quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Éder, o exocet brasileiro

Éder - 1980
O ponta-esquerda Éder não cansava de assombrar os adversários com seu chute fortíssimo, dado de qualquer distância ou lugar do campo. Daí ter ganho durante a Copa de 1982 o apelido de "Exocet", nome do míssil que causou enorme destruição na guerra das Malvinas. Realmente, destruição era o que Éder causava nas barreiras e defesas mais fechadas. Mas seus chutes não possuíam apenas força. Basta lembrar-se do gol que marcou na vitória brasileira contra a Escócia, no Mundial da Espanha. Recebeu a bola livre na entrada da grande área, armou a bomba e... tocou levemente por cima do goleiro. A maior deficiência de Eder, entretanto, era o gênio tão estourado como as bombas de pé esquerdo...

Éder Aleixo de Assis nasceu na cidade de Vespasiano, MG, em 25 de maio de 1957. Começou sua carreira pelo América Mineiro (MG), como ponta esquerda. Após se transferir para o Grêmio, foi comprado por um dos rivais do América: o Atlético Mineiro.

Lá permaneceu a maior parte de sua carreira, e lhe rendeu convocações para a Seleção Brasileira durante muitos anos. Éder recebeu a Bola de Prata do Campeonato Brasileiro em 1983. Jogou 52 partidas (5 não oficiais) pela Seleção Brasileira. Atuou na Copa do Mundo FIFA de 1982.

Seu apelido era “A Bomba de Vespasiano”, uma vez que, supostamente, ele tinha o chute mais poderoso do mundo. Marcou um belo gol contra a União Soviética nesta copa, o qual constantemente é listado como um dos mais fantásticos gols marcados em uma Copa do Mundo. Depois que seu companheiro de time, Falcão, deixou a bola passar entre suas pernas, Éder ajeitou com seu pé esquerdo antes de estourar a bola na rede com o mesmo pé a uma distância de 25 metros. Dasaev, goleiro soviético - considerado o melhor goleiro do mundo - sequer se moveu.

Mas Éder se tornou conhecido também por sua intempestividade. Era constantemente expulso por discutir com juízes e adversários. Raramente brigava fisicamente, tendo uma vez corrido do lateral Nelinho (na época no Cruzeiro) mais de 200 metros no Mineirão, em um jogo Atlético X Cruzeiro, vencido pelo Galo. Depois de uns anos, Nelinho e Éder se tornariam grandes amigos e jogariam juntos vários anos no Atlético.

Saiu do Atlético em 1986 para vestir a camisa de vários outros clubes pelo país. Passou pela Internacional de Limeira, Palmeiras, Santos, Sport Recife, Botafogo e Cerro Porteño. Retornou ao Galo no biênio 89/90. O clube alvinegro pagou 58 milhões de cruzados pelo seu passe e ambos concordaram em um contrato por um ano.

Saiu do Atlético logo em seguida, retornando a Belo Horizonte, em 1993, para ser campeão da Copa do Brasil pelo Cruzeiro. Voltou para o Atlético em 1994 para vencer seu último estadual pelo Galo em 1995, onde ao todo fez 368 partidas e 122 gols. Ainda em 1995, atuou por alguns meses pelo União São João de Araras. Em 1996, defendeu o Guará, Distrito Federal, antes de encerrar a carreira com a camisa do Montes Claros, na temporada de 97.

Fontes: Os Invicioneiros; Wikipédia; Revista Placar; Galo Digital.
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Maureen O'Hara

Maureen O'Hara (Maureen Fitzsimmons), atriz e cantora, nasceu em Ranelagh, Dublin, Irlanda, em 17 de agosto de 1920. Foi a 2ª dos seis filhos de Charles e Marguerita Fitzsimmons, ele um homem de negócios e desportista em Dublin, ela uma famosa contralto.  Desde criança, demonstrou suas habilidades com jogos atléticos e equitação, bem como, após freqüentar a Abbey School, seus talentos na arte de representar. 

Aos 14 anos, foi aceita no famoso Abbey Theater, iniciando uma promissora carreira como atriz e cantora.

Em 1938, aos 18 anos, atuou em dois filmes musicais ingleses, “Kicking the Moon Around” e “My Irish Molly”, ainda usando seu nome de batismo.  Em 1939, ao vê-la em um teste de interpretação, o grande ator e produtor britânico, Charles Laughton, ficou por ela encantado, levando-a para estrelar, ao seu lado, o filme “A Estalagem Maldita”, de Alfred Hitchcock, oportunidade em que ele sugeriu a criação do nome artístico de Maureen O’Hara. 

No mesmo ano, ainda sob contrato com a produtora de Laughton, Maureen foi levada à Hollywood para atuar com ele no filme “O Corcunda de Notre-Dame”, da RKO Pictures.  O sucesso obtido fez com que a produtora americana comprasse o contrato que ela mantinha com Laughton.  Assim, aos 19 anos, Maureen já havia trabalhado em duas grandes produções, ao lado de um ator do porte de Laughton, recebendo merecidamente os elogios da crítica especializada.  Além de sua beleza física e da atriz que demonstrara ser, Maureen possuía ainda uma maravilhosa voz de soprano lírica.

Lady Godiva of Coventry (1955)
Depois de passar por dois casamentos, o primeiro com o produtor britânico, George Brown  (12/06/1939 a 15/09/1941), e o segundo com o cineasta americano, Will Price  (29/12/1941 a 11/08/1953), Maureen encontrou sua merecida felicidade pessoal ao se casar, em 11/03/1968, com o General Charles Blair, um famoso aviador e amigo de muitos anos de sua família. 

Em 1973, após atuar em “O Potro Vermelho”, Maureen retirou-se do cinema para trabalhar com o marido em sua empresa de aviação, “Antilles Airboats”, no Caribe.  Após a morte de Blair, num desastre aéreo em 1978, Maureen foi alçada ao cargo de presidente da empresa, tornando-se a primeira mulher a dirigir uma Companhia Aérea nos Estados Unidos.

Entre 1991 e 2000, Maureen ainda aceitou estrelar quatro outros filmes, todos realizados para a televisão.  De sua união com Will Price, Maureen teve uma filha, Bronwyn Fitzsimmons, nascida em 30/06/1944.


Filmografia

My Irish Molly (1938)
Kicking the Moon Around (1938)
Jamaica Inn (1939) (Estalagem Maldita)
The Hunchback of Notre Dame (1939) (O Corcunda de Notre Dame)
A Bill of Divorcement (1940) (Vítimas do Divórcio)
Dance, Girl, Dance (1940) (A Vida É uma Dança)
They Met In Argentina (1941) (Aconteceu na Argentina)
How Green Was My Valley (1941) (Como Era Verde o Meu Vale)
To the Shores of Tripoli (1942) (Defensores da Bandeira)
Ten Gentlemen from West Point (1942) (Dez Cavalheiros de West Point)
The Black Swan (1942) (O Cisne Negro)
Immortal Sergeant (1943) (O Sargento Imortal)
This Land Is Mine (1943) (Esta Terra É Minha)
The Fallen Sparrow (1943) (O Beijo da Traição)
Buffalo Bill (1944) (Buffalo Bill)
The Spanish Main (1945) (O Pirata dos Sete Mares)
Sentimental Journey (1946) (Conflito Sentimental)
Do You Love Me ? (1946) (A Professora se Diverte)
Sinbad the Sailor (1947) (Sinbad, O Marujo)
The Homestretch (1947) (Tu Voltarás, Querida)
Miracle on 34th Stree (1947) (De Ilusão Também se Vive)
The Foxes of Harrow (1947) (Débil É a Carne)
Sitting Pretty (1948) (1948) (Ama-Seca Por Acaso)
A Woman's Secret (1949) (A Vida Íntima de uma Mulher)
The Forbidden Street (1949) (Rua Proibida)
Father Was a Fullback (1949) (Papai Foi um Craque)
Bagdad (1949) (Bagdá)
Comanche Territory (1950) (Terra Selvagem)   
Tripoli (1950) (Trípoli)
Rio Grande (1950) (Rio Bravo)
Flame of Araby (1951) (Paixão de Beduíno)
At Sword's Point (1952) (Os Filhos dos Mosqueteiros)
Kangaroo (1952) (A Lei do Chicote)
The Quiet Man (1952) (Depois do Vendaval)
Against All Flags (1952) (Contra Todas as Bandeiras)
The Redhead from Wyoming (1953) (A Rainha dos Renegados)
War Arrow (1953) (A Grande Audácia)
Malaga (1954) (África de Fogo)
The Long Gray Line (1955) (A Paixão de uma Vida)
The Magnificent Matador (1955) (O Magnífico Matador)
Lady Godiva of Coventry (1955) (O Suplício de Lady Godiva)
Lisbon (1956) (Lisboa)
Everything But the Truth (1956) (O Estopim do Escândalo)
The Wings of Eagles (1957) (Asas de Águia)
Our Man in Havana (1959) (Nosso Homem em Havana)
The Deadly Companions (1961) (Parceiros da Morte)
The Parent Trap (1961) (Operação Cupido)
Mr. Hobbs Takes a Vacation (1962) (As Férias de Papai)
McLintock! (1963) (Quando um Homem É Homem)
Spencer's Mountain (1963) (Os Nove Irmãos)
The Battle of the Villa Fiorita (1965) (Vila Fiorita)
The Rare Breed (1966) (Raça Brava)
How Do I Love Thee? (1970) (Uma Família Biruta)
Big Jake (1971) (Jake Grandão)
Only the Lonely (1991) (Mamãe Não Quer Que Eu Case)

Fontes: Wikipédia; 70 Anos de Cinema.
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O cocoroca e a flor

Aconteceu com um conhecido diretor da nossa contraditória televisão. O rapaz é metido a pierrô. Em sendo a mulher boazuda, ele fica logo mais assanhado que bode velho no cercado das cabritas. E se apaixona de estalo, o laparoto.

Esta historinha do galante é interessante e serve para provar que a tradicional galanteria da flor está ficando borocochô. Já não se apanha mulher como antigamente. Deu-se que uma grã-fina de São Paulo, ora hospedada no Copacabana Palace, esteve no estúdio de televisão, num programa em que várias grã-finas estiveram, para fazer um apelo à benemerência dos espectadores.

O galã viu a grã-fina e vestiu-se logo de pierrô, um belo pierrô bem roxo, que é a cor da paixão. Descobriu que madama estava no Copacabana e foi naquele florista que tem numa das lojas do hotel. Aí fez o bacana: encomendou uma rosa vermelha, solitária, bela, fulgurante, que devia ser entregue todas as manhãs, no apartamento de sua pseudo-amada.

O florista aceitou a encomenda, cobrou-a a preço extorsivo, como fazem todos os lojistas do Copacabana-Palace e, matinalmente, um rapazinho levava uma flor vermelha para madama.

— De um admirador — dizia o rapaz, mal madama abria a porta. E entregava a rosa.

Madama no primeiro dia não perguntou nada, mas a partir do terceiro ou quarto, diante da insistência, quis saber quem era o admirador. O rapaz se manteve com rara dignidade. Explicou que tinha ordem de manter silêncio. Mas quando foi chegando assim no décimo ou décimo - primeiro dia (a encomenda era para um mês inteiro), madama passou a botar um abre-a-boca na mão do entregador, na esperança de captar-lhe a simpatia e tirar dele o segredo.

E a grã-fina estava certa de que ia conseguir seu intento quando o seu galante admirador achou que já era hora. De manhã, foi à loja, apanhou ele mesmo a rosa e subiu ao apartamento dela.

Bateu na porta e madama abriu, deu com ele ali parado, apanhou a flor e disse:

— Puxa, que azar... mudaram o entregador — e fechou a porta.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975
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