quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O ataque com fome de gols

Em pé: Idário, Julião, Alan, Olavo, Roberto Belangero e Gylmar. Agachados: Cláudio, Luizinho, Paulo, Baltazar e Jansen.
Corinthians (1950 - 1955)

No início dos anos 50, o Corinthians levava seus torcedores ao êxtase com um esquadrão que tinha fome de gols. A sua linha de frente formada por Cláudio, Luisinho, Baltazar, Carbone e Mário entrou para a história ao ultrapassar a marca dos 100 gols num único campeonato.

Foram ao todo 103 tentos no Paulistão de 195l. Marcar gols, aliás, era a especialidade desse time que conquistou o bicampeonato paulista (1951/S2), e o título do IV Centenário da Cidade de São Paulo (1954), além de três torneios Rio-São Paulo (1950, 1953 e 1954).

Mas o grande feito da máquina corinthiana aconteceu longe da sua torcida, em 1953, quando sagrou-se campeão da Pequena Taça do Mundo, na Venezuela. Não perdeu, nem empatou. Venceu todos os jogos diante do Barcelona (Espanha), Roma (Itália) e da seleção local.

A festa ficou, então, marcada para o aeroporto de Congonhas, onde a torcida recepcionou os campeões. O time-base jogava com Gilmar (que revezava com Cabeção); Homero e Olavo; Idário, Goiano e Roberto Belangero; Cláudio. Luisinho, Baltazar, Carbone e Mário.

Vitórias democráticas

Mais do que a genialidade de Sócrates, Zenon e Casagrande, o bicampeonato paulista de 1982-1983 ficará marcado pelo que se convencionou chamar de Democracia Corinthiana, com muito diálogo no relacionamento entre jogadores e diretoria. A torcida jamais vai esquecer que a Democracia jogava com Solito; Alfinete, Mauro, Daniel González e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Zenon; Ataliba, Casagrande e Biro-Biro.

Fonte: Revista Placar.
Leia mais...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vikings na América

Vários séculos depois de os europeus terem chegado à América, poucos sabem que, possivelmente, foram os vikings e não Cristóvão Colombo que descobriram o novo mundo, afirma o arqueólogo norueguês Christian Keller.

Os vikings, guerreiros que viveram entre os anos 750 e 1050, se dedicavam à pilhagem e a massacrar seus inimigos. Mas também eram astutos comerciantes, artesãos e colonizadores.

“Eles saqueavam, matavam e atuavam como mercenários em muitos exércitos europeus. Mas também faziam negócios, eram camponeses e magníficos navegantes, com os navios mais modernos da época", explica Keller, catedrático da Universidade de Oslo e especialista em história viking.

Longe da imagem popular, os vikings constituíram uma civilização culta e se adaptaram à vida de muitos dos lugares que invadiram. Na Islândia e na Groenlândia, formaram sociedades vikings puras; na Irlanda e Escócia foram absorvidos pelos celtas; na Rússia, pelos eslavos; e na França, se adaptaram rapidamente.

Além disso, a mulher tinha uma forte posição na comunidade, que só perdeu após a conversão do povo ao cristianismo, entre os anos 1000 e 1030. Na época, o culto aos deuses Odin e Tor foi abandonado. Fisicamente, eles superavam em altura o resto dos povos europeus, e não usavam capacetes com chifres, como costumam ser representados. Ele acrescentou que em inscrições em pedras os capacetes aparecem sem chifres. "Isso foi uma invenção do compositor alemão Richard Wagner", garantiu.

Foi um viking, Eirik Raude Torvaldsson, ou "Eric, o Vermelho", quem, segundo a literatura, descobriu a Groenlândia entre os anos 982 e 986, depois de ser expulso da Islândia por causa de um assassinato. Seu filho, Leif Eiriksson, pode ter descoberto a América no ano 1000, segundo documentam as sagas, escritos originais da atual Islândia que refletem a tradição oral viking.

Leif Eiriksson
"Então zarpou Leif, mas permaneceu muito tempo fora e achou terras que não sabia que existissem antes. Ali cresciam campos de trigo e árvores parecidas com a bétula, e de tudo levaram mostras", narra a saga.

A saga dos groenlandeses conta, no entanto, que foi o mercador Bjarne Herjolvsson que por acaso avistou a América, quando se perdeu com seu navio no meio de uma tempestade.

O relato de suas viagens animou Eiriksson a navegar para o oeste, buscando a terra desconhecida, que descobriu por volta do ano 1000, segundo afirma a saga.

Eiriksson chegou à Terra de Baffin, ao noroeste do Canadá, que batizou como Helluland, ou "terra de pedras planas". Ele também chamou o atual Labrador de Markland, ou "terra de florestas" e deu o nome de Vinland, ou "terra de verdes prados", ao que pode ser a Terranova ou Cape Cod.

Em 1961, um casal de exploradores noruegueses, Helge e Anne-Stine Ingstad, valendo-se das descrições das sagas, encontrou no povoado canadense de L'Anse aux Meadows os primeiros jazigos vikings da América. Mas foram necessários oito anos até que as provas técnicas confirmassem a descoberta.

"Encontraram casas e instrumentos no Canadá idênticos às relíquias vikings da Islândia e Groenlândia. Recolheram um anel de estanho, uma agulha e vestígios de produção de ferro, algo desconhecido para os índios norte-americanos", afirma Keller. Ele acrescentou que os vikings viajaram pela América durante 100 anos, comerciando com os nativos. Mas não deixaram sua marca nesse novo mundo, que não conseguiram colonizar.

Vinland

A exploração de Vinland foi efetuada pelos vikings estabelecidos nas colônias da Groenlândia e motivada pela escassez de recursos que se verificava nesta região. As colônias eram em certa medida apropriadas à ocupação humana, mas apresentavam desvantagens como o clima frio, escassez de madeira como material de combustão, de construção de casas e embarcações ou a falta de fontes acessíveis de ferro. Para suprir estas carências, Leif Ericson, filho de Eric, o Vermelho, fundador da colônia da Groenlândia, tomou a iniciativa de explorar a área circundante.

As primeiras viagens revelaram descobertas promissoras num continente de clima relativamente mais ameno e repleto de recursos essenciais à sobrevivência. Para além de Vinland (terra das vinhas), Leif Ericson descreveu ainda Markland (a costa de Labrador), Straumfjord e Helluland (costa este da Ilha de Baffin), relatadas nas sagas como locais ideais para a criação de rebanhos. No entanto, a costa este do atual Canadá situava-se a mais de 1000 milhas marítimas da Groenlândia, o que representava pelo menos três semanas de viagem de barco. Dada a impossibilidade de viajar a não ser no Verão, devido às condições atmosféricas, Leif Ericson depressa encontrou vantagem em estabelecer uma base de Inverno na região. Leifsbudir foi o nome dado a esta colônia.

Leifsbudir

A única fonte histórica que menciona a colônia de Leifsbudir em Vinland são as sagas nórdicas. De acordo com estes textos, Leifsbudir foi fundada por Leif Ericson, seu irmão Thorvald, sua irmã e sua mulher, por volta do ano 1000. O local era descrito como uma pequena aldeia destinada a servir como quartel-general às expedições que continuavam a decorrer no Verão. À falta de fontes independentes e de vestígios vikings na América do Norte, os historiadores mantiveram-se céticos quanto a estas narrativas, classificadas por alguns acadêmicos como fantasias.

Reconstrução de uma aldeia viking em L'Anse aux Meadows, no Canadá.

A dúvida dissipou-se em 1964 quando uma equipe de arqueólogos descobriu ruínas de arquitetura viking na área de L'Anse aux Meadows na costa norte da ilha da Terra Nova. O sítio era constituído por oito edifícios, dos quais três câmaras com espaço para acolher cerca de 80 pessoas, uma oficina de carpintaria e uma forja com tecnologia de extração de ferro idêntica à dos vikings. As datações por carbono 14 indicaram ainda idades em torno do ano 1000. A localização e características destas ruínas estavam por isso de acordo com as descritas pelos contemporâneos de Leif Ericson e confirmavam a veracidade da presença viking na América do Norte.

Uma das características mais marcantes da aldeia descoberta pelos arqueólogos era a ausência dos artefatos que normalmente acompanhavam os vikings. As escavações revelaram apenas e só a presença de 99 pregos estragados, 1 prego em boas condições, um pregador de bronze, uma roca, uma conta de vidro e uma agulha de tricot. Este magro espólio arqueológico foi interpretado como abandono deliberado da colônia, o que é apoiado pelas narrativas da época que contam como Leifsbudir foi abandonada ao fim de poucos anos de vida.

De acordo com as sagas, Vinland tinha todas as características de uma terra prometida, mas as idéias de exploração e colonização foram abandonadas, ao que tudo indica, repentinamente. Os motivos para o abandono são descritos pelos próprios relatos contemporâneos: Vinland era a morada de um povo hostil com o qual os vikings não conseguiram estabelecer relações pacíficas.

O primeiro contato dos vikings de Leifsbudir com os índios americanos é relatado em pormenor nas sagas. O acampamento foi visitado por um grupo de nove nativos, que os vikings chamavam genericamente skraelings (“os feios”, uma palavra também aplicada aos Inuit) dos quais os vikings mataram oito por razões não especificadas. O nono elemento fugiu e regressou em canoas com um grupo maior que atacou os colonos. Na luta, morreram algumas pessoas de parte a parte incluindo Thorvald, irmão de Leif Ericson.

Apesar deste início pouco auspicioso, foi possível estabelecer relações comerciais com os Índios, com a troca de leite e têxteis nórdicos por peles de animais locais. A paz durou algum tempo até que nova batalha começou quando um índio tentou roubar uma arma e foi morto. Os vikings conseguiram ganhar este conflito, mas o acontecimento serviu para perceberem que a vida em Vinland não seria fácil sem apoio militar adequado ao qual não tinham acesso.

A morte do nórdico Thorvald em um dos conflitos com os "skraelings"

De acordo com as sagas decidiram então abandonar a aldeia de Leifsbudir e o sonho de colonizar Vinland. Apesar do abandono, os vikings continuaram a visitar a América do Norte, em particular a região de Markland. Estas viagens não se destinavam à exploração ou a um eventual estabelecimento, mas sim recolher madeira e ferro, recursos que continuavam a escassear na Groelândia natal. A última referência a uma viagem a Markland data de 1347.

Fontes: Entretenimento UOL; Wikipedia.
Leia mais...

Quem descobriu o Brasil?

Pedro Álvares Cabral
A verdade seja dita: o nosso ilustre descobridor, o fidalgo Pedro Álvares Cabral, até 1500, nunca tinha pilotado um navio (os detalhes técnicos da viagem ficaram por conta de seus subordinados). Também há indícios de que não fosse um sujeito dos mais brilhantes. E hoje, quase ninguém acredita que ele tenha sido o primeiro navegador a chegar ao Brasil - e muito menos que ele o tenha feito "por acaso".

O maior concorrente de Cabral ao título de descobridor foi um personagem digno de romances de aventura: o também português Duarte Pacheco Pereira.

Ele ficou famoso exercendo uma das profissões mais requisitadas da época, a de cosmógrafo, mistura de geógrafo, matemático e marujo - desenvolveu cálculos que lhe permitiam localizar melhor do que ninguém a posição de longitude da embarcação. Era também um guerreiro famoso pela valentia no campo de batalha, como na ocasião em que derrotou exércitos na Índia comandando um punhado de guerreiros. Celebridade lusa, foi transformado em personagem de Os Lusíadas.

Em 1498, o rei dom Manuel encarregou esse marinheiro multifunção de uma missão ultraconfidencial: descobrir se as terras encontradas por Colombo do outro lado do Atlântico faziam mesmo parte da Ásia. Pacheco deveria navegar até a linha de Tordesilhas, fronteira diplomática traçada por portugueses e espanhóis para dividir as terras recém-descobertas - ou ainda por descobrir.

Durante séculos, ninguém soube por onde andou Pacheco. Até que, em 1882, foi publicado em Portugal o Esmeraldo de Situ Orbis, ou Tratado dos Novos Lugares da Terra, obra assinada pelo próprio Pacheco mas desconhecida até então. "No ano de Nosso Senhor de 1498, Vossa Alteza nos mandou descobrir a parte ocidental, passando a grandeza do Mar Oceano, onde é achada e navegada uma vasta terra firme, grandemente povoada", relata o navegante, que diz ter avistado nas praias desconhecidas uma multidão de "gente parda, mas quase branca".

"Mar Oceano" era outro nome para o Atlântico e a descrição dos nativos bate com a tribo dos aruaques, que tinham pele parda, mas bem mais clara que a de povos considerados "escuros" pelos europeus na época, como africanos, indianos - mesmo entre os indígenas brasileiros, os aruaques são considerados os que têm a pele mais próxima do branco. Pesquisas arqueológicas feitas nos anos 90 revelaram que a tribo era muito numerosa no século 15, o que explicaria também a menção a "terras grandemente povoadas". Outro detalhe: os aruaques povoavam o litoral do Maranhão, por onde passava o traço invisível do Tratado de Tordesilhas.

A tese de que Pacheco esteve no Brasil em 1498 foi defendida pelo português Jorge Couto em A Construção do Brasil, de 1995 - na época, muitos historiadores reclamaram que a teoria estava baseada em um punhado de frases ambíguas. Ainda hoje, não há 100% de certeza quanto às andanças. "É plausível que Pacheco tenha estado no Brasil antes de Cabral e que a Coroa Portuguesa tenha preferido manter o achado em segredo", diz Leandro Karnal, especialista em História da América Latina, da USP. "Os reis de Portugal mantinham em grande sigilo as navegações. Divulgar rotas marítimas era crime punido com pena de morte".

Outro aventureiro famoso que pode ter lançado âncoras em nossas praias antes de Cabral foi o geógrafo e marujo italiano Américo Vespúcio, que entrou para a história ao desmentir as teorias de seu conterrâneo Colombo. Em 1504, Vespúcio publicou um texto chamado Novus Mundus, garantindo que as terras no oeste do Atlântico não eram parte da Ásia, mas um continente completamente desconhecido - "um novo mundo", como diz o título em latim.

Você já deve ter notado que a região foi batizada como América - e não, digamos, Colômbia - em homenagem a Vespúcio, o verdadeiro descobridor do Novo Mundo para seus contemporâneos. Já Colombo jurou até o fim da vida que havia chegado à China ou à Índia - a teimosia arruinou sua carreira e ele morreu pobre, esquecido e amargurado.

O que pouca gente sabe é que o rival de Colombo pode ter desembarcado no Brasil em 1499. Pelo menos, é o que Vespúcio dá a entender em uma de suas cartas - cujo conteúdo é questionado por alguns pesquisadores. Em 27 de junho daquele ano, ele diz ter avistado "uma terra cheia de grandíssimos rios", a 5 graus de longitude sul - ou seja, o litoral do Maranhão.

Outra viagem, a dos espanhóis Yanez Pinzón e Diego de Lepe, tem evidências mais sólidas - os dois marujos foram condecorados pelo rei da Espanha por terem "descoberto o Brasil" em janeiro de 1500, dois meses antes de Cabral - empate técnico, portanto. Em abril de 1500, o rei português teria simplesmente decidido tomar posse oficial das terras que muitos já sabiam existir. Um "acaso" bem planejado, portanto.

Fonte: Passeiweb
Leia mais...