quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Flagrante n.°1

Um flagrantezinho carioca. De vez em quando é bom. Foi ali no Bar Shirley, em Copacabana (esquina de Siqueira Campos com a Praça Serzedelo Correia). Lá dentro, pendurada na parede, uma fotografia comovente de Shirley Temple aos 8 ou 9 anos, quando era uma das artistas mais famosas do mundo.

O bar Shirley tem um feijão legal que alimenta mais o proletariado do que todos os pelegos juntos, do antigo e do atual Governo: que este, apesar da banca que bota, também tem pelego.

Mas vamos ao flagrantezinho carioca. O crioulo entrou no Bar Shirley, chegou perto do balcão e, mostrando-se crioulo extravagante, berrou:

— Bota um limão.

Antigamente, quem botava limão era limoeiro, mas a plebe ignara tem preguiça de falar e vai diminuindo o nome de tudo.

Batida-de-limão agora pede-se assim:

— Bota um limão aí.

Puseram e o crioulo começou a beber. Largou umas gotinhas pro santo e vapt... virou a cachaça.

Foi aí que passou a mulatinha na rua. Era dessas de andar raçudo, muito bem encadernada e ia pisando legal; calando conversa.

O crioulo saiu do bar e ficou espiando a coisinha fofa até a mulata dobrar lá na Avenida Atlântica. Suspirou, voltou para junto do balcão e falou:

— Deus faz, a natureza "creia" e eu "apreceio". Me bota aí outro limão.
_____________________________________________________________________
Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975
Leia mais...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Éder, o exocet brasileiro

Éder - 1980
O ponta-esquerda Éder não cansava de assombrar os adversários com seu chute fortíssimo, dado de qualquer distância ou lugar do campo. Daí ter ganho durante a Copa de 1982 o apelido de "Exocet", nome do míssil que causou enorme destruição na guerra das Malvinas. Realmente, destruição era o que Éder causava nas barreiras e defesas mais fechadas. Mas seus chutes não possuíam apenas força. Basta lembrar-se do gol que marcou na vitória brasileira contra a Escócia, no Mundial da Espanha. Recebeu a bola livre na entrada da grande área, armou a bomba e... tocou levemente por cima do goleiro. A maior deficiência de Eder, entretanto, era o gênio tão estourado como as bombas de pé esquerdo...

Éder Aleixo de Assis nasceu na cidade de Vespasiano, MG, em 25 de maio de 1957. Começou sua carreira pelo América Mineiro (MG), como ponta esquerda. Após se transferir para o Grêmio, foi comprado por um dos rivais do América: o Atlético Mineiro.

Lá permaneceu a maior parte de sua carreira, e lhe rendeu convocações para a Seleção Brasileira durante muitos anos. Éder recebeu a Bola de Prata do Campeonato Brasileiro em 1983. Jogou 52 partidas (5 não oficiais) pela Seleção Brasileira. Atuou na Copa do Mundo FIFA de 1982.

Seu apelido era “A Bomba de Vespasiano”, uma vez que, supostamente, ele tinha o chute mais poderoso do mundo. Marcou um belo gol contra a União Soviética nesta copa, o qual constantemente é listado como um dos mais fantásticos gols marcados em uma Copa do Mundo. Depois que seu companheiro de time, Falcão, deixou a bola passar entre suas pernas, Éder ajeitou com seu pé esquerdo antes de estourar a bola na rede com o mesmo pé a uma distância de 25 metros. Dasaev, goleiro soviético - considerado o melhor goleiro do mundo - sequer se moveu.

Mas Éder se tornou conhecido também por sua intempestividade. Era constantemente expulso por discutir com juízes e adversários. Raramente brigava fisicamente, tendo uma vez corrido do lateral Nelinho (na época no Cruzeiro) mais de 200 metros no Mineirão, em um jogo Atlético X Cruzeiro, vencido pelo Galo. Depois de uns anos, Nelinho e Éder se tornariam grandes amigos e jogariam juntos vários anos no Atlético.

Saiu do Atlético em 1986 para vestir a camisa de vários outros clubes pelo país. Passou pela Internacional de Limeira, Palmeiras, Santos, Sport Recife, Botafogo e Cerro Porteño. Retornou ao Galo no biênio 89/90. O clube alvinegro pagou 58 milhões de cruzados pelo seu passe e ambos concordaram em um contrato por um ano.

Saiu do Atlético logo em seguida, retornando a Belo Horizonte, em 1993, para ser campeão da Copa do Brasil pelo Cruzeiro. Voltou para o Atlético em 1994 para vencer seu último estadual pelo Galo em 1995, onde ao todo fez 368 partidas e 122 gols. Ainda em 1995, atuou por alguns meses pelo União São João de Araras. Em 1996, defendeu o Guará, Distrito Federal, antes de encerrar a carreira com a camisa do Montes Claros, na temporada de 97.

Fontes: Os Invicioneiros; Wikipédia; Revista Placar; Galo Digital.
Leia mais...