Gilgamesh |
O vitorioso herói seria dois terços deus e um terço homem e sua epopéia descreve episódios tão extraordinários que não poderiam ter sido inventados por nenhum ser inteligente da época nem por tradutores e copistas dos séculos subseqüentes.
O poema contém o relato exato do dilúvio, concorrente em "originalidade" com o da Bíblia: conta Utnapishtim (ele e sua esposa foram os únicos mortais à quem os deuses teriam dado a "vida eterna") - que os deuses o advertiram da grande maré vindoura e lhe deram ordem para construir um barco, onde deveria recolher mulheres e crianças, seus parentes e artesãos de qualquer ramo de arte. A descrição da tempestade, das trevas, das águas subindo e do desespero dos homens que ele não podia levar, é de uma força narrativa ainda hoje cativante.
Outra surpresa está na sétima placa: o primeiro relato de uma viagem cósmica, comunicado por Enkidu (uma espécie de humanóide gigante, peludo e melhor amigo de Gilgamés), que teria voado por quatro horas nas "garras de bronze de uma águia"... O relato textual:
"Ela me falou:
- Olha para baixo sobre a Terra!
- Que aspecto tem?
- Olha para o mar!
- Como te parece?
E a Terra era como uma montanha, e o mar como uma poça d'água.
E novamente voou ela mais alto e me falou:
Fragmentos de um das tábuas que contém a epopéia |
- Olha para baixo sobre a Terra!
- Que aspecto tem?
- Olha sobre o mar!
- Como te parece?
E a Terra era como um jardim, e o mar como um córrego.
E voou além:
- Olha para baixo sobre a Terra!
- Que aspecto tem?
- Olha sobre o mar!
- Como te parece?
E a Terra parecia um mingau de farinha, e o mar era como uma barrica d'água" (Esta mesma descrição foi dada pelos astronautas da Apollo 11...). É um relato correto demais para ser puro produto da imaginação! Quem poderia descrever esta visão em um tempo onde não tinha-se idéia de com seria o planeta "visto de cima"? Ainda na mesma placa está o relato de que uma porta falava com um vivo, não seria um auto-falante?...
Fonte: http://www.josevalter.com.br/misterios/poema_gilgames.htm