Siwa - 1959 |
Aparecida Maria Castro
Augusto nasceu em São Paulo (capital) em 4 de fevereiro de 1924. Siwa
formou-se como bailarina clássica e aos 12 anos já fazia parte do corpo
de baile do Municipal de São Paulo. Foi solista e também fez carreira no
Municipal do Rio. Apresentou-se ao lado de grandes bailarinas.
Ainda nos anos 40, fundou, com outros profissionais da dança, o tradicional Ballet Pigalle. Entre os grandes balés de que participou, estão "O Julgamento de Páris", "Mozartiana" e "Divertissements".
Apesar de ter verdadeira paixão pela dança clássica Siwa fugia um pouco dos padrões estéticos das bailarinas da época, pois fazia o tipo boazuda: quadris largos, coxas bem torneadas e cintura fina.
No início dos anos 1950, fez incursões no teatro de revista dançando em teatros e boates. Entre seus números dessa época está o famoso French Cancan. Siwa nunca chegou a ser girl. Na revista começou como bailarina e pouco tempo depois já era vedete.
A partir de 1952, com o fim do Ballet Pigalle, Siwa adotou o nome artístico de Siwa Tzen e optou, sem medo, pela revista. Uma de suas primeiras aparições como vedete foi em "Eva me Leva", no Follies, em janeiro de 1952. Seu primeiro papel de destaque foi em "Poeira do Chão" (1952), com a Cia. Mary-Juan Daniel. O elenco da peça era encabeçado por Elvira Pagã, Dalva de Oliveira e Zeloni, mas Siwa foi a grande atração.
Em 1953, já empresária e estrela de sua companhia, apresentou sucessos como "Uma Pulga na Camisola", no Teatro Alumínio, em São Paulo. Em 1958 fez um grande sucesso com "Disfarça... e Bota a Mão". Trabalhou com a Cia. Mary e Juan Daniel; Cia. Ney Machado e outras.
Em 1953, montou a sua própria companhia: Siwa e Sua Companhia de Revistas de Bolso. Dentre as revistas que fez, estão "Poeira do Chão" (1952); "Eva me Leva" (1952); "Eu Quero é me Rebolar" (1953); "O Mágico do Catete" (1953); "Uma Pulga na Camisola" (1953); "É Sopa no Mel!" (1954); "Mulheres à Bangu" (1954); "Mão na Toca" (1957); "Coquetel de Boas"; "Disfarça... e Bota a Mão" (1958); "Mulheres, me Afobei!" (1960). Fez, também, shows na boate Ranchinho do Alvarenga (1952), Casablanca, Monte Carlo.
Siwa era flexível, tinha grande desenvoltura cênica e se expressava muito bem com o corpo. Sua sensualidade não residia apenas no belo físico, mas também em sua postura insinuante e sugestiva. Tinha um tipo exótico, era morena alta com rosto marcante: lábios grandes, sobrancelhas arqueadas, olhos amendoados, sorriso devastador. Era chamada de "a misteriosa", se apresentava com roupas sempre extravagantes e incomuns no teatro, como vestes orientais, folclóricas, estampas de onça, etc...
Siwa foi casada com o comediante Vagareza (Hamilton Augusto). Conheceram-se no teatro de revista, quando atuaram juntos em "Poeira do Chão" (1952). Montaram companhia própria no fim dos anos 1950, com bastante sucesso. Foi o terceiro empreendimento de Siwa como empresária de revista.
No início dos anos 1960, Siwa e Vagareza fizeram estrondoso sucesso, como dupla, em diversos humorísticos da TV Rio e da Tupi. Permaneceram casados até a morte de Vagareza, em 1997.
Siwa era ousada: em 1954, organizou uma nova companhia constituída apenas de mulheres, tendo apenas um varão em cena: o comediante Spina. Fez temporada em Campos, lançou grandes girls e vedetes, e importou meninas do Follies Bergère.Também lançou vedetes como Wilma Palmer e comediantes como Costinha. Foi considerada a atriz mais elegante e bem-vestida de 1954.
Durante a temporada de "Disfarça... e Bota a Mão" (1958), no Teatro São Jorge, ela fez um ensaio fotográfico para J. Trovão. Um retrato se destacou: o que ela trajava uma fantasia de baiana. Trovão levou a imagem a uma agência de publicidade e a foto foi escolhida para a campanha publicitária da câmera fotográfica Minolta, da empresa japonesa Rokkor. A tal imagem de Siwa vestida de baiana foi parar em Tóquio, reproduzida em banners e outdoors. Fez tanto sucesso que vários apaixonados japoneses lhe enviaram cartas (em japonês). Por isso, foi apelidada de "A preferida dos japoneses".
Um de seus quadros de grande sucesso chamava-se "A Neurastênica" da revista "Poeira do Chão" (1952), em que ela entrava cantando assim: "Eu quero achar um remédio eficaz / Para poder meus nervos acalmar, / Meu mal não sei diagnosticar... / Será que é neurastenia? / Se um bonitão me vem falar / Começo logo a me assanhar / Mas se ele vem muito perto, / Eu quero logo é brigar! / É neurastenia meu mal-estar, / É neurastenia... / Que não se pode curar! / Se eu encontrar alguém que é capaz / O meu remédio logo acertar, / Eu faço qualquer negócio / Qualquer negócio... / Menos casar!"
Desce e improvisa com a plateia: "O senhor seria tão gentil... Podia indicar-me um remédio? Eu vejo um rapaz, fico louca para falar com ele, mas quando ele chega perto de mim eu sinto uma coisa esquisita. Eu sinto vontade de apertar, apertar, apertar, até... Asfixiar! Não sei o que é que eu tenho".
Para outro senhor: "Ah, é você mesmo! O senhor vai me ajudar. Indique-me um remédio! Como? Não quer que eu chegue perto? Não tenha medo, eu agora estou calma. O que foi que o senhor disse? Não tem o remédio? Ah! O senhor tem o remédio sim! Se eu procurar eu acho. Garanto!"
Sobe ao palco e canta: "É neurastenia meu mal-estar, / É neurastenia... / Que não se pode curar! / Se eu encontrar alguém que é capaz O meu remédio logo acertar, / Eu faço qualquer negócio / Qualquer negócio... / Menos casar!".
Siwa também fez cinema, na Atlântida, com "Os Apavorados" (1962), uma das últimas chanchadas de Oscarito. Também tomou parte no filme "Eu Sou o Tal" (1959), que o marido protagonizou.
Em 1968 voltou ao ballet clássico e fundou – com o marido – a Siwa Ballet Morumbi, em São Paulo. A escola existe até hoje e é uma das mais tradicionais da cidade. Atualmente é administrada por sua filha, Vânia.
Faleceu no dia 1° de abril de 2009, em São Paulo, aos 84 anos.
Ainda nos anos 40, fundou, com outros profissionais da dança, o tradicional Ballet Pigalle. Entre os grandes balés de que participou, estão "O Julgamento de Páris", "Mozartiana" e "Divertissements".
Apesar de ter verdadeira paixão pela dança clássica Siwa fugia um pouco dos padrões estéticos das bailarinas da época, pois fazia o tipo boazuda: quadris largos, coxas bem torneadas e cintura fina.
No início dos anos 1950, fez incursões no teatro de revista dançando em teatros e boates. Entre seus números dessa época está o famoso French Cancan. Siwa nunca chegou a ser girl. Na revista começou como bailarina e pouco tempo depois já era vedete.
A partir de 1952, com o fim do Ballet Pigalle, Siwa adotou o nome artístico de Siwa Tzen e optou, sem medo, pela revista. Uma de suas primeiras aparições como vedete foi em "Eva me Leva", no Follies, em janeiro de 1952. Seu primeiro papel de destaque foi em "Poeira do Chão" (1952), com a Cia. Mary-Juan Daniel. O elenco da peça era encabeçado por Elvira Pagã, Dalva de Oliveira e Zeloni, mas Siwa foi a grande atração.
Em 1953, já empresária e estrela de sua companhia, apresentou sucessos como "Uma Pulga na Camisola", no Teatro Alumínio, em São Paulo. Em 1958 fez um grande sucesso com "Disfarça... e Bota a Mão". Trabalhou com a Cia. Mary e Juan Daniel; Cia. Ney Machado e outras.
Em 1953, montou a sua própria companhia: Siwa e Sua Companhia de Revistas de Bolso. Dentre as revistas que fez, estão "Poeira do Chão" (1952); "Eva me Leva" (1952); "Eu Quero é me Rebolar" (1953); "O Mágico do Catete" (1953); "Uma Pulga na Camisola" (1953); "É Sopa no Mel!" (1954); "Mulheres à Bangu" (1954); "Mão na Toca" (1957); "Coquetel de Boas"; "Disfarça... e Bota a Mão" (1958); "Mulheres, me Afobei!" (1960). Fez, também, shows na boate Ranchinho do Alvarenga (1952), Casablanca, Monte Carlo.
Siwa era flexível, tinha grande desenvoltura cênica e se expressava muito bem com o corpo. Sua sensualidade não residia apenas no belo físico, mas também em sua postura insinuante e sugestiva. Tinha um tipo exótico, era morena alta com rosto marcante: lábios grandes, sobrancelhas arqueadas, olhos amendoados, sorriso devastador. Era chamada de "a misteriosa", se apresentava com roupas sempre extravagantes e incomuns no teatro, como vestes orientais, folclóricas, estampas de onça, etc...
Siwa foi casada com o comediante Vagareza (Hamilton Augusto). Conheceram-se no teatro de revista, quando atuaram juntos em "Poeira do Chão" (1952). Montaram companhia própria no fim dos anos 1950, com bastante sucesso. Foi o terceiro empreendimento de Siwa como empresária de revista.
No início dos anos 1960, Siwa e Vagareza fizeram estrondoso sucesso, como dupla, em diversos humorísticos da TV Rio e da Tupi. Permaneceram casados até a morte de Vagareza, em 1997.
Siwa era ousada: em 1954, organizou uma nova companhia constituída apenas de mulheres, tendo apenas um varão em cena: o comediante Spina. Fez temporada em Campos, lançou grandes girls e vedetes, e importou meninas do Follies Bergère.Também lançou vedetes como Wilma Palmer e comediantes como Costinha. Foi considerada a atriz mais elegante e bem-vestida de 1954.
Durante a temporada de "Disfarça... e Bota a Mão" (1958), no Teatro São Jorge, ela fez um ensaio fotográfico para J. Trovão. Um retrato se destacou: o que ela trajava uma fantasia de baiana. Trovão levou a imagem a uma agência de publicidade e a foto foi escolhida para a campanha publicitária da câmera fotográfica Minolta, da empresa japonesa Rokkor. A tal imagem de Siwa vestida de baiana foi parar em Tóquio, reproduzida em banners e outdoors. Fez tanto sucesso que vários apaixonados japoneses lhe enviaram cartas (em japonês). Por isso, foi apelidada de "A preferida dos japoneses".
Um de seus quadros de grande sucesso chamava-se "A Neurastênica" da revista "Poeira do Chão" (1952), em que ela entrava cantando assim: "Eu quero achar um remédio eficaz / Para poder meus nervos acalmar, / Meu mal não sei diagnosticar... / Será que é neurastenia? / Se um bonitão me vem falar / Começo logo a me assanhar / Mas se ele vem muito perto, / Eu quero logo é brigar! / É neurastenia meu mal-estar, / É neurastenia... / Que não se pode curar! / Se eu encontrar alguém que é capaz / O meu remédio logo acertar, / Eu faço qualquer negócio / Qualquer negócio... / Menos casar!"
Desce e improvisa com a plateia: "O senhor seria tão gentil... Podia indicar-me um remédio? Eu vejo um rapaz, fico louca para falar com ele, mas quando ele chega perto de mim eu sinto uma coisa esquisita. Eu sinto vontade de apertar, apertar, apertar, até... Asfixiar! Não sei o que é que eu tenho".
Para outro senhor: "Ah, é você mesmo! O senhor vai me ajudar. Indique-me um remédio! Como? Não quer que eu chegue perto? Não tenha medo, eu agora estou calma. O que foi que o senhor disse? Não tem o remédio? Ah! O senhor tem o remédio sim! Se eu procurar eu acho. Garanto!"
Sobe ao palco e canta: "É neurastenia meu mal-estar, / É neurastenia... / Que não se pode curar! / Se eu encontrar alguém que é capaz O meu remédio logo acertar, / Eu faço qualquer negócio / Qualquer negócio... / Menos casar!".
Siwa também fez cinema, na Atlântida, com "Os Apavorados" (1962), uma das últimas chanchadas de Oscarito. Também tomou parte no filme "Eu Sou o Tal" (1959), que o marido protagonizou.
Em 1968 voltou ao ballet clássico e fundou – com o marido – a Siwa Ballet Morumbi, em São Paulo. A escola existe até hoje e é uma das mais tradicionais da cidade. Atualmente é administrada por sua filha, Vânia.
Faleceu no dia 1° de abril de 2009, em São Paulo, aos 84 anos.
Fonte: As Grandes Vedetes do Brasil - de Neyde Veneziano.