Na imagem de São Jorge no altar da igreja de Vígolo, no Santuário de Madre Paulina, em Nova Trento, Santa Catarina, o santo guerreiro aparece sem o seu cavalo... (???)
Tem coisas que parecem inseparáveis: avião sem asa e fogueira sem brasa viraram música; circo sem palhaço e namoro sem abraço, também; São Jorge e seu cavalo branco, inclusive. Mas a parceria não é tão inseparável assim. Pelo menos na igreja de Vígolo, no Santuário de Madre Paulina, em Nova Trento.
Lá, São Jorge enfrenta o dragão no chão. Aparece com os pés no lombo do monstro e com a lança de aço na boca do bicho.
Não chega a ser uma demanda. Mas a falta do cavalo gera questionamentos entre os visitantes. Afinal, trata-se de um santo guerreiro que, pelo sincretismo popular, conquistou altares católicos e gongás umbandistas.
– Eu acho este aqui mais valente. No cavalo é mais fácil enfrentar a fera, assim parece mais forte e protetor das pessoas – avalia Aparecida Cruzato, moradora de Curitiba (PR).
– Só se ele (o santo) veio a cavalo, mas desceu quando viu o monstro dominado – brinca Regina dos Santos, de São José.
Irmã Ilze Meis, que mora na área do santuário, diz que não existem dados sobre a origem da imagem. Mas, algumas informações do prédio, que se chamaria Capela de São Jorge, sugerem caminhos.
A obra foi construída pelos moradores do distrito entre 1876 e 1879. Antes da conclusão, os planos mudaram: o padre Marcello Rochi decidiu por uma nova igreja. Enquanto era esculpida uma gruta em homenagem à Nossa Senhora de Lourdes, a capelinha de São Jorge vinha abaixo.
Fonte: Diário Catarinense, de 9 de agosto de 2009.