terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Causos ou chistes de gaúchos - Parte 1

O gaudério "aguniado"

Estava o Gaudério em sua estância trabalhando, quando olhou para o relógio e exclamou assustado:

- A las frescas! To mais atrasado que tartaruga em desfile de lebre! O fandango começa daqui a pouco, tchê!!

Apressadíssimo, o gaúcho correu para a casa e no caminho falou pro guri que trabalhava na fazenda:

- Piá! Encilha ligeiro um animal pra mim que eu tô loco de atrasado pro baile!

E o menino fez o que o Gaudério mandou. O gaúcho montou e se mandou correndo para chegar em tempo no baile. No caminho resolveu pegar um atalho que, diziam, tinha assombração. Mesmo assim ele não quis saber. De repente, no meio do mato, surgiu o diabo, o capeta em pessoa. O gaudério, mais branco que lenço de padre, se cagou todo de medo do cão:

- Coisa ruim! Por favor não me mate, tchê!

- Calma gaúcho - respondeu o tristonho - Pelo contrário, vou te conceder três pedidos. Peça o que quiser.

- Ah, é assim? Pois então... quero ter um rosto de galã de cinema, que a minha guaiaca fique cheia de dinheiro e um órgão sexual igual ao deste animal que estou montando.

- Pode ir pro baile - disse o demo - vou te atender os desejos.

E o Gaudério chegou ao fandango, atiçado. Foi pro banheiro conferir o resultado dos pedidos. Primeiro se olhou no espelho e gostou muito, bah, tava com o rosto do Tom Cruise. Depois abriu a guaiaca e melhor ainda, era dinheiro que não cabia mais.

Finalmente baixou a bombacha pra conferir o terceiro pedido:

- Piá de merda!... Me encilhou a égua!!!

Lógica gaudéria

O peão entra num bar chique, destes com homem de brinco e mulher de cabeça raspada, vai lá para um cantinho do balcão, pede uma cachaça e fica só bombeando o movimento e bebericando sua fortinha.

Daqui a pouco senta ao lado dele uma guria com um jeito meio esquisito, pede uma vodca e puxa assunto com o índio véio.

-Tu é peão de estância mesmo?

- Eu sou. Nasci numa estância. Me criei lá. Laço, pealo e gineteio. Capo touro e cavalo. Marco o gado. Mato e carneio. Faço de tudo numa estância.

Aí o gaúcho estufa o peito e começa a cantada.

-E tu guriazinha bonita? Que que tu fazes na vida?

-Qual é, meu? Eu sou lésbica.

-Lésbica?! Que que é isso?

-Eu gosto de mulher. Levanto pensando em mulher. Trabalho pensando em mulher. Almoço pensando em mulher. Deito pensando em mulher. Durmo sonhando com mulher. É isso. Tchau!

A mulher levanta e vai embora meio braba. O peão fica ali. Termina a cachaça e pede outra. Fica matutando entretido com os pensamentos. Nisso senta outra gatinha ao lado dele. Ele fica meio desconfiado, mas fica na dele. Aí a guria pergunta:

-Tu és peão de estância, dos legítimos?

Ele olha bem prá ela, faz uma pausa conferindo o raciocínio, e tasca:- Pois olha, até a bem pouquinho eu era. Só que agora descobri que sou lésbica!

(O espanhol chiste significa piada. Enviadas pelo amigo e gaúcho Bortolotto).

Cartas de hoje

Everaldo

Tinha que ser na internet. Deus te abençoe. Que lindo. Que maravilha. Que saudades. Com certeza voce poderá me indicar como posso fazer uma seleção de "Boleros inesquecíveis." Obrigado por voce existirantenorsana@uol.com.br

Olá! Estou procurando a música "Canta que passa", de Alberto Luiz e Eny de Castro, que foi gravada pelo Moacyr Franco, se não me engano em 1970. Diria até que o álbum é "Moacyr Franco Show", mas não tenho certeza. Não encontro a letra, nem tampouco o áudio dessa música. Caso você tenha, por favor, disponibilize-a pra mim. A letra nem precisa ser cifrada. Desde já agradeço, toninhomiguelin@yahoo.com.br

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

sábado, 28 de janeiro de 2006

Mecanismo geral da dependência

Hoje é dia do Portuário, portanto uma data muito especial para a minha querida cidade de Itajaí. Estou no site do Dr. Drauzio Varela e colo aqui a entrevista que estou lendo porque é um assunto que diz respeito a milhares de pessoas dependentes de drogas legalizadas ou não. Drauzio entrevista o Dr. Ronaldo Laranjeira, médico psiquiatra da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da UNIFESP:

Drauzio – Que mecanismo do corpo humano explica o processo de dependência da droga?

Ronaldo – Acho importante destacar que existe, no cérebro, uma área responsável pelo prazer. O prazer, que sentimos ao comer, fazer sexo ou ao expor o corpo ao calor do sol, é integrado numa área cerebral chamada sistema de recompensa. Esse sistema foi relevante para a sobrevivência da espécie. Quando os animais sentiam prazer na atividade sexual, a tendência era repeti-la. Estar abrigado do frio não só dava prazer, mas também protegia a espécie. Desse modo, evolutivamente, criamos essa área de recompensa e é nela que a ação química de diversas drogas interfere. Apesar de cada uma possuir mecanismo de ação e efeitos diferentes, a proposta final é a mesma, não importa se tenha vindo do cigarro, álcool, maconha, cocaína ou heroína. Por isso, só produzem dependência as drogas que de algum modo atuam nessa área. O LSD, por exemplo, embora tenha uma ação perturbadora no sistema nervoso central e altere a forma como a pessoa vê, ouve e sente, não dá prazer e, portanto, não cria dependência.Vários são os motivos que levam à dependência química, mas o final é sempre o mesmo. De alguma maneira, as drogas pervertem o sistema de recompensa. A pessoa passa a dar-lhes preferência quase absoluta, mesmo que isso atrapalhe todo o resto em sua vida. Para quem está de fora fica difícil entender por que o usuário de cocaína ou de crack, com a saúde deteriorada, não abandona a droga. Tal comportamento reflete uma disfunção do cérebro. A atenção do dependente se volta para o prazer imediato propiciado pelo uso da droga, fazendo com que percam significado todas as outras fontes de prazer.

Drauzio – Você diz que a evolução criou, no cérebro, um centro de recompensa ligado diretamente à sobrevivência da espécie. As abelhas, quando pousam numa flor e encontram néctar, liberam um mediador chamado octopamina, neurotransmissor presente nas sensações de prazer. Esses mecanismos são bastante arcaicos?

Ronaldo – O sistema de prazer é muito primitivo. É importante para as abelhas e para os seres humanos também. A droga produz efeito tão intenso porque age nesses mecanismos biológicos bastante primitivos.

Drauzio – Mecanismos tão arcaicos assim representam uma armadilha poderosa. Na verdade, provoca-se um estímulo forte que está mexendo com milhares de anos de evolução.

Ronaldo – Acho que estamos cada vez mais valorizando esse tipo de mecanismo. A droga é um fenômeno psicossocial amplo, mas que acaba interferindo nesse mecanismo biológico primitivo.

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