Entre os 500 produtos de 26 tipos diferentes analisados pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o queijo parmesão ralado foi o
que apresentou maior valor de sódio: em média 1.981 mg do nutriente a
cada 100g do produto. Em segundo lugar, com teor de sódio de 1.798mg a
cada 100g, ficou o macarrão instantâneo.
Apesar de alto, o valor está dentro do acordo fechado em 2011 entre Ministério da Saúde e as associações das indústrias de alimentos para reduzir a quantidade de sódio nesses alimentos. O ajuste prevê o valor máximo de 1.920,7 mg de sódio para cada 100 g de produto.
"O que nos preocupa é que boa parte dos alimentos com alto nível de sal é muito consumido por crianças", diz a gerente-geral de alimentos da Anvisa, Denise de Oliveira Resende.
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Apesar de alto, o valor está dentro do acordo fechado em 2011 entre Ministério da Saúde e as associações das indústrias de alimentos para reduzir a quantidade de sódio nesses alimentos. O ajuste prevê o valor máximo de 1.920,7 mg de sódio para cada 100 g de produto.
"O que nos preocupa é que boa parte dos alimentos com alto nível de sal é muito consumido por crianças", diz a gerente-geral de alimentos da Anvisa, Denise de Oliveira Resende.
O trabalho foi feito com base na análise de 26 tipos de produtos, como
bolachas e frios. Dos grupos analisados, apenas cinco apresentaram
níveis do ingrediente considerados adequados.
Os dez primeiros produtos na lista, além do queijo ralado e do
macarrão, são o queijo parmesão inteiro (i1402mg/100g), a mortadela
(1303mg/100g), mortadela de frango (1232mg/100g), maionese
(1096mg/100g), biscoito de polvilho (1092mg/100g), salgadinho de Milho
(779mg/ 100g), biscoito água e sal (741mg/100g) e hamburguer bovino
(701mg/100g).
O excesso de sódio na dieta é considerado fator de risco de problemas
como hipertensão e diabete . Por isso, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) recomenda que o nutriente seja usado com parcimônia: no máximo 2
gramas diárias de sódio, o equivalente a 5 gramas de sal. Para se ter
uma ideia, 100 gramas de parmesão conteria a quantidade. O brasileiro
consome 12 gramas de sal por dia, mais do que o dobro do recomendado
pela OMS.
Redução do sódio
A redução programada do sódio é considerada tímida por nutricionistas e
entidades ligadas ao direito do consumidor. "Mesmo com a mudança,
produtos vão continuar com alto teor de sódio. Em outras palavras: o
brasileiro continuará consumindo muito mais do que o recomendado", diz o
gerente do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Carlos Tadeu de
Oliveira. Ele cita como exemplo o macarrão: "A meta é 1.920 miligramas
de sódio. Quase a necessidade de um adulto para o dia todo".
Denise afirma que uma redução drástica traria problemas para empresas e
afastaria o consumidor. "As pessoas poderiam estranhar o sabor. Além
disso, há um problema técnico: o sódio é importante para conservar os
alimentos." Pelo cronograma, a partir de 2013 alguns produtos já devem
ser comercializados com menos sódio em sua composição. "Pelas análises
que fizemos, alguns produtos já apresentam uma média menor do que a foi
acordada, como a maionese", afirma Denise. A meta é que o produto tenha,
no máximo, 1.283 mg/100g. A média encontrada pela Anvisa está em 1.096.
Fiscalização
A gerente diz que o controle sobre o cumprimento do acordo começará a
ser feito a partir de 2013. "Se números revelarem que a adesão está
baixa, não está descartada a possibilidade de criar metas obrigatórias."
Para Oliveira, no entanto, medidas mais ousadas poderiam ser adotadas
rapidamente. "O acordo tentou abrandar as discussões sobre uma
regulamentação mais severa. Autorregulamentação pode ser benéfica, mas
os padrões têm de ser adequados."
Denise destaca que várias amostras de um mesmo produto apresentam
teores diferentes de sódio, como o queijo parmesão: a diferença entre
produtos chega a ser de 13,7 vezes. "Daí a importância de a população
chegar nos rótulos a composição." Denise afirmou que foram encontrados
produtos com teores de sódio distintos da embalagem. As empresas, diz,
foram autuadas. Procurada, a Associação Brasileira das Indústrias da
Alimentação (Abia) afirmou não conhecer os dados o que a impedia de
fazer uma avaliação do trabalho.
Orientação
Além de observar o rótulo dos alimentos industrializados, a Anvisa
orienta a diminuir gradativamente o uso de sal nos alimentos. A
indicação é utilizar outros temperos naturais como ervas aromáticas,
alho, cebola, pimenta, limão, vinagre e azeite para temperar e valorizar
o sabor natural dos alimentos, evitando o uso excessivo de sal. Também é
preciso lembrar que alimentos frescos sempre têm menos sal. Por isso, é
necessário equilibrar as refeições com saladas e frutas.
Fonte: Agência Estado / iG