quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os conquistadores do mundo

O Grêmio, Campeão do Mundo de 1983 - Formou com Paulo Roberto, Mazarópi, Baidek, China, Casemiro e De León; mais o massagista Banha; Renato, Osvaldo, Tarciso, Paulo César e Mário Sérgio.

O tricampeonato brasileiro do Internacional ainda estava entalado na garganta dos gremistas quando o time perdeu para o Flamengo, deixando escapar o título nacional de 1982. Mas o Grêmio fez dessa derrota o início da campanha mais vitoriosa que um time gaúcho realizou até hoje.

Começou com a conquista heróica da Libertadores da América vencendo o Penãrol por 2 a 1 em Porto Alegre, depois de arrancar um empate em um gol na casa do adversário. O time contava então com quatro ótimos jogadores saídos das divisões inferiores do próprio clube: Paulo Roberto, China, Renato Gaúcho e Baidek.

Mas para trazer o Mundial Interclubes era preciso jogadores mais experientes. Para isso chegaram Mário Sérgio e Paulo César Caju. Entretanto, quem brilhou como nunca naquela decisão contra o Hamburgo foi o ponta-direita Renato. No primeiro gol, driblou o zagueiro uma, duas, três vezes antes de mandar a bola entre a trave e o goleiro. O time alemão chegou ao empate, mas, na prorrogação, ali estava ele de novo. De pé esquerdo. Renato fuzilou o gol adversário e garantiu o maior título que o Grêmio já conquistou.

Recebido em festa ao voltar de Tóquio, o time já encontrou afixada sobre a marquise do Estádio Olímpico a placa: "Grêmio campeão do mundo: nada pode ser maior" – provocação nada sutil aos colorados que não cansavam de lembrar a vantagem que levavam em títulos nacionais.

Na decisão mundial, o time entrou em campo com Mazarópi: Paulo Roberto, Baidek. De León e Paulo César; China, Osvaldo e Paulo César Lima; Renato, Tarciso e Mário Sérgio.

"Publicação dedicada a César Ferle, Redivo e toda cambada gremista, tequileros cruéis armados com tequila, limão e sal, daquela esbórnia da rua Chile em 2009. Saudade..."

Fonte: Wikipedia; Revista Placar.
Leia mais...

Do Maracanã para o mundo

Flamengo, campeão mundial de 1981
Flamengo (1978 - 1983)

Em cada posição, um craque. Esta foi a receita que levou o Flamengo a se tornar o maior time que o Brasil viu jogar na virada dos anos 70. O Brasil e o mundo.

Foram quatro Campeonatos Cariocas (1978, 1979, o Especial de 1979 e 1981), três Brasileiros (1980, 82 e 83), uma Libertadores da América (1981) e um Mundial Interclubes (1981). A construção do time começou pelas mãos do técnico Cláudio Coutinho.

O Mengo contava com Zico, o maior craque hrasileiro de então, o goleiraço Raul e o zagueiro Rondinelli. Nos anos seguintes surgiram Júnior, Leandro, Mozer, Adílio, das divisões inferiores. Mas o clube não descuidou das contratações. A mais frutífera foi a do centroavante Nunes. o artilheiro das decisões.

Das inúmeras batalhas vencidas pelos rubro-negros, duas marcaram: sobre o violento Cobreloa, do Chile, na decisão da Libertadores (2 a O), e sobre o Liverpool (Inglaterra), 3 a O na decisão do Mundial Interclubes.

Raul Plasmann, Leandro, Marinho, Mozer, Júnior, Andrade, Tita, Adílio, Nunes, Zico e Lico.

Tri da alegria

O esquadrão que deu o primeiro tricampeonato ao Flamengo (1942-1944) reunia o que de melhor o futebol brasileiro havia produzido até então. Na zaga, a técnica de Domingos Da Guia; no meio-campo imperava o jogador mais completo antes do surgimento de Pelé, Zizinho; e no ataque havia Leônidas da Silva. Durante os três anos de campanha, Leônidas e Domingos dariam lugar a Silvio Pirillo e Quirino. Mas nada que pudesse atrapalhar o tricampeonato. Confira o timaço: Jurandir; Domingos Da Guia (Quirino) e Nilton; Biguá, Bria e Jaime; Valido. Zizinho, Leônidas (Pirillo), Perácio e Vevé.

Fonte: Revista Placar.
Leia mais...

O homem que virou ele


Temos um amigo cigarra... Até aí tudo normal, como dizem os anormais. Mas é que esse amigo cigarra, no seu próprio entender, prevaricou. E prevaricou no violento. Imaginem vocês que, bastou que a "outra" (vejam vocês que monstro de cigarra, chama a esposa de "a outra")... bastou que "a outra" subisse para Petrópolis para ele alugar quarto num hotel muito bonzinho que tem portaria compreensiva.

Vocês estão seguindo o nosso raciocínio? Pois vamos em frente: de posse da chave do novo lar sumiu da residência oficial e foi à vida, se organizando em outras corriolas, muito sobre o animado, esquecido que mulher esposa é mulher bem informada, não somente pelo muito que investiga (com honrosas exceções), como também pelo muito de informativas que são as pessoas amigas, cujas gostam é de ver fogo na giranda do doutor.

Ainda estão nos acompanhando? Muito bem. Sigamos: a mulher soube, talvez antes que ele, do caso com a mariposa do luxo e do prazer — como diria o poeta... Sabem como é, marido é como boi solto, que se lambe todo.

Com quarto em hotel condescendente, com a mulher em Petrópolis, choveu moçoila. . .

Uma noite no "Hi-Fi", outra no "Drink", uma ida à Barra da Tijuca no carro de outro cigarra, para a clássica intoxicação com camarão, e lá se foi ele a simpatizar mais com esta do que com aquela até que... pimba — ficou de cacho.

Como, minha senhora? O que vem a ser "ficar de cacho"? É ficar sob o signo da amigação. A senhora desculpe, mas a forma grosseira de expressão foi para esclarecer melhor.

Um homem de cacho com mulher em Petrópolis não vai em casa nem para trocar de roupa. Dá uma única passada no lar, apanha um bolo de camisas, outro tanto de meias, pega o terno claro para quando não chover e o azul-marinho para quando chover e esquece de mudar a água do canário.

Tudo num táxi, parte feroz para o hotel mais camarada pouquinha coisa. Vanja vai, vanja vem, esquece até de subir para Petrópolis no fim-de-semana. Isto é imperdoável mesmo no pior dos cigarras e, no entanto, aconteceu com esse nosso amigo.

Resultado: passou o carnaval, veio a época do colégio das crianças e "a outra" se despencou serra abaixo, sabendo de tudo, inclusive com uma capa da revista Mundo Ilustrado, onde ele aparece de braços abertos para a objetiva, fantasiado de baiana rica.

Agora ele se despediu da mariposa do luxo e do prazer (jurou-nos que era um encanto de moça e não aceitou nem as duas notas de mil que ofereceu para calçar a saudade), pagou o hotel de porteirinho cego e retornou ao lar.

— Você não imagina o vexame. Lá ninguém fala comigo. O canário morreu de sede, ou de fome... sei lá. O cachorro, aquele desgraçado, que eu curei de bronquite, está me esnobando. Quando eu passo ele não levanta nem o focinho. Limita-se a abrir um olho... um olho de reprovação que me dá calafrios. Minha filha está muda.

— E sua mulher? — indagamos.

— Essa me chama de ele.

— Chama de quê?

— De ele. Se o almoço está na mesa, ela diz pra empregada: "avise a ele". Se o telefone toca, é a própria empregada que atende e diz pra minha mulher: "é para ele". Virei "ele" em minha própria casa.

Coitado do nosso amigo. Badalou muito. Agora agüente. Nisto de conseqüências, estamos com Tia Zulmira, quando disse: "Passarinho que come pedra, sabe o que advém".
 _____________________________________________________________________
Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora.
Leia mais...