quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Zito, o dono do meio-campo

Zito, dominava a bola, olhava para a direita e passava para a esquerda. Desacostumado com isso, o garoto Pelé perdia o lance. "Crioulo burro! A cabeça é para um lado, a bola para outro", bronqueava Zito com o novato. O maior volante que já surgiu no futebol brasileiro era assim: personalidade forte e liderança incontestável. Por isso era conhecido pelos companheiros como o Gerente. Mandava em todos, organizava o meio-de-campo, corria por todo o gramado.

José Ely de Miranda, mais conhecido por Zito, nasceu no Município de Roseira, interior de São Paulo, em 8 de agosto de 1932.

Começou a carreira profissional, sendo revelado pelo Esporte Clube Taubaté, onde ficou até 1952, quando passou a defender o Santos.

Na Vila Belmiro: os títulos e a fama.
Na Vila Belmiro, Zito fez fama e conquistou títulos, defendendo também a seleção brasileira a partir de 1956, tendo ajudado nas conquistas das Copas do Mundo de 1958 e 1962. Lembrado como grande marcador, Zito foi, no Santos, muito mais do que isso.  Apelidado de "Gerente", era o líder do time dentro de campo, inclusive recebendo do técnico Lula o aval para comandar os atletas em campo da maneira que achasse melhor.

Tornaram-se célebres seus gritos incentivando os jogadores a continuar marcando gols, mesmo com as partidas já decididas. Além dessas qualidades próprias da sua personalidade, tecnicamente era um grande jogador e não foram raras as vezes em que lançou Pelé e Coutinho no ataque para que estes fizessem seus belos gols.

Atuou no time por quinze anos (de 1952 a 1967), tendo jogado 733 partidas e marcado 57 gols. Conquistou nove Campeonatos Paulistas (1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967), quatro Taças Brasil (1961, 1962, 1963 e 1964), duas Libertadores da América (1962 e 1963), dois Mundiais Interclubes (1962 e 1963) e quatro Torneios Rio-São Paulo (1959, 1963, 1964 e 1966). Foi bicampeão mundial pela seleção brasileira, marcando um gol na final de 1962 contra a Tchecoslováquia.

Fontes; Revista Placar; Wikipedia.
Leia mais...

Procópio Ferreira

Procópio Ferreira (João Álvaro de Jesus Quental Ferreira), ator, diretor teatral e dramaturgo, nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 08/07/1898, e faleceu na mesma cidade em 18/06/1979. É considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro.

Procópio descobriu cedo o talento de envolver a plateia, arrastando aos seus espetáculos contingentes de público de fazer inveja aos maiores sucessos de hoje. Em 62 anos de carreira, Procópio interpretou mais de 500 personagens em 427 peças.

Descreve a cena de seu nascimento, imaginando um diálogo familiar:

Nasci numa sexta-feira. "Oh! que bonito petiz", exclama o pai aflito e logo vem a parteira: "Ora, deixemos de brincadeira, chamar isso de bonito, assim, com esse nariz?", pergunta. "Há de ser cirurgião e formado em Paris", um outro parente prossegue em sua imaginação. "Isso não, cem vezes não", solta feroz, meu irmão: "De certo mata um doente assim, com esse nariz".

Procópio ria de sua aparência - era muito baixo, atarracado e narigudo -, largamente superada pela simpatia e pelo carisma. A sua filha com a bailarina espanhola Aída Izquierdo, Bibi Ferreira lembra que um dia flagrou o pai enumerando um amontoado de defeitos ao ver-se no espelho de um camarim. Bibi tentou contradizê-lo, mas ouviu: "Sei exatamente o que sou, mas sei também exatamente o que dou".

Subiu ao palco em 1917 e, em cinco anos, liderava sua companhia. Era tão popular que chegou a fazer 18 apresentações por semana. Seu primeiro êxito como empresário e ator foi em "A Juriti", de Viriato Correia. Seguido de sucessos como: "Deus lhe Pague", de Joraci Camargo; "O Avarento", de Moliére; "A Capital Federal", de Artur Azevedo; e "Esta Noite Choveu Prata", de Pedro Bloch.

Em 62 anos de carreira atuou em 461 peças no Brasil e na Europa. Seu maior sucesso foi "Deus lhe Pague", remontado pela filha Bibi em São Paulo, em 1999. A peça foi encenada pela primeira vez em 1932, no Teatro Serrador, no Rio de Janeiro e registrou a incrível marca de 3.621 montagens em 30 anos, no Brasil e também na Europa.

Além de ator, Procópio foi autor de nove peças: "Briga em família", "Arte de Ser Marido", "Banho de Civilização", "Convidado de Honra", "A Grande Pantomima", "Não Casarás", "Presente do Céu", "Boca do Inferno" e "Família do Antunes".

Seus pais, Francisco Firmino Ferreira e Maria de Jesus Quental Ferreira, eram portugueses da Ilha da Madeira. Quando ingressou na Escola Nacional de Teatro do Rio, aos 18 anos, foi expulso de casa porque não queria se tornar advogado.

Procópio lançou o teatro de frases, com tiradas e expressões cortantes para substituir a tradicional comédia de costumes. No cinema, começou com a produção portuguesa "O Trevo de Quatro Folhas" (1936). No Brasil, atuou em "Quem Matou Ana Bela" (1956) e no sucesso de crítica e público "O Comprador de Fazendas" (1951), baseado no conto de Monteiro Lobato.

Numa tarde de segunda-feira, ele não resistiu aos 21 dias de internação no CTI do Hospital das Clínicas, no 4º Centenário, no Rio, e morreu, vítima de enfisema pulmonar.

Fontes: Wikipédia - A Enciclopédia Livre; Procópio Ferreira - Biografia - UOL Educação.
Leia mais...

Plínio Marcos

Plínio Marcos (Plínio Marcos de Barros), escritor, ator, diretor e jornalista, nasceu em Santos, SP, em 29/09/1935, e faleceu em São Paulo, SP, em 29/11/1999. Autor de inúmeras peças de teatro, escritas principalmente na época da ditadura militar, foi também ator, diretor e jornalista.

De família modesta, Plínio não gostava de estudar e terminou apenas o curso primário. Foi funileiro, jogador de futebol, serviu na Aeronáutica e jogou na Portuguesa Santista, mas foram as incursões ao mundo do circo, desde os 16 anos, que definiram seus caminhos. Atuou em rádio e também na televisão, em Santos.

Em 1958, por influência da escritora e jornalista Pagu, começou a se envolver com teatro amador em Santos. Nesse mesmo ano, impressionado pelo caso verídico de um jovem currado na cadeia, escreveu sua primeira peça teatral, Barrela. Por sua linguagem crua, ela permaneceria proibida durante 21 anos após a primeira apresentação.

Em 1960, com 25 anos, foi para São Paulo, onde inicialmente trabalhou como camelô. Depois, trabalhou em teatro, como ator (apareceu no seriado Falcão Negro da TV Tupi de São Paulo), administrador e faz-tudo, em grupos como o Arena, a companhia de Cacilda Becker e o teatro de Nydia Lícia. A partir de 1963, produziu textos para a TV de Vanguarda, programa da TV Tupi, onde também atuou como técnico. No ano do golpe militar, fez o roteiro do espetáculo Nossa gente, nossa música. Em 1965, conseguiu encenar Reportagem de um tempo mau, colagem de textos de vários autores, e que ficou apenas um dia em cartaz.

Em 1968, participou como ator da telenovela Beto Rockfeller, vivendo o cômico motorista Vitório. O personagem seria repetido no cinema e também na telenovela de 1973, A volta de Beto Rockfeller, com menor sucesso. Ainda nos anos 1970, Plínio Marcos voltaria a investir no teatro, chegado ele mesmo a vender os ingressos na entrada das casas de espetáculo. Ao fim da peça, como a de Jesus-Homem, ele subia ao palco e conversava pessoalmente com a plateia.

Na década de 1980, apesar da censura do governo, que visava principalmente aos artistas, Plínio Marcos viveu sem fazer concessões, sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular. Escreveu nos jornais Última Hora, Diário da Noite, Guaru News, Folha de S. Paulo, Folha da Tarde, Diário do Povo (Campinas), e também na revista Veja, além de colaborar com diversas publicações, como Opinião, O Pasquim, Versus, Placar e outras.

Depois do fim da censura, Plínio continuou a escrever romances e peças de teatro, tanto adulto como infantil. Tornou-se palestrante, chegando a fazer 150 palestras-shows por ano, vestido de preto, portando um bastão encimado por uma cruz e com aura mística de leitor de tarô.

Plínio Marcos foi traduzido, publicado e encenado em francês, espanhol, inglês e alemão; estudado em teses de sociolinguística, semiologia, psicologia da religião, dramaturgia e filosofia, em universidades do Brasil e do exterior. Recebeu os principais prêmios nacionais em todas as atividades que abraçou em teatro, cinema, televisão e literatura, como ator, diretor, escritor e dramaturgo.

Morreu aos 64 anos, na cidade de São Paulo, por falência múltipla dos órgãos em decorrência de um derrame cerebral.

Obras

Teatro adulto

Barrela, 1958
Os fantoches, 1960
Jornada de um imbecil até o entendimento (1ª versão)
Enquanto os navios atracam, 1963
Quando as máquinas param (1ª versão)
Chapéu sobre paralelepípedo para alguém chutar (2ª versão de Os fantoches)
Reportagem de um tempo mau, 1965
Dois perdidos numa noite suja, 1966
Dia virá (1ª versão de Jesus-homem), 1967
Navalha na carne, 1967
Quando as máquinas param (2ª versão de Enquanto os navios atracam), 1963
Homens de papel, 1968
Jornada de um imbecil até o entendimento (3ª versão de Os fantoches)
O abajur lilás, 1969
Oração de um pé-de-chinelo, 1969
Balbina de Iansã (musical), 1970
Feira livre (opereta), 1976
Noel Rosa, o poeta da Vila e seus amores (musical), 1977
Jesus-homem, 1978 (2ª versão de Dia virá, 1967)
Sob o signo da discoteque, 1979
Querô, uma reportagem maldita, 1979
Madame Blavatski, 1985
Balada de um palhaço, 1986
A mancha roxa, 1988
A dança final, 1993
O assassinato do anão do caralho grande, 1995
O homem do caminho, 1996
O bote da loba, 1997
Chico Viola (inacabada), 1997

Teatro infantil

As aventuras do coelho Gabriel, 1965
O coelho e a onça (história dos bichos brasileiros), 1998
Assembléia dos ratos, 1989
Seja você mesmo (inacabada)

Livros

Navalha na carne (teatro), 1968
Quando as máquinas param (teatro), 1971
Histórias das quebradas do mundaréu (contos), 1973
Barrela (teatro), (1976)
Uma reportagem maldita – Querô (romance), 1976
Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos (contos), 1977
Dois perdidos numa noite suja (teatro), 1978
Oração para um pé-de-chinelo (teatro), s/data
Jesus-homem (teatro), 1981
Prisioneiro de uma canção (contos autobiográficos), 1982
Novas histórias da Barra do Catimbó (contos), s/d
Madame Blavatski (teatro), 1985
A figurinha e os soldados da minha rua - histórias populares (relatos autobiográficos), 1986
Canções e reflexões de um palhaço (textos curtos), 1987
A mancha roxa (teatro), 1988
Teatro maldito teatro (contém as peças Barrela, Dois Perdidos Numa Noite Suja e O Abajur Lilás), 1992
A dança final (teatro), 1994
Ns trilha dos saltimbancos (conto), data imprecisa
O assassinato do anão do caralho grande (noveleta policial e peça teatral), 1996
Figurinha difícil - Pornografando e subvertendo (relatos autobiográficos), 1996
O truque dos espelhos (contos autobiográficos), 1999

Fontes: Sítio oficial de Plínio Marcos, Wikipedia.
Leia mais...