domingo, 27 de fevereiro de 2011

Eram parecidíssimas

Peixoto entrou no escurinho do bar e ficou meio sobre o peru de roda, indeciso entre sentar-se na primeira mesa vaga ou caminhar mais para dentro e esco­lher um lugar no fundo. Mas sua indecisão durou pouco. Logo ouviu a voz de Leleco, a chamá-lo:

— Êi, Peixoto, venha para cá!

Estremeceu ao dar com o outro acenando, mas estu­fou o peito e aceitou o convite com ar muito digno, encaminhando-se para a mesa de Leleco.

— Senta aí, rapaz — disse Leleco, ajeitando a cadeira ao lado: — Você por aqui é novidade.

— De fato — concordou Peixoto, evasivo.

Leleco era todo gentilezas: — Que é qui vais tomar? Toma um "Vat", o uísque daqui é ótimo. Você sabe, eu venho a este bar quase todas as tardes. É um hábito bom, este uisquinho antes de ir para casa.

— É. Eu sei que você costuma vir aqui de tarde. Peixoto aceitou o uísque sugerido, o garçom afas­tou-se e Leleco não perdeu o impulso. Continuou falando:

— Engraçado você ter aparecido aqui, Peixoto.

— Engraçado por quê? — a pergunta foi feita num tom ansioso, mas o outro não pareceu notar.

— É que, ultimamente, eu toda hora estou me lem­brando de você.

Peixoto fez-se sério como um ministro de Estado quando vai à televisão embromar o eleitorado. Apanhou o copo que o garçom colocara em sua frente, deu um gole minúsculo e pediu.

— Explique-se, por favor. Leleco sorriu:

— O motivo é fútil e eu espero que me perdoe. Mas é engraçado. De uns tempos para cá eu me meti com uma pequena de São Paulo. Moça rica, com facilidade de apa­recer aqui no Rio de vez em quando. Sabe como é. A gente vai levando. No princípio eu não notei a semelhan­ça. Mais tarde ela mesma é que me chamou a atenção. Num dos nossos encontros ela me perguntou se eu te conhecia.

—A mim?

— Sim, a você. Ela, aliás, não te conhece. Vai escutan­do só... Ela perguntou e eu — é lógico — disse que sim. Ela então quis saber se de fato era parecida com sua mulher.

— Alice?

— Isto, a Alice, sua esposa. Disse que pessoas aqui do Rio, que conhecem vocês (ela não me contou quem foi), haviam afirmado que ela se parecia muito com sua mu­lher. Só então eu notei que, de fato, as duas se parecem bastante, apenas num ou noutro detalhe são diferentes. Por exemplo: a Laís é loura.

— O nome dela é Laís?

— É Laís. Ela é loura e sua esposa, se não me engano, tem os cabelos pretos, não?

— Pretos, não digo. São castanho-escuros.

— Eu não vejo a Alice há algum tempo. Mas que são parecidas, não há dúvida. Lógico, a Laís... eu posso dizer porque é uma simples aventura, entende?... a Laís é meio boboquinha, grã-finóide. Não tem a classe, assim... como direi, a postura da Alice.

Nesta altura Peixoto deu uma gargalhada, deixando Leleco meio sobre o aparvalhado. Ia perguntar o porquê da risada, mas Peixoto ria e fazia-lhe um sinal com a mão de que ia explicar:

— Leleco, esta é ótima. Você não sabe por que qui eu vim aqui.

— Tomar um uísque, não foi?

— Bem, o uísque era pretexto. Eu vim aqui justamen­te porque recebi um telefonema anônimo, de alguém que jura que viu minha mulher entrando no seu apartamento.

— O quê??? — Leleco ficou meio embaraçado: — Pelo amor de Deus, você não contou isto à sua esposa, não cometeu esta injustiça por minha causa.

— Claro que não — mentiu Peixoto, que ficou sem graça por um instante, mas o bastante para que qualquer um percebesse que tivera a maior bronca com a mulher e saíra da discussão sem estar convencido de sua inocên­cia.

Mas repetiu:

— Claro que não. Eu vim encontrar você aqui para conversar sobre o assunto. Eu não dei maior importância ao telefonema, mas queria que você tomasse conhecimen­to dele. Alguém que não gosta de você está querendo lhe meter numa fria.

— Pelo visto não é bem assim.

— Claro — apressou-se Peixoto em dizer: — Quem te­lefonou tinha uma certa razão — e virando-se para o gar­çom: — Mais dois aqui — ajeitou-se e com visível satisfa­ção: —Vamos tomar mais um que eu tenho que sair.

Meia hora depois Peixoto saía do bar, rumo ao lar. Ia lépido, fagueiro, como alguém que se livra de um proble­ma chato. Ia pensando em como é bom o sujeito ser cal­mo e precavido antes de tomar uma atitude.

Quanto a Leleco, assim que Peixoto saiu, foi para o telefone do bar, ligou para Alice e quando ela atendeu, falou:

— Neguinha? Quebrei o galho. A história colou - e, com certa apreensão na voz: — Mas, por favor, joga fora essa peruca loura antes que ele chegue aí.

Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: FEBEAPÁ 1: primeiro festival de besteira que assola o país / Stanislaw Ponte Preta; prefácio e ilustração de Jaguar. — 12. ed. — Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 1996.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É a praia Brava! - Parte II

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Mais fotos da praia Brava de 18 de fevereiro: uma tarde tão ensolarada que acabou sombria... tudo bem... mas eis a foto de um cão galgo, muito ágil e de uma rapidez peculiar; eis a última foto mostrando ao fundo Balneário Camboriú...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

É a praia Brava!

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É a praia Brava sim! Aquela prainha que ninguém sabe quem administra: se Itajaí ou Balneário Camboriú. Mas ela é linda demais... ainda tem aquele jeitinho meio selvagem, inexplorada... vamos lutar para esse local ficar sempre assim? (Fotos tiradas nesta 6a. Feira, 18/2/2011).

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Desastre de automóvel

Diz que aconteceu mesmo. O cara que me con­tou falou que o caso era verídico e ficou até de me apresentar ao Cravino, personagem central desta lamen­tável historinha de cunho conjugal.

É que esse tal de Cravino tem uma mulher que eu vou te contar: se ele fosse casado com um tamanduá esta­va mais bem servido. Há uns 50 quilos atrás ela ainda era mais ou menos, isto é, tinha um rebolado não de todo desprezível e um rostinho bem razoável. Mas depois que casou, a distinta só fez engordar e embuchar. Hoje em dia — se o Cravino pudesse — dava ela de entrada em qual­quer crediário.

E, como se não bastasse, a mulher do Cravino é mais ciumenta que um pierrô. Por qualquer coisinha, parte pra ignorância. A coisa foi num crescendo de amargar.

No começo, o Cravino olhava pro lado e levava uma catucada nas costelas, porque a mulher achava que ele estava dando bola para alguma desajustada social. Depois, pas­sou da catucada ao beliscão, que é muito mais doloroso e, ultimamente, diante da complacência do marido (com­placência essa ditada por total incapacidade física diante da mulher), iniciou, com bastante êxito, o chamado festival de bolacha. O pobre do Cravino, por qualquer bestei­ra, apanha mais em casa que o time da Portuguesa no campeonato.

O pobre coitado é um conformado de sousa. Até já esqueceu como é mulher e a impressão que se tem é a de que - se alguém mandar ele desenhar uma mulher — o Cravino não vai saber desenhar de cor.

Para falar franca­mente, a única coisa que ainda interessa um pouco o Cra­vino é automóvel. O rapaz é tarado por um carro bacana, um modelo esporte, um carro de corrida.

E foi mais ou menos por causa de um desastre de automóvel que foi parar num hospital. Não que o Cravino estivesse dentro de um carro acidentado; nada disso. O desastre de automóvel dele foi diferente.

O negócio foi o seguinte: o Cravino tem um amigo que comprou a maior Mercedes-Benz. Um carro alinhadíssimo, o fino da máquina e, sabendo que o seu cupincha ama carro assim, telefonou para ele e perguntou se não queria dar uma voltinha no Mercedes.

Ora, tá na cara que o Cravino ficou assanhado e to­pou logo. Seu entusiasmo foi tal que esqueceu a mulher que tinha. O amigo chegou com o carro na porta da loja onde o Cravino é gerente e entregou-lhe a chave:

- Pode rodar pela aí quanto quiser — falou.

O Cravino, encantado, pegou o carro e saiu rodando pelo asfalto, feliz como um passarinho. Tão entusiasma­do estava que esqueceu a hora de voltar. Quer dizer, ele esqueceu, mas a mulher não. Bastou passar cinco minu­tos da hora normal do marido chegar, que ela começou a pensar o pior:

- Deve estar metido em algum canto, com mulhe­res! - falou a monstra para si mesma.

Quando já fazia uma hora da hora do Cravino che­gar, a mulher já estava queimando óleo 40. Sua indignação era tanta que começou a babar numa bela coloração arroxeada. E o Cravino, nem nada, passeando no Merce­des do amigo.

Só deu as caras em casa duas horas depois. Vinha alegre, de alma lavada, amando o carro do outro. Nem se lembrou do perigo que corria e, ao abrir a porta e dar com a megera indomada à sua frente, ficou estupefato.

— Com que mulherzinha você estava, cretino? — ber­rou a mulher.

— Eu estava com a Mercedes... — mas nem chegou a dizer Benz. Levou uma traulitada firme por debaixo das fuças e não viu mais nada. Só soube o quanto apanhou no dia seguinte, no hospital, lendo sua ficha médica.

Foi ou não foi um desastre de automóvel?

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Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

Fonte: FEBEAPÁ 1: primeiro festival de besteira que assola o país / Stanislaw Ponte Preta; prefácio e ilustração de Jaguar. — 12. ed. — Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 1996.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mercado Público

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O Mercado Público Municipal foi construído em 1917 para comercialização de produtos pesqueiros. É uma das construções mais características do centro histórico de Itajaí. Em 1936, após um incêndio, foi totalmente restaurado e tombado como patrimônio histórico, para preservar a cultura dos povos europeus que colonizaram a cidade.

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Na sua arquitetura original o que chama atenção é o chafariz que fica no meio do pátio interno do mercado, traço marcante de construções ibéricas.

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Lugar ideal para saborear as comidas típicas com frutos do mar, transitar entre figuras ilustres da cidade, conhecer e comprar o artesanato local, baseado principalmente em produtos de palha, cestarias, cerâmica e madeira. O mercado possui cinco lojas de artesanato, um restaurante e um bar. Toda semana é também ponto de encontro de músicos e artistas regionais que se apresentam para animar os visitantes. No repertório de canções especiais estão principalmente os fados portugueses e a música popular brasileira.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O paquera

Conheci o Batalha quando ele ainda era garo­to. Aliás, todos os que foram meninos aqui no bairro co­nheceram o Batalha. Naquele tempo o bairro era calmo, os garotos unidos, havia espaço, era ótimo.

O Batalha era um garoto legal, e só depois que foi crescendo é que foi ficando feio. Ao atingir a puberdade, o Batalha já era tão feio que — francamente - eu estava vendo a hora que ele ia acabar Presidente da República.

Talvez tenha sido a feiúra dele que o levou ao vício de espiar mulher de longe. Namorava à distância, sem que a moça soubesse de nada, para não estragar o namoro.

Uma de suas primeiras experiências amorosas ensinou-lhe esse truque. Laurinha, que era muito bonitinha e mui­to senhora de sua beleza, que a secura da rapaziada exaltava às pampas, era, por isso mesmo, perversa como só ela. 

O Batalha namorou-a durante dois anos e, quando ela soube, desfez. Foi até tragicômico: alguém foi dizer pra ela que o Batalha falava pra todo mundo que namorava ela. Laurinha não conversou: telefonou pro Batalha e, no que ele disse "alô", ela lascou:

— Escuta aqui, seu nojento, se eu te pegar de novo me olhando com esse teu olhar de garoupa congelada, eu cuspo, tá bem? — e desligou o telefone e as esperanças do rapaz.

Talvez tenha sido desde aí que o Batalha aprendeu a apreciar mulher de longe. Depois de homem feito e feio - definitivamente feio - já o bairro estava todo edificado na base de altos edifícios. Batalha especializou-se em espi­ar mulher da janela.

Foi quando se deu a história triste que ele me contou como, de resto, me contou esta última, pois sabe que eu não vou sair pela aí esparramando, como fizeram quando ele era paquera oficial da Laurinha.

Deu-se, eu dizia, que o Batalha ficou tempos de olho numa mocinha que mora­va no prédio em frente. Um dia ele pegou e contou pra mim que ela não só notara o interesse dele como também aderira.

Ficava do lado de lá, muitas vezes, debruçada na janela, de olhar na sua direção. Ele achou, inclusive, que a mãe dela não fazia gosto porque, em dado momento, chegava para a mocinha, segurava-a pelo braço e levava lá pra dentro, estragando tudo. A mocinha era muito dócil, e ia.

Eu nem devia ter contado esse episódio, pois é mui­to triste, mas serve para ilustrar muito bem o caipirismo do Batalha. Na verdade, a mocinha não era dócil. Era cega, isto sim. E o Batalha só descobriu muito tempo depois, quando teve oportunidade de vê-la de perto, na rua. Fi­cou sentidíssimo; afinal, a primeira que olhou fixo para ele só o fazia porque não o enxergava. É duro.

Mas não é à toa que ele se chama Batalha. Há coisa de uns meses, mudou-se para o Leme e andava entusias­mado com uma dona do edifício que dava fundos para a sua rua. É que ela tomava banho de sol no terraço com um biquíni um bocado minibiquini.

Isso foi no começo. Com o correr do tempo ele foi me contando mais coisas. Por exemplo: estava certo de que a moça percebera sua paquera, embora a paquera fosse de uma distância considerável. Ela olhava em dire­ção à sua janela e sorria:

—Ontem ela tomou banho de sol só com a parte de baixo do biquíni — me falou certa vez, com a voz embar­gada de emoção. E, num recente encontro, dei com o Batalha sobraçando enorme pacotão. Disse-me que a dona do Leme estava se despindo totalmente para ele.

— De manhã, quando eu vou espiar, ela já tá lá, nuínha no terraço. E fica horas, na mesma posição. Peladinha — garantiu. E ratificou: — Peladinha.

— E esse pacotão aí? — perguntei.

— É uma luneta. Ela merece. Meu binóculo nunca foi grande coisa. Ela merece uma luneta. Gastei uma nota para comprar esta luneta, mas ela merece. Vou estrear ama­nhã, se fizer sol.

E lá se foi o Batalha e seu pacotão. Eu não o vi mais, até esta semana. Vinha cabisbaixo e meditabundo — adje­tivos que sempre se juntam para definir o cara que entra numa fria.

— Como é Batalha? E a dona do Leme?

— Nem me fale — suspirou. —Já sei. Mudou-se.

— Pior. Ela tava me gozando... Você não se lembra que eu falei que ela ficava horas nuínha, na mesma posi­ção?

Fiz que sim com um movimento de cabeça.

— Pois é... Comprei a luneta, e só aí eu reparei. Ela sabia que eu olhava e fez aquilo...

— Mas fez o quê?

— Armou no telhado um manequim velho. Botava a peruca dela no manequim e deixava lá, para me enganar.

— Puxa vida... tem certeza?

— Absoluta... eu vi pela luneta, na coxa dela tava es­crito "Made in USA".

Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

Fonte: FEBEAPÁ 1: primeiro festival de besteira que assola o país / Stanislaw Ponte Preta; prefácio e ilustração de Jaguar. — 12. ed. — Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 1996.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento

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A edificação em estilo gótico foi erguida em 1940 pelo Padre José Locks e projetada pelo arquiteto alemão Simão Gramlich. A Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento só foi inaugurada 15 anos depois de sua execução e atualmente é o maior monumento artístico e cultural da cidade. A edificação contém elementos românticos e pinturas dos artistas italianos Emílio Cessa e Aldo Locatelli, além de seis torres, 55 vitrais com motivos bíblicos, um painel da Imaculada Conceição da Virgem Maria no teto e um estátua de Moisés descendo do Monte Sinai (Fotos da tarde de 4/2/2011).

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Igreja da Santíssima Imaculada Conceição

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A antiga igreja localiza-se no centro de Itajaí, na praça Lauro Müller, próxima ao Píer Turístico, é a construção histórica mais antiga da cidade. Uma primitiva capelinha de pau a pique foi erguida em 1823 por escravos, durante a época em que Itajaí ainda não era emancipada. 

Foi a primeira igreja construída às margens do Rio Itajaí e tem o nome de Imaculada Conceição em homenagem à padroeira da cidade. A partir de 1834 esta obra deu lugar à antiga matriz, ampliada e construída com pedras e tijolos - Fotos tiradas na tarde de 4/2/2011.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Iemanjá nas areias de Camboriú

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Tirei essas fotos agora à noite, passeando com meu caçula, fugindo do calor do nosso apartamento, gozando da brisa fresca marinha.

O dia do ano dedicado a Nossa Senhora dos Navegantes é dois de fevereiro. Na Umbanda, os festejos à rainha do mar, Iemanjá, considerada também deusa padroeira dos náufragos, são realizados na mesma data.

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É o sincretismo religioso presente nas festas católicas, de um tempo em que os negros disfarçavam o culto aos seus deuses.

Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta.

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