norte-americana para o Irã desistir de seu programa nuclear é totalmente descabida. O País seguiu à risca os protocolos do Acordo de Não Proliferação até que os Estados Unidos começaram a lhe impingir exigências descabidas. O processo de enriquecimento a que Teerã tem acesso, segundo tudo o que foi apurado até aqui, é suficiente apenas para produzir energia elétrica, ou seja, ao nível de 3%. Para fazer a bomba, é preciso enriquecer o urânio a mais de 90%, o que o Irã não sabe fazer.
Obviamente, para se chegar a 90%, é preciso antes fazer o enriquecimento a 3%. O que não significa que quem enriquece urânio a 3% necessariamente vai caminhar para a construção da bomba. Entretanto, para Israel, qualquer leve risco de que um inimigo árabe venha mesmo a longo prazo uma capacidade nuclear militar é intolerável. Por muito menos, nos anos 80, os israelenses bombardearam e arrasaram uma usina nuclear que estava sendo construída pelos franceses em Bagdá.
Um bombardeio preventivo do complexo nuclear iraniano, feito a seco, pareceria intolerável para o mundo inteiro, inclusive para certos aliados nucleares de Teerã, como Rússia e China. Por isso, é preciso criar o ambiente. Os clérigos fundamentalistas que atualmente governam o Irã ajudam bastante na criação de um clima hostil aos iranianos, como é o caso de seu Presidente demagogo, pregando abertamente a destruição de Israel. Mas uma demonstração universal de que todos os muçulmanos são sectários e intolerantes ajuda muito mais.
É assim que, suspeito, os serviços secretos norte-americanos ou israelenses insuflaram esse clima de ódio em torno de algumas charges inconseqüentes. A operação talvez seja sofisticada demais para ser atribuída à CIA, mas está no nível dos melhores momentos do Mossad. Se não foi nenhuma nem outro, bem que poderia ser: “si non é vero, dizem os italianos, é bene trovatto!”
Recebi as charges pela Internet. Não só elas, mas um livro inteiro de sátiras ao Corão. São iconoclastas, mas nenhuma à altura do que o marquês de Sade fez com símbolos católicos. Aliás, não se conta o número de sátiras e glosas feitas por cartunistas e escritores sobre passagens da Bíblia. E aqui mesmo tivemos um pastor evangélico que, pela televisão, chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida para demonstrar que era apenas madeira. Sem falar em obras artísticas magníficas, profanas, como “A Última Tentação de Cristo”, de Scorcese, ou o “O Evangelho segundo Jesus Cristo”, de José Saramago.
Tudo isso tem gerado justificados protestos pelos que se sentem desrespeitados, mas nada que se compare a incêndios de embaixadas, rupturas diplomáticas e ameaças mortais de retaliação.
Fiquei pensando, agora que é carnaval, numa marchinha famosa dos anos 60: “Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é?, será que ele é? Será que ele é bossa nova?, será que ele é Maomé?, será que ele é transviado?, mas isso não sei se ele é”. Bem trabalhada pela CIA ou pelo Mossad, essa sátira inconseqüente usando o nome de Maomé poderia, se necessário, ser caso para bombardeio de Angra I e II! "
(fonte: A rebelião das charges e a cabeleira do Zezé)
Blogueiro do Papa-Siri: Aaaaaiii! O mundo está girando depressa demais! Pare, que eu quero descer! Céus, o carnaval brasileiro de 2006 alimentará agora o ódio dos muçulmanos ao Brasil... Allah-lá-ô-ô-ô...Allah, meu grande Allah!
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