sábado, 29 de setembro de 2012

Mara Rúbia, a vedete imbatível

Mara Rúbia nasceu na Ilha de Marajó, no Pará, em 3/2/1918. Chamava-se Osmarina Lameira Cintra (ela odiava esse nome). Casou-se aos 17 anos, teve três filhos, separou-se do primeiro marido e foi viver no Rio de Janeiro. Depois de algum tempo na Capital Federal, leu que a Companhia de Walter Pinto anunciava: "precisa-se de girls para se apresentarem no Teatro Recreio. Mara não conhecia palavra girl, nem tinha a menor ideia que ofício era esse.

O que lhe interessava era o ordenado: um conto e oitocentos. A diferença de seiscentos mil réis do salário de seu emprego anterior, numa firma de corretagem, lhe permitiria buscar seus dois filhos, Therezinha e Birunga, que haviam ficado com os avós, em Belém. Mara trouxera para o Rio apenas Ronaldo, o primogênito. E foi essa diferença que fez a nortista entrar para o teatro.

Mara Rúbia não começou no teatro de revista como simples bailarina, e sim como soubrette, nome designado às girls que já tinham algum destaque, graças a um número que Geysa Bôscoli havia criado especialmente para ela. Em 1944, estreia na revista Momo na Fila. O próprio Walter Pinto foi quem a batizou com o novo nome artístico e contratou professora de canto, dança e interpretação a fim de prepará-la para o estrelato.

Transformou-se em grande vedete e um dos maiores símbolos sexuais do Brasil, entre os anos de 1940 e 1950.

Em 1946 já estrelou com sucesso a revista Não Sou de Briga, ano em que foi eleita Rainha das Atrizes pela primeira vez. Com Walter Pinto, Mara fez oito espetáculosnesse período. Entre seus enormes e inesquecíveis sucessos estão Bonde da Laite (1945); Canta, Brasil! (1945); Rabo de Foguete (1945); Carnaval da Vitória (1946); Não Sou de Briga (1946) – nestas três últimas, Mara já era a segunda figura do elenco, estrelado por Renata Fronzi – e ainda Nem te Ligo (1946); Vamos pra Cabeça (1949) – quando chegou ao estrelato com o empresário – e Está com Tudo e não Está Prosa (1949) – no auge de sua carreira, quando dividiu o estrelato com Virgínia Lane.

Em 1950 foi eleita, novamente, Rainha das Atrizes. Durante vários anos, Mara Rúbia se instalou como a grande vedete da PraçaTiradentes. Com enorme carisma e espontaneidade, dividiu os palcos cariocas com outras celebridades, entre elas Dercy Gonçalves, Renata Fronzi, Oscarito e Grande Otelo. Em 1950 foi convidada pela grande Bibi Ferreira para dividir o estrelato na peça Escândalos de 1950, feito que se repetiria em Escândalos de 1951.

Um dado interessante na trajetória dessa estrela, é que foi a única vedete do teatro de revista que saiu da PraçaTiradentes para oTeatro Municipal. Em 1947, foi convidada pela inesquecível Dulcina de Moraes a participar de duas peças no Teatro Dramático: A Filha de Iório, de Gabriel Dannunzio, e Já é Manhã no Mar, de Maria Jacynta. E atuou ao longo de sua carreira em outros tantos trabalhos no teatro de comédia.

Mara também fez televisão na década de 1950 (na antiga TV Tupi), além de shows de boates, uma ramificação da revista. Em cinema, participou dos filmes Fantasma por Acaso (1946) e É com Esse que eu Vou (1948), todos com Oscarito; protagonizou a comédia Não é Nada Disso (1950) e o drama policial Brumas da Vida (1952), no qual atuava ao lado de sua filha,Therezinha. Em Os Deuses e os Mortos (1970), ganhou a Coruja de Ouro como melhor coadjuvante.

Descoberta pela turma do cinema, fez diversos filmes como O Casamento (1975); Dona Flor e seus Dois Maridos (1976).  Seu último filme foi Bububu no Bobobó (1980), em que interpretava a si mesma, num enredo que contava a decadência do teatro de revista.

Na Rede Globo, fez as novelas Pulo do Gato; Sinal de Alerta e Feijão Maravilha, todas no final da década de 1970.

As duas maiores Grandes Vedetes do Brasil foram Mara Rúbia e Virgínia Lane. Fizeram juntas, em 1952, Eu Quero é Sassaricá!, o espetáculo antológico considerado como uma das melhores revistas de todos os tempos.

A vedete imbatível nos números de plateia faleceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de maio de 1991.

 Fonte:  As Grandes Vedetes do Brasil - de Neyde Veneziano.
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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Rei, rei, Reinaldo

Pergunte a um torcedor do Atlético Mineiro quem foi melhor: Pelé ou Reinaldo? A resposta é óbvia, mas o atleticano pensará antes de responder. O que seria heresia encontra uma explicação perdoável ao se levar em conta toda a categoria do maior centroavante que Minas Gerais já teve. Extremamente técnico e habilidoso, abria o caminho de gol com dribles curtos e desconcertantes. Tornou-se assim artilheiro máximo do Galo com 288 gols e da história do Campeonato Brasileiro, com 28 gols em 1977. Tamanho talento para a artilharia, entretanto, esbarrou numa série de problemas físicos oriundos do embate com zagueiros violentos.

José Reinaldo de Lima nasceu em 11/01/1957, em Ponte Nova, MG. Surgiu aos 15 anos, ao participar de um treino no Atlético, jogando no ataque reserva contra a defesa titular que ganhara o Brasileirão poucos meses antes, em 1971. Reinaldo foi um dos melhores em campo naquele dia, chamando a atenção de todos. Em 28 de Janeiro de 1973, aos 16 anos, estreou pelo time profissional do Atlético, em partida contra o Valério. No ano seguinte, em partida contra o Ceará, ao pisar em um buraco, torceu o joelho. Ainda nessa época, teve de extrair ambos os meniscos depois de uma entrada de um zagueiro de seu próprio time em um treinamento. As lesões no joelho acompanharam-no por toda a carreira.

Conquistou seu primeiro título ao ganhar de forma invicta o Campeonato Mineiro de 1976 e, dois anos depois, daria início ao hexacampeonato que o Atlético conquistou, entre 1978 e 1983. É o artilheiro com maior média de gols em um único Campeonato Brasileiro (28 gols em 18 partidas, ou 1,55 por jogo, em 1977), apesar de nunca ter conquistado o título nacional. Nesse mesmo ano, seu time terminou o campeonato sem perder um jogo, mas apenas com o vice-campeonato, perdendo a final nos pênaltis para o São Paulo, que terminou a competição com 12 pontos a menos em um tempo que as vitórias valiam apenas 2 pontos. Também foi vice-campeão brasileiro em 1980.

Ao longo de sua carreira pelo Atlético-MG, Reinaldo participou de 475 jogos, marcou 255 gols, obteve 289 vitórias, 113 empates e 73 derrotas. recebeu num total 17 cartões vermelhos. Já pelas categorias de base, são 54 gols em 44 jogos, totalizando 309 gols, o que faz dele o maior artilheiro da história do futebol de Minas Gerais, o maior artilheiro do Atlético, e possuidor da maior média de gols do campeonato brasileiro, 1,55 por partida. Foi também o maior artilheiro do campeonato brasileiro no período de 1977 à 2002, com 28 gols marcados em 18 jogos. Foi superado em 1997 por Edmundo, que atuando pelo Vasco marcou 29 gols em 28 jogos. Guilherme, com 28 gols em 29 jogos, atuando também pelo Atlético, em 1999, conseguiu igualar sua marca. Dimba, que atuava pelo Goiás com 31 gols marcados em 46 jogos, no ano de 2003, e Washington em 2004, que atuando pelo Atlético Paranaense marcou 34 gols em 46 jogos. Vale lembrar que mesmo assim, nenhum desses conseguiu atingir ou superar sua média.

Pela Seleção Brasileira, Reinaldo jogou 37 partidas, marcando 14 gols, indo à Copa do Mundo de 1978, na Argentina. Nessa, marcou um gol, o primeiro do Brasil, contra a Suécia.

Depois de várias outras operações no joelho, deixou o Atlético em 1985, indo para o Palmeiras, onde ficou apenas três meses e não marcou nenhum gol. Em 1986, passou ainda por Rio Negro e Cruzeiro, por onde disputou apenas 2 partidas no Mineirão pelo Campeonato Brasileiro de 1986, com dois empates de 0x0 contra o Rio Branco/ES e contra o Bahia.

Sempre caçado em campo pelos zagueiros adversários, teve que abandonar prematuramente a carreira, em 1988, aos 31 anos, em decorrência de inúmeras lesões no joelho. Nessa época, defendia o Telstar, um time da segunda divisão holandesa, após uma passagem pelo BK Häcken, da Suécia.[4] Sua última partida pelo Atlético foi contra o Ajax da Holanda, na data de 11 de Agosto de 1985. O resultado final dessa partida foi Ajax 4 x 1 Atlético.

No final da década de 1990 fundou, com sede no Estádio do Rei em Nova Lima, o Belo Horizonte Futebol e Cultura, que chegou a disputar o Campeonato Mineiro da segunda divisão.

Após deixar o futebol, chegou a ser eleito deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores. Em 2004, foi eleito vereador em Belo Horizonte. Em 1996, teve um envolvimento com traficantes de drogas e admitiu ter usado cocaína, sendo condenado a quatro anos de prisão por tráfico, mas absolvido em segunda instância.

Hoje trabalha na TV Alterosa como comentarista esportivo em off. Lançou em 2008 candidatura para se tornar mais uma vez vereador em Belo Horizonte.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.
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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Peça “D. Maria, A Louca” chega a Itajaí

Encenada pela grande atriz Maria do Céu Guerra, a peça que já é sucesso internacional, desembarca na cidade nesta sexta-feira.  

Um encontro entre o texto catarinense de maior repercussão dentro e fora do Brasil com a grande estrela do teatro português, a atriz Maria do Céu Guerra. Nesta sexta-feira (28/9), o Teatro Municipal de Itajaí será palco para o espetáculo “D. Maria, a Louca”, com apresentação única e entrada franca, a partir das 20h30.

Com texto do dramaturgo de Florianópolis Antônio Cunha, a peça ficcciona sobre bases históricas, as memórias da rainha portuguesa D. Maria I em sua chegada ao Brasil, depois de fugir da invasão napoleônica no início do século XIX. As apresentações, sempre com casa cheia e aplausos do público e da crítica, estrearam em Lisboa no ano passado com produção do Grupo A Barraca e permanecem em cartaz até o momento em várias cidades portuguesas. Tanto é, que a interpretação memorável da atriz e diretora da peça, Maria do Céu Guerra, deu a ela o importante Prêmio Nacional de Teatro Bernardo Santareno.

Agora, sob o comando da Esfera Produções Artísticas de Florianópolis, a obra está em turnê em Santa Catarina este mês, com patrocínio do Floripa Teatro, da Caixa Econômica Federal, da Federação dos Trabalhadores no Comécio no Estado – Fecesc e da Eletrosul.

Depois de abrir o 19º Festival Nacional de Teatro de Florianópolis Isnard Azevedo e passar por Lages, Jaraguá do Sul e Joinville, a peça à Itajaí e ainda passa por Criciúma no domingo. Depois do espetáculo, haverá um debate entre o público e a equipe.

Sinopse


É fevereiro de 1808. No Rio de Janeiro, atraca na Baía de Guanabara, parte da frota conduzindo a corte portuguesa, que veio fugida da invasão das tropas napoleônicas que dominavam o abatido reino. Depois de uma longa viagem, iniciada na manhã de novembro de 1807, aportava em águas calmas, a velha rainha D. Maria I. Já debilitada física e mentalmente, por ordens do príncipe regente Dom João, ela é mantida ainda por dois dias no interior da nau Príncipe Real.

O monólogo apresenta Dona Maria I, apelidada no Brasil como “a louca”, nos dois intermináveis dias dentro da nau, acompanhada de sua aia Joaninha. Dona Maria resgata os fatos marcantes da sua vida, que se confundem com a impactante fase do fim da monarquia despótica portuguesa, entrelaçando-os com o seu particular momento diante do “fim de mundo”, do qual é, paradoxalmente, prisioneira e senhora. Do alto de sua “insanidade”, a protagonista assim define o seu tormento: “A loucura não é uma porta que se nos fecha, mas muitas janelas que se nos abrem, só que todas ao mesmo tempo”.

Fonte:  Liana Gualberto - Assessora de Imprensa (Espetáculo D. Maria, A Louca - 48 8469.5658)
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