Templo em Tikal, símbolo do auge da civilização maia (Foto: Science/AAAS) |
Um estudo publicado em fevereiro deste ano indica que mudanças climáticas teriam sido as verdadeiras culpadas pela decadência da civilização maia, que dominava a península de Yucatán e o norte da América Central, onde atualmente ficam o sul do México, Belize, Guatemala e partes de Honduras e El Salvador.
O auge do povo maia foi entre os anos 800 e 1000 d.C.. A partir daí, eles entraram em declínio econômico e cultural, e perderam influência com a ascensão de outros povos, como os toltecas. Acabaram dominados pelos espanhóis, e ainda vivem na mesma região.
A pesquisa, publicada na revista "Science", diz respeito ao declínio no período clássico maia, nos séculos 9 e 10. Nessa época houve uma redução de entre 25% e 40% no volume das chuvas, provavelmente provocada por tempestades de verão cada vez mais brandas. Os dados foram obtidos pela análise de rochas e lagos atuais.
A seca é relativamente branda e, em geral, não provocaria o declínio de uma civilização bem estabelecida. Porém, nesse caso, ela teve grande impacto sobre os maias, pois eles dependiam das chuvas de verão para encher os reservatórios e garantir a produção agrícola – uma vez que não há rios nas planícies de Yucatán.
Os resultados servem como um alerta, pois é possível que haja novas secas na região em um futuro próximo. “Há diferenças também, mas o alerta é claro. O que parece ser uma redução mínima na disponibilidade de água pode levar a problemas importantes e de longa duração”, afirmou Martín Medina-Elizalde, do Centro de Pesquisa de Yucatán, no México, um dos autores do estudo, em material divulgado pela Universidade de Southampton, na Inglaterra, à qual ele também é vinculado.
Fonte: G1