quinta-feira, 29 de abril de 2010
Ochelsis Laureano
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Perequê
Praia de Perequê - Porto Belo (SC) - 02 de Abril de 2010 |
Perequê é a maior praia do município de Porto Belo-SC. O nome vem do Tupi-Guarani Pira-Iquê que significa local de entrada de peixes para comer e desovar. De mar aberto e grande faixa de areia é arborizada própria para banho esportes de areia e náuticos.
Perequê - Porto Belo SC, um álbum no Flickr.
A bela Porto Belo
Conhecido como um dos principais pontos de parada de transatlântico do Brasil, Porto Belo situa-se na região norte do litoral catarinense, distante da capital catarinense, Florianópolis, apenas 65 quilômetros.
O encanto da cidade deve-se principalmente à sua natureza preservada, às praias limpas e às charmosas construções, que nos remetem a época em a cidade foi colonizada por açorianos.
A fantástica vegetação da Serra do Mar, aliada a Ilha de Porto Belo e diversas praias com características próprias, fazem de Porto Belo um dos pontos mais atrativos do litoral catarinense.
A forte cultura açoriana torna a cidade ainda mais elegante, refletindo seus traços na arquitetura, artesanato e religiosidade. Outro destaque no município são as danças açorianas como o Boi-de-Mamão e Pau de Fitas.
A cidade conta com uma boa infra-estrutura turística e de serviços, como pousadas de frente para o mar, hotéis, casas de veraneio e campings.
Há também excelentes restaurantes com gastronomia baseada em peixes e frutos do mar, casas noturnas de grande renome e consideradas as mais badaladas do estado de Santa Catarina, bem como cento comercial bastante diversificado e muitas outras atrações.
É importante ressaltar, que a baía de Porto Belo torna-se ainda mais especial nos meses de verão, período esse que a cidade conta com a presença, quase que diária, de navios de cruzeiros, que por seu tamanho e imponência tornam-se um atrativo inesquecível para nossos visitantes.
A história
Provavelmente os primeiros a ocuparem a área foram pequenos grupos de coletores e caçadores provenientes do Vale do Rio Uruguai, que penetraram no território catarinense em torno de 3000 AC. Em torno de 1000 AC formaram-se os primeiros núcleos tribais, denominados Jê, sendo que no litoral estavam os índios da nação Tupi-Guarani, denominados Carijós.
Em 1504 o navegante francês Binot Paulmier de Gonneville fez a primeira descrição do índio catarinense; A partir da fixação dos primeiros brancos no litoral, os grupos indígenas foram desaparecendo em decorrência de doenças trazidas pelos brancos, e pelas bandeiras paulistas. Em 1595 a Ordem Régia proibiu o cativeiro dos índios, mas as bandeiras em Santa Catarina continuaram até 1641, diminuindo gradativamente a população indígena.
Da presença indígena em Porto Belo restam os topônimos de origem Tupi-Guarani, as peças arqueológicas, as inscrições rupestres e as estações líticas.
Primeiros visitantes
A região da Enseada das Garoupas (antiga denominação da região) foi muitas vezes visitada pelos portugueses, na tentativa de ocupar e colonizar suas terras, depois de descoberto o Brasil. Esta terra porém, não era rica em jazidas de ouro, grande interesse da coroa portuguesa na época. Os relatos dos navegadores eram sempre os mesmos: pobres em mina de ouro, as serras são muito próxima do mar, sendo suas terras alagadiças e impróprias para a agricultura.
Mas não deixam nunca de descrever a existência de uma enseada de águas tranqüilas e navegáveis, aninhando em suas águas urna pequena ilha, onde os navios poderiam abrigar-se de tempestades e ventos em total segurança.
Em 1703 aconteceu a primeira tentativa isolada de ocupação dessa terra. O português Domingos de Oliveira Rosa fixou-se na Enseada, a procura de ouro, mas desistiu logo em seguida, pois as jazidas eram pobres e não lhe deram o retorno necessário sequer para o seu sustento. Foi em 1753 que o governo português fundou um povoado nessas terras, enviando 60 casais vindos das ilhas dos Açores para iniciarem sua colonização. O crescimento desse povoado foi lento e difícil dados as dificuldades com o clima, ataque dos espanhóis e por ter sido entregue à própria sorte, longe do centro administrativo da capitania de Santa Catarina.
Colônia - Vila - Município
Em 1818, o povoado da enseada das Garoupas foi elevado à condição de Colônia com o nome de Nova Ericeira, pois 101 pessoas entre homens e mulheres foram trazidas de uma colônia de pescadores de Ericeira - Portugal, para darem início à atividade pesqueira na região. Pouco a pouco a povoação foi progredindo de forma que foi elevada a Freguesia em 1824.
A grande concentração de moradores na região das Garoupas, a existência de duas escolas, um cirurgião, um posto militar e de igreja fez do local um importante centro entre São Francisco e Desterro, principalmente por possuir um dos melhores portos da região, fator de grande importância pois grande parte do deslocamento era feita pelo mar.
O nome Nova Ericeira não chegou a se consolidar facilmente, continuando o local a chamar-se Enseada das Garoupas até 13 de outubro de 1832, quando passou a denominar-se Vila de Porto Belo, nome que surgiu devido à beleza e a tranqüilidade dessas águas. Em 13 de dezembro do mesmo ano foi criado o município de Porto Belo, desmembrado de São Francisco.
Fontes: Cidade de Porto Belo; Litoral de SC
Igreja Matriz Bom Jesus dos Aflitos
A Igreja Bom Jesus dos Aflitos (capela em estilo açoriano) foi erguida em 1814 (a segunda construção em alvenaria mais antiga de Porto Belo-SC) sendo utilizado o trabalho escravo.
Para a fixação das paredes que medem cerca de 1,50 metros de espessura foi utilizado óleo de baleia como componente da argamassa (pode-se apreciar a parede na parte posterior da Igreja com acesso pelo cemitério).
É um dos principais atrativos culturais do município de Porto Belo. A casa construída pelo Alferes José Vieira rebelo localizada no centro de Porto Belo representa a primeira construção em alvenaria do município.
A Festa do Senhor Bom Jesus dos Aflitos acontece entre os dias 1.º e 2 de agosto. O evento ocorre no Salão Paroquial da Igreja Matriz de Porto Belo, localizado na Avenida Governador Celso Ramos, n.º 1.445, Centro, em Porto Belo.
Fonte: Porto Belo / Informações; Radarsul.
terça-feira, 6 de abril de 2010
O grande mistério
Mas comeu-se o camarão, que inclusive foi elogiado pelas visitas, jogaram as sobras na lata do lixo e — coisa estranha — no dia seguinte a sala cheirava pior.
Talvez alguém não gostasse de camarão e, por cerimônia, embora isso não se use, jogasse a sua porção debaixo da mesa. Ventilada a hipótese, os empregados espiaram e encontraram apenas um pedaço de pão e uma boneca de perna quebrada, que Giselinha esquecera ali. E como ambos os achados eram inodoros, o mistério persistiu.
Os patrões chamaram a arrumadeira às falas. Que era um absurdo, que não podia continuar, que isso, que aquilo. Tachada de desleixada, a arrumadeira caprichou na limpeza. Varreu tudo, espanou, esfregou e… nada. Vinte e quatro horas depois, a coisa continuava. Se modificação houvera, fora para um cheiro mais ativo.
À noite, quando o dono da casa chegou, passou uma espinafração geral e, vítima da leitura dos jornais, que folheara no lotação, chegou até a citar a Constituição na defesa de seus interesses.
— Se eu pago empregadas para lavar, passar, limpar, cozinhar, arrumar e ama-secar, tenho o direito de exigir alguma coisa. Não pretendo que a sala de visitas seja um jasmineiro, mas feder também não. Ou sai o cheiro ou saem os empregados.
Reunida na cozinha, a criadagem confabulava. Os debates eram apaixonados, mas num ponto todos concordavam: ninguém tinha culpa. A sala estava um brinco; dava até gosto ver. Mas ver, somente, porque o cheiro era de morte.
Então alguém propôs encerar. Quem sabe uma passada de cera no assoalho não iria melhorar a situação?
– Isso mesmo — aprovou a maioria, satisfeita por ter encontrado uma fórmula capaz de combater o mal que ameaçava seu salário.
Pela manhã, ainda ninguém se levantara, e já a copeira e o chofer enceravam sofregamente, a quatro mãos. Quando os patrões desceram para o café, o assoalho brilhava. O cheiro da cera predominava, mas o misterioso odor, que há dias intrigava a todos, persistia, a uma respirada mais forte.
Apenas uma questão de tempo. Com o passar das horas, o cheiro da cera — como era normal — diminuía, enquanto o outro, o misterioso — estranhamente, aumentava. Pouco a pouco reinaria novamente, para desespero geral de empregados e empregadores.
A patroa, enfim, contrariando os seus hábitos, tomou uma atitude: desceu do alto do seu grã-finismo com as armas de que dispunha, e com tal espírito de sacrifício que resolveu gastar os seus perfumes. Quando ela anunciou que derramaria perfume francês no tapete, a arrumadeira comentou com a copeira:
— Madame apelou para a ignorância.
E salpicada que foi, a sala recendeu. A sorte estava lançada. Madame esbanjou suas essências com uma altivez digna de uma rainha a caminho do cadafalso. Seria o prestigio e a experiência de Carven, Patou, Fath, Schiaparelli, Balenciaga, Piguet e outros menores, contra a ignóbil catinga.
Na hora do jantar a alegria era geral. Nas restavam dúvidas de que o cheiro enjoativo daquele coquetel de perfumes era impróprio para uma sala de visitas, mas ninguém poderia deixar de concordar que aquele era preferível ao outro, finalmente vencido.
Mas eis que o patrão, a horas mortas, acordou com sede. Levantou-se cauteloso, para não acordar ninguém, e desceu as escadas, rumo à geladeira. Ia ainda a meio caminho quando sentiu que o exército de perfumistas franceses fora derrotado. O barulho que fez daria para acordar um quarteirão,quanto mais os da casa, os pobres moradores daquela casa, despertados violentamente, e que não precisavam perguntar nada para perceberem o que se passava. Bastou respirar.
Hoje pela manhã, finalmente, após buscas desesperadas, uma das empregadas localizou o cheiro. Estava dentro de uma jarra, uma bela jarra, orgulho da família, pois tratava-se de peça raríssima, da dinastia Ming.
Apertada pelo interrogatório paterno Giselinha confessou-se culpada e, na inocência dos seus 3 anos, prometeu não fazer mais.
Não fazer mais na jarra, é lógico.