segunda-feira, 20 de junho de 2011

A mensagem

Um amigo nosso, comandante da VASP, conta-me a estranha mensagem recebida por um piloto americano durante uma aterrissagem.

O avião da companhia norte-americana sobrevoava a Bahia, a caminho do Rio, quando um defeito no motor obrigou o piloto a providenciar uma aterrissagem no aeroporto mais próximo possível.

Na Bahia, justamente na pequena cidade de Barreiras, existe uma pista de emergência (se é que se pode chamar aquilo de pista) para os aviões das linhas internacionais. Raramente é usada, mas era a mais próxima da rota do avião. Assim, o piloto não teve dúvidas. A situação dele estava muito mais pra urubu do que pra colibri. O negócio era mesmo se mandar para Barreiras.

Pediu pouso durante certo tempo, dirigindo-se à Rádio local em inglês. A resposta demorou um pouco, mas acabou vindo. Alguém, com forte sotaque nordestino, falando um inglês arrevesado e misturado com palavras em português, respondia que estava ouvindo e aconselhava o comandante a procurar outro local para aterrissagem.

Há dias estava chovendo em Barreiras e a pista se achava em péssimo estado.

O piloto, sem outra alternativa, insistiu em pousar assim mesmo, e tornou a pedir instruções, ouvindo-se lá a voz a dizer que estava bem, mas que não se responsabilizava pelo que desse e viesse.

Acontece porém que isso foi dito com outras palavras, ainda num misto de português e inglês. Assim:

- Ok. You land. But se der bode, I'il take my body out.

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Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

Fonte: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/s/sergio.htm
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domingo, 19 de junho de 2011

Caminho das praias

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Eis um exercício que intencionava a perda de um quilinho distraído (ou apenas algumas gramas, sei lá): uma caminhada, nesta tarde de sol meio apagado, na Beira-Rio, bem ali no popular "Saco da Fazenda", atravessando a ponte Ernesto Schneider com destino ao tradicional balneário itajaiense de Cabeçudas.

Debaixo da citada ponte corria, faz uns 60 anos, um riacho de águas límpidas, onde segundo uma história de meu pai, foi encontrado um filhote de jacaré. Hoje é mais um "canal" de águas fétidas. Mas isso acontece em todos os lugares, não é?

A rua de acesso às praias mais urbanas da cidade de Itajaí, como Atalaia, Geremias e Cabeçudas, apresenta um magnífico cenário para quem tem o privilégio de caminhar pela linda orla marítima papa-siri .

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Vista da praia da Atalaia e dos molhes e Farol no fundo


Antes da Praia da Atalaia investigamos o movimento nos molhes da Barra e do Farol, que é um grande e extenso amontoado de rochas que protege a foz do Rio Itajaí das turbulentas águas marítimas. Lá estava o meu amigo Valdemar. Quanto tempo, hein, Valdemar?

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Passamos pelo exótico "Bico do Papagaio" esculpido aleatoriamente pela explosão das rochas para abertura de estrada, localizado na praia do Geremias, próximo ao Balneário de Cabeçudas, onde seu formato curioso desperta a atenção de seus visitantes. Adentrei a pequena e familiar praia de Geremias: tantas lembranças de minha infância!

Finalmente chegamos à Cabeçudas. Um balneário que retrata todo o charme e elegância do local, sendo totalmente urbanizada e cercada por belas casas. Será que temos ainda fôlego, agora, para voltarmos?

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A pequena e plácida Geremias de minha infância
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sábado, 18 de junho de 2011

Inferno nacional

A historinha abaixo transcrita surgiu no folclore de Belo Horizonte e foi contada lá, numa versão política. Não é o nosso caso. Vai contada aqui no seu mais puro estilo folclórico, sem maiores rodeios.

Diz que uma vez um camarada que abotoou o paletó. Em vida o falecido foi muito dado à falcatrua, chegou a ser candidato a vereador pelo PTB, foi diretor de instituto de previdência, foi amigo do Tenório, enfim... ao morrer nem conversou: foi direto ao Inferno. Em chegando lá, pediu audiência a Satanás e perguntou:

- Qual é o lance aqui? Satanás explicou que o inferno estava dividido em diversos departamentos, cada um administrado por um país, mas o falecido não precisava ficar no departamento administrado pelo seu país de origem. Podia ficar no departamento do país quer escolhesse. Ele agradeceu muito e disse a Satanás que ia dar uma voltinha para escolher o seu departamento.

Está claro que saiu do gabinete do Diabo e foi logo para o departamento dos Estados Unidos, achando que lá devia ser mais organizado o inferninho que lhe caberia para toda a eternidade. Entrou no departamento dos Estados Unidos e perguntou como era o regime ali.

- Quinhentas chibatadas pela manhã, depois passar duas horas num forno de duzentos graus. Na parte da tarde: ficar numa geladeira de cem graus abaixo de zero até as três horas, e voltar ao forno de duzentos graus.

O falecido ficou besta e tratou de cair fora, em busca de um departamento menos rigoroso. Esteve no da Rússia, no do Japão, no da França, mas era tudo a mesma coisa. Foi aí que lhe informaram que tudo era igual: a divisão em departamento era apenas para facilitar o serviço no Inferno, mas em todo lugar o regime era o mesmo: quinhentas chibatadas pela manhã, forno de duzentos graus durante o dia e geladeira de cem graus abaixo de zero, pela tarde.

O falecido já caminhava desconsolado por uma rua infernal, quando viu um departamento escrito na porta: Brasil. E notou que a fila à entrada era maior do que a dos outros departamentos. Pensou com suas chaminhas: "Aqui tem peixe por debaixo do angu". Entrou na fila e começou a chatear o camarada da frente, perguntando por que a fila era maior e os enfileirados menos tristes. O camarada da frente fingia que não ouvia, mas ele tanto insistiu que o outro, com medo de chamarem atenção, disse baixinho:

- Fica na moita, e não espalha não. O forno daqui está quebrado e a geladeira anda meio enguiçada. Não dá mais de trinta e cinco graus por dia.

- E as quinhentas chibatadas? - perguntou o falecido.

- Ah... O sujeito desse serviço vem aqui de manhã, assina o ponto e cai fora. 
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Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

Fonte: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/s/sergio.htm
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